Novo estudo apresenta potencialidades do litoral norte do Ceará e contribui para o desenvolvimento sustentável

22/08/2024
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Serviço Geológico do Brasil publicou o relatório do Levantamento da Geodiversidade da região

Serrote do Cajueiro, no município de Cruz (CE) - Foto: SGB

Brasília (DF) – O Ceará ganha um novo estudo, que contribuirá para o desenvolvimento sustentável do estado. Neste mês, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) disponibilizou o relatório do Levantamento da Geodiversidade do Litoral Norte do Ceará. As informações ampliam o conhecimento sobre a geodiversidade local e revelam potencialidades e limitações dos territórios, contribuindo para o ordenamento territorial, implementação de políticas públicas, prevenção de desastres e conservação do patrimônio geológico.

A área de estudo é composta por sete municípios litorâneos: Chaval, Barroquinha, Camocim, Cruz, Jijoca de Jericoacoara, Acaraú e Itarema. A população estimada é de 252 mil habitantes. 


Potencialidades 

Entre as unidades geológicas identificadas no litoral norte do Ceará, estão os depósitos aluviais das planícies costeiras, que se destacam pela alta fertilidade natural dos solos e são adequados para o cultivo de culturas de várzea, ou seja, para práticas que se beneficiam da inundação do solo. “No entanto, essas áreas apresentam limitações significativas para urbanização e instalação de aterros sanitários devido à alta suscetibilidade a inundações e enchentes, o que demanda cuidados especiais na ocupação e uso do solo”, explica o pesquisador Raimundo Almir Costa, coordenador-executivo do Projeto Geodiversidade.

Promontório em forma de morro em rochas quartzíticas, no Parque Nacional de Jericoacoara - Foto: SGB/Divulgação

Já as unidades geológicas associadas aos tabuleiros costeiros, com terrenos planos e boa capacidade de suporte, foram classificadas como altamente adequadas para urbanização e implantação de obras viárias. Segundo Costa, estas áreas oferecem um ambiente favorável para o desenvolvimento de infraestrutura, mas devem ser monitoradas quanto à suscetibilidade a processos erosivos em setores mais acidentados.

“As formações de mangue e as áreas lagunares, por outro lado, são de grande importância ecológica e possuem um elevado potencial para o turismo ecológico. Contudo, são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP), onde qualquer forma de exploração econômica ou urbanização é severamente restrita, visando à proteção dos ecossistemas sensíveis e da biodiversidade local”, destaca o pesquisador. 

No Levantamento da Geodiversidade do Litoral Norte do Ceará também foi destacado o potencial das formações rochosas pré-cenozóicas, caracterizadas por gnaisses e migmatitos, rochas com potencial de uso no setor da construção civil, como detalha Costa: “Estas unidades oferecem materiais valiosos, como brita e rocha ornamental, além de comporem paisagens de grande interesse geoturístico. Contudo, a exploração dessas áreas requer estudos geotécnicos detalhados devido à variabilidade das propriedades mecânicas e hidráulicas dos solos”. 

Planície de inundação do Rio Acaraú - Foto: SGB/Divulgação

O estudo também avaliou a área quanto a sua favorabilidade hídrica superficial e subterrânea, demonstrando que os depósitos aluviais comportam aquíferos livres e rasos com alta permeabilidade, sendo ideais para captação de água superficial, se explorados de forma adequada. Por sua vez, as rochas do Grupo Barreiras e depósitos fluviais mais antigos possuem boa capacidade para exploração de água subterrânea.

O estudo completo está disponível no Repositório Institucional de Geociências. Basta clicar aqui.
 

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