SGB destaca pesquisas estratégicas em workshop nacional sobre geofísica aplicada à mineração, petróleo e novas energias

18/12/2025 às 20h52
 | Atualizado em: 18/12/2025 às 20h59
Ouvir Notícia

Estudos geofísicos promovidos pela estatal fortalecem setores essenciais para o desenvolvimento sustentável
 

Foto: Divulgação/SGB


Rio de Janeiro (RJ) – Pesquisas geofísicas do Serviço Geológico do Brasil (SGB) ganharam destaque durante o Workshop de Multifísica Aplicada à Mineração, Petróleo e Novas Energias, realizado entre 2 e 3 de dezembro, no Observatório Nacional, Rio de Janeiro (RJ). O SGB foi representado no evento pelos pesquisadores Iago Costa, chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE) da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM); Elias Prado, coordenador Executivo do Centro de Geociências Aplicadas do SGB (CGA) e Oderson Souza Filho, pesquisador do CGA.

A participação de pesquisadores da instituição evidenciou o papel estratégico dos dados produzidos pelo SGB para subsidiar políticas públicas e apoiar setores essenciais para o desenvolvimento sustentável do país.

O chefe da DISEGE, Iago Costa, participou do painel de abertura que tratava de "Políticas Públicas e Estratégia Nacional", ao lado de representantes da Petrobras, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Na ocasião apresentou as estratégias de expansão de dados geofísicos nacionais do SGB, bem como as várias linhas de atuação da geofísica na instituição. Costa também foi moderador do painel sobre multifísica aplicada à exploração mineral.

Como parte da programação, o geólogo Oderson Souza Filho, do CGA, participou do debate sobre Novas Energias: Captura e Armazenagem de CO₂ (CCS). Souza Filho apresentou as lições aprendidas e critérios técnicos usados na seleção de áreas favoráveis ao armazenamento geológico de carbono na Bacia Sedimentar do Paraná.

O pesquisador Elias Prado, coordenador Executivo do CGA, participou do painel Novas Energias: Geotermia, apresentando panorama técnico sobre o potencial geotérmico do Brasil, com foco na identificação de áreas favoráveis ao desenvolvimento de sistemas geotérmicos do tipo EGS. Prado abordou a integração de dados de fluxo de calor, radiometria, magnetometria, gravimetria, permeabilidade natural e isoterma de 150°C para gerar um mapa nacional de prospectividade em escala regional. 

Foto: Divulgação/SGB

“O estudo mostra, pela primeira vez no Brasil, um mapeamento sistemático das condições geológicas necessárias para EGS. Ele estabelece uma base científica sólida para que o país avance de um potencial teórico para a identificação real de áreas viáveis, reduzindo incerteza e aumentando a atratividade para projetos-piloto”, disse. O pesquisador finalizou detalhando os próximos passos necessários para transformar esse potencial em projetos reais.

Projeto de PD&I na Bacia Sedimentar do Paraná

Durante a apresentação, o geólogo Oderson Souza Filho detalhou os estudos que avaliam critérios geológicos, geofísicos, logísticos e a proximidade de fontes emissoras de CO₂, fundamentais para a definição de locais adequados para futuras operações de injeção do gás para armazenamento. A etapa seguinte envolve perfuração, amostragem e caracterização de horizontes reservatórios, compostos por arenitos porosos com águas salinas, situados a profundidades superiores a 800 metros – condições necessárias para receber o gás CO₂ injetado sob alta pressão.

“A segurança e a estanqueidade do armazenamento por centenas de anos dependem da presença de rochas selantes impermeáveis, de trapas estruturais que isolam lateralmente o reservatório e da reatividade físico-química entre o CO₂, os minerais e a água do meio poroso, favorecendo processos de remineralização. Essas análises integram o projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) conduzido pelo CGA/SGB em parceria com a Petrobras”, explicou o pesquisador.

Souza Filho reforçou que todas as atividades seguem rigorosos critérios de segurança, incluindo a exigência de uma profundidade mínima de distanciamento de 700 metros entre o possível reservatório que receberá o CO₂ e qualquer aquífero ou manancial superficial usado para abastecimento de água, garantindo isolamento entre os sistemas.

O Workshop de Multifísica Aplicada à Mineração, Petróleo e Novas Energias é promovido pela Sociedade Brasileira de Geofísica (SBGf), reunindo pesquisadores de referência, profissionais da indústria, especialistas internacionais e estudantes para troca de experiências, capacitação técnica e promoção da inovação científica.
Foto: Divulgação/SGB

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal 

Outras Notícias

Vilmar Simões é o novo diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil

O Conselho de Administração (CA) aprovou o nome do advogado e mestrando em Direito Público para estar à frente da instituição

18/12/2025

Workshop destaca avanços em escavação paleontológica na Bacia do Araripe

Projeto desenvolvido por geólogos do Serviço Geológico do Brasil tem como objetivo ampliar o conhecimento geológico e paleontológico da região, área de reconhecimento internacional pela preservação e diversidade de fósseis

18/12/2025

Serviço Geológico do Brasil intensifica monitoramento dos rios no Acre para prever inundações

Começou a Operação 2025-2026 do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Acre, que atende municípios de Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Rio Branco

18/12/2025