Serviço Geológico do Brasil tem papel de destaque no VI Simpósio Brasileiro de Metalogenia
Serviço Geológico do Brasil tem papel de destaque no VI Simpósio Brasileiro de Metalogenia
Instituição marcou presença com palestras, painéis, estudos inéditos e liderança na organização em um dos principais fóruns de metalogenia do país
Salvador (BA) – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) participou do VI Simpósio Brasileiro de Metalogenia (VI SBM), realizado entre os dias 17 e 20 de agosto, na cidade de Salvador (BA). O evento é um dos fóruns sobre pesquisa mineral mais relevantes do país e teve como tema central desta edição “A Metalogenia para o Desenvolvimento do Setor Mineral Brasileiro”. Participaram pesquisadores e instituições da área da mineração do Brasil e do exterior.
“O simpósio consolida-se como um dos principais espaços de discussão técnica e científica sobre a metalogenia, incentivando trabalhos que fomentam a descoberta, a caracterização de minérios, a exploração e prospecção mineral, integrando a academia, o governo e empresas privadas”, destacou, durante a abertura do evento, a chefe do Departamento de Recursos Minerais (DEREM) do SGB, Maísa Abram, que também presidiu a comissão organizadora do simpósio.
Na ocasião, Maisa Abram frisou a importância da realização do evento no estado da Bahia, considerado um importante player no setor de mineração. Além disso, enfatizou que o encontro desempenha papel fundamental como integrador de experiências e conhecimentos, com o objetivo de trazer melhorias para toda a cadeia produtiva mineral brasileira.
Participação do SGB no VI SBM
O Serviço Geológico do Brasil teve ampla presença na programação do VI Simpósio Brasileiro de Metalogenia e contribuiu com diversas ações, como palestras, apresentações de trabalhos e pesquisas, além de presença em um stand.
Na segunda-feira (18), a pesquisadora do SGB Lucy Takehara ministrou a palestra “Depósitos de ETRs associados a regolitos no Brasil: um novo pólo produtor de referência mundial?”, destacando as condições geológicas, geomorfológicas e climáticas do Brasil como fatores cruciais para a consolidação do país como grande produtor de Elementos Terras Raras.
No mesmo dia, outros dois representantes do SGB também estiveram em evidência, a pesquisadora Ana Paula Justo participou do painel “Avanços e desafios da economia circular na pesquisa mineral e mineração no Brasil”, debatendo práticas de sustentabilidade na mineração brasileira. O pesquisador Marcelo Batista Motta apresentou o trabalho “Avaliação do potencial de potássio no Brasil: Bacias do Amazonas, Sergipe – Alagoas e nova frente exploratória”, sendo um dos destaques do dia.
Já na terça-feira (19), foi a vez do chefe da Divisão de Geologia Econômica, Guilherme Ferreira da Silva, participar do painel “Avanços e novos desafios da Geologia Econômica do Brasil”, que reuniu representantes de universidades, do setor privado e do Serviço Geológico para discutir o cenário atual sob diferentes perspectivas.
A pesquisadora Lila Costa Queiroz também apresentou, no mesmo dia, ao lado da geóloga Juliana Charão, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a palestra “Sistemas máficos-ultramáficos mineralizados no Brasil com ênfase no nordeste do Cráton São Francisco e suas possíveis conexões”, compartilhando os projetos desenvolvidos e os avanços obtidos pela equipe do SGB.
Como materiais apresentados nos pôsteres, foram expostos trabalhos realizados por pesquisadores vinculados a projetos do SGB. São eles:
- A crescente demanda por lítio e os desafios do aproveitamento racional, eficiente e integral de pegmatitos litiníferos - apresentado por Ana Paula Justo.
- Sistematização de dados para modelagem prospectiva de depósitos de níquel no Brasil – apresentado por Lorena Gabriela Santana Meireles.
- Avaliação preliminar do potencial mineral da região de Itiúba-Santa Luz, Bahia, Brasil – apresentado por Jocilene dos Santos Santana.
- Avaliação do potencial de fosfato no Brasil: Cráton Luís Alves (SC) – apresentado por Ana Beatriz Santana.
- Eficácia de pó de rocha granulítica tonalítica na melhoria da fertilidade de solos tropicais: evidências de disponibilização intempérica de nutrientes – apresentado por Paulo Roberto Benevides Filho.
- Mapeamento de favorabilidade para ouro orogênico na Serra de Jacobina (BA) – apresentado por Marina Nascimento Ramos.
- Sensoriamento remoto aplicado à caracterização de ambientes supergênicos e suas implicações na avaliação do potencial de níquel laterítico no Brasil – apresentado por Rodrigo Soares Vieira dos Santos.
- Modelagem conceitual para geração de mapa de potencialidade de mineralização de fosfato na região de Pratápolis, Minas Gerais, Brasil – apresentado por Monique Ellen Mattos Santos.
- Modelagem 3D e estimativa de recursos de veios auríferos através de dados históricos (Vale do Ribeira, São Paulo, Brasil) – apresentado por João Pedro Rodrigues Bittencourt.
- Potential source rocks for regolith-hosted REE deposits: a comparative geochemical study of Ribeira Belt igneous units (Brazil), Western Australia, and China – apresentado por Guilherme Iolino Troncon Guerra.
- Eluvial/Colluvial placer-type titanium potential in large igneous provinces: a case study from Serra Geral Group – apresentado por Roberto Loreti Jr.
- Comparativo das mineralizações de sulfato entre Pórfiro Santo Antônio e Mina Barcelos na suíte Vauthier (RS) - apresentado por Júlia Rodrigues.
A presença da instituição em palestras, painéis, trabalhos e na organização do evento demonstra o compromisso do SGB em fomentar a pesquisa mineral, apoiar o desenvolvimento sustentável do setor e contribuir para a integração entre academia, governo e iniciativa privada em prol do avanço das geociências no Brasil.
Homenagem e lançamento
A solenidade de abertura também contou com uma homenagem à Maria da Glória Silva, pesquisadora do SGB e professora da UFBA, falecida em 2013. Nome de grande destaque nas geociências brasileiras, Maria da Glória teve a trajetória relembrada por colegas, que ressaltaram sua importância na formação de novos profissionais e como inspiração para a inclusão de mulheres e pessoas negras na pesquisa mineral. O professor da UFBA, Aroldo Misi, também foi homenageado e recebeu uma placa comemorativa entregue por Manoel Barretto, ex-presidente do SGB.
O evento teve ainda o lançamento do livro "Análise de estruturas geológicas e controles de mineralizações" escrito pelo geólogo Reginaldo Alves dos Santos, servidor aposentado do Serviço Geológico do Brasil e lançado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). A publicação foi intensamente procurada pelos participantes do eventos e deve representar uma nova referência para as pesquisas em geociências no Brasil.
O simpósio ocorreu no Bahia Fiesta Hotel e contou ainda com mini-cursos e excursões técnicas. Ao final do evento ficou decidido que a próxima edição, em 2027, ocorrerá na cidade de Campina Grande (PB).
Lucas Marquezine e Raphael Molinaro
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
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