Saiba Mais - Cartas Geomorfológicas

As Cartas Geomorfológicas, elaboradas de semidetalhe, estão associadas a um banco de dados georreferenciado que apresenta gráfica e espacialmente a compartimentação topográfica do relevo em táxons hierárquicos e diferentes parâmetros de análise geomorfológica. Deste modo, o relevo é classificado em unidades morfoestruturais, unidades morfoesculturais, unidades geomorfológicas e padrões de relevo; sendo estes últimos caracterizados quanto à amplitude e declividade predominantes no padrão.

Os diferentes níveis de classificações permitem analisar diferentes aspectos geomorfológicos, como a morfogênese, a morfodinâmica, a cronologia e a morfologia (morfografia e morfometria). A utilização da carta pressupõe a consulta ao documento técnico que a acompanha, denominado Biblioteca de Padrões de Relevo, onde são apresentados os diferentes aspectos geomorfológicos que diferenciam as unidades (Dantas, 2013).

Tais cartas apresentam um relevante valor intrínseco, podendo ser utilizadas para diversas finalidades e pelos mais diferenciados atores sociais, destacando-se universidades, centros de pesquisa e órgãos de gestão e planejamento em todas as esferas governamentais, especialmente em âmbito municipal.

Objetivo

Disponibilizar uma cartografia geomorfológica sistemática, na escala 1:25.000, dos municípios levantados no âmbito daqueles trabalhados pelo projeto Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações, realizado pelo Serviço Geológico do Brasil - SGB/CPRM, Programa Gestão de Riscos e Respostas a Desastres, ação mapeamento geológico-geotécnico em municípios críticos em relação a risco geológico.

Escala

As informações geradas para a elaboração da carta estão em conformidade temática com as escalas 1:25.000, podendo eventualmente ser apresentada em escalas menores.

Abrangência

Estado do Rio de Janeiro.

Conjunto de Dados Geográficos

O mapeamento apresentado foi elaborado para disponibilizar uma compartimentação geomorfológica em escala de semidetalhe (1:25.000). Nesse sentido, sua abordagem restringe-se a avaliar o primeiro dos pressupostos elencados por Ab'Saber: a compartimentação morfológica dos terrenos. Subordinadamente, são avaliados aspectos de gênese, morfodinâmica e evolução do modelado.

Portanto, a compartimentação de relevo efetuada nos mapeamentos de suscetibilidade elaborados pelo SGB compreende o acúmulo de experiências em mapeamentos geomorfológicos desenvolvidos em diferentes escalas em todo território nacional desde 1997.

A partir da construção da Biblioteca de Padrões de Relevo, objetivou-se mapear a morfologia dos terrenos e gerar dados morfológicos e morfométricos que, além de caracterizar o modelado das paisagens, fornecem informações para a delimitação de áreas sujeitas à inundação, à enxurrada e a corridas de massa.

O mapeamento de padrões de relevo representa, em linhas gerais, o 3º táxon hierárquico da metodologia de mapeamento geomorfológico proposta por Ross (1992). Em alguns casos, foram mapeadas relevantes feições de relevo para o mapeamento em escala de semidetalhe, alcançando o 4º táxon. Em todos os sistemas de informação geográfica (SIG) de suscetibilidade, o mapa de padrões de relevo pode ser visualizado, bastando acessar o diretório correspondente.

O embasamento teórico-metodológico para a elaboração dos mapas geomorfológicos dos municípios do Estado do Rio de Janeiro é oriundo do Mapa Geomorfológico do Estado do Rio de Janeiro em escala de 1:250.000 (Dantas, 2001), produzido no âmbito do Projeto Rio de Janeiro pelo SGB.

Procedimentos Metodológicos

  1. Preparação da base cartográfica.
  2. Fotointerpretação dos padrões de relevo em ortofotos e de subprodutos derivados do modelo digital de elevação.
  3. Validação de campo.
  4. Elaboração da carta geomorfológica.
  5. Consolidação dos dados em sistema de informação geográfica/carta geomorfológica.

Material Utilizado

  • Base cartográfica digital e limites municipais, na escala 1:25.000. Dados não publicados, gentilmente cedidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (ano de referência: 2015).
  • Ortofotos, na escala 1:30.000 (voo médio, na escala 1:30.000, precisão vertical maior que 5m e grid de 10m x 10m). Dados do Projeto Rio de Janeiro (IBGE, 2010).
  • Relevo sombreado extraído do Modelo Digital de Elevação proveniente do Projeto TOPODATA (INPE, 2011). Iluminação artificial: azimute: 315° e inclinação 45°.