Programa em parceria com a Petrobras concentra seis grandes projetos, que incluem a revitalização do Museu de Ciências da Terra (MCTer) e a construção do Centro de Referência em Geociências (CRG)

Rio de Janeiro (RJ) – As linhas de pesquisa podem ser entendidas como grandes áreas temáticas, ou seja, grupos de estudos que seguem objetivos e metodologias em comum. No Serviço Geológico do Brasil (SGB), elas estão organizadas em dois grandes grupos de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I): projetos de ciência básica e aplicada, e projetos voltados para a melhoria da infraestrutura laboratorial.

Os projetos de PD&I de ciência básica e aplicada englobam pesquisas fundamentais para ampliar o conhecimento científico e tecnológico. Já os projetos voltados à melhoria da infraestrutura laboratorial têm o objetivo de garantir a estrutura necessária para que essas pesquisas sejam desenvolvidas com eficiência e alto padrão de qualidade. Nesses projetos, destacam-se a aquisição de equipamentos laboratoriais, a reforma e expansão de laboratórios existentes e a construção de novas instalações especializadas.

Um exemplo marcante de melhoria da infraestrutura laboratorial é o programa realizado em parceria com a Petrobras, com recursos provenientes das cláusulas de PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esse programa concentra seis grandes projetos, incluindo a revitalização do Museu de Ciências da Terra (MCTer), a construção do Centro de Referência em Geociências (CRG) e a criação de litotecas de óleo e gás, que funcionarão como centros avançados de pesquisa.

A revitalização do MCTer prevê a ampliação de 15.000 m² dedicados à pesquisa científica, exposições e ações culturais de grande impacto, consolidando o museu como uma referência nacional, assim como ocorre nos renomados museus internacionais, a exemplo do Smithsonian National Museum of Natural History, em Washington, nos Estados Unidos.

Já o Centro de Referência em Geociências (CRG) será um espaço moderno voltado para pesquisas de ponta, focando no desenvolvimento científico em temas estratégicos, como o setor de óleo e gás, a diversificação energética e a descarbonização.

O CRG contará com laboratórios especializados, como os de microimagem, análise mineral e isótopos estáveis, fundamentais para estudos avançados em geoquímica e geocronologia. Já as litotecas, que inicialmente terão duas unidades, serão fundamentais para a preservação e o estudo de amostras de rochas e fluidos das bacias petrolíferas brasileiras, atuando como centros geradores de novos projetos de pesquisa.

Histórico

Para que o SGB pudesse se credenciar diante da ANP e captar recursos para o desenvolvimento de parcerias com as operadoras de óleo e gás em projetos de PD&I, foi necessário tornar-se uma Instituição de Ciência, Tecnologia e Informação (ICT), além de obter o reconhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como uma instituição de pesquisa e desenvolvimento.

O chefe do Centro de Geociências Aplicada (CGA),  Noevaldo Teixeira, explicou que o CGA é o setor do SGB que opera a ICT e coordena as atividades de PD&I da instituição: “Na ANP, estão registradas as linhas de pesquisa prioritárias nas quais serão direcionados os recursos para o desenvolvimento das pesquisas científicas em parcerias com o setor produtivo. Para que isso seja factível, foi necessário formular um conjunto de projetos de infraestrutura laboratorial sem os quais não é possível o desenvolvimento das pesquisas”.

O SGB conseguiu a parceria com a Petrobras para a viabilização dos laboratórios do Centro de Referências em Geociências, do Museu Ciências da Terra e das litotecas. Quando prontos, o SGB estará integralmente preparado para desenvolver um amplo portfólio de projetos de PD&I, tanto no setor de óleo e gás quanto na área de minerais.

Para o pleno desenvolvimento dos projetos de PD&I, é necessário que ocorra a revitalização do prédio do MCTer, bem como as construções do CRG e das litotecas. “Esta é a fase em que estamos: assinaturas dos termos de cooperação com a Petrobras para obras e compras de equipamentos”, pontuou Teixeira.

O MCTer terá suas instalações físicas reconstruídas para viabilizar a sua infraestrutura laboratorial, permitindo o desenvolvimento de projetos de PD&I. Essa revitalização prevê a ampliação da sua área para a viabilização dos laboratórios, nas áreas de sedimentologia, paleontologia e petrografia. Tudo isso tendo como objetivo reforçar o MCTer como uma instituição geradora de conhecimento científico.

Museus mundiais e as geociências

Os museus de história natural e ciências mundiais são importantes centros para a pesquisa em geociências, visando compreender o planeta Terra. Seus estudos ampliam o conhecimento científico e também têm aplicações práticas, como a previsão de desastres, a exploração sustentável de recursos e a compreensão das mudanças climáticas.

Assim, o CRG será construído para abrigar um conjunto de laboratórios de alta tecnologia e desempenho, com capacidade analítica elevada, dedicado à excelência e inovação em aplicações geoquímicas de amplo alcance. A implementação do CRG em área ligada ao MCTer beneficiará uma melhor interação com as pesquisas realizadas no museu, possibilitando integração entre pesquisadores e elevado aproveitamento do potencial dos equipamentos. 

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