Serviço Geológico do Brasil avança com projeto que determina a “assinatura” do ouro
Serviço Geológico do Brasil avança com projeto que determina a “assinatura” do ouro
Publicados os primeiros resultados das pesquisas do Projeto Ouro Brasil, iniciativa que busca ampliar o conhecimento sobre a assinatura química do ouro no país e contribuir para o entendimento metalogenético das principais províncias e distritos auríferos do país.
Brasília (DF) – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou os primeiros resultados do Projeto Ouro Brasil, uma iniciativa geocientífica para o mapeamento e estudo detalhado das ocorrências de ouro no território nacional. O estudo, publicado no Journal of South American Earth Sciences, apresenta dados obtidos ao longo dos últimos quatro anos para identificar os parâmetros morfométricos e microquímicos do ouro.
As análises foram realizadas em uma área-piloto ao sul do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Embora a região possua uma longa história de produção de ouro desde o século 18 e tenha sido alvo de diversas campanhas modernas de exploração conduzidas por empresas de mineração nas últimas décadas (nenhuma delas ainda resultando em descobertas economicamente viáveis), é considerada uma área de exploração inicial para a mineração industrial. Apesar de sua localização estratégica e relevância histórica, há uma notável carência de dados sobre os estilos e controles da mineralização aurífera associada à Zona de Cisalhamento Congonhas-Itaverava.
“Este trabalho é fundamental, pois apresenta dados novos e robustos sobre o ouro aluvionar da Zona de Cisalhamento Congonhas-Itaverava, contribuindo para preencher uma lacuna significativa no conhecimento geocientífico dessa região”, explica Cassiano Castro. Confira o artigo aqui.
O Projeto Ouro Brasil também tem áreas-piloto no Rio Madeira, em Rondônia; Sudeste do Tapajós, no Pará; e no oeste de Pernambuco. A metodologia será aplicada em outras regiões auríferas do Brasil, criando um banco de dados nacional que contribuirá para o entendimento metalogenético acerca das principais províncias e distritos auríferos do Brasil. O acervo do SGB já conta com 30 mil partículas de ouro e as análises no território nacional devem começar a partir do ano que vem.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) e a Polícia Federal firmaram, em 2024, um Acordo de Cooperação Técnica (ACT). A parceria prevê a troca de experiências e o uso de conhecimento geocientífico para fortalecer a rastreabilidade do minério. Com isso, os dados produzidos pelo SGB passam a subsidiar diretamente o trabalho da Polícia Federal em áreas sob investigação.
Além de contribuir com a geração de conhecimento sobre os recursos minerais brasileiros, o projeto também busca promover o uso sustentável e responsável das riquezas naturais. “Dar visibilidade ao trabalho técnico do SGB é fundamental para destacar a relevância da pesquisa científica no setor mineral e seu papel na proteção dos nossos recursos”, destaca a equipe responsável pelo projeto.
O público-alvo do estudo inclui especialistas, jornalistas e todas as pessoas interessadas no tema da mineração responsável. Para quem deseja se aprofundar no assunto, o SGB disponibiliza outros conteúdos relacionados ao projeto, como o episódio do programa Papo Geológico que aborda as tecnologias e estratégias utilizadas na pesquisa do ouro: assista aqui.
Rodrigo Eneas
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
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