Brasileiros compartilham avanços em pesquisas sobre urânio em evento no Uzbequistão

15/10/2025 às 18h10
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Os pesquisadores Hugo Polo e Raul Meloni representam o Serviço Geológico do Brasil na Reunião Técnica sobre Avanços e Inovações na Exploração e Mineração de Depósitos de Urânio em Arenito
 

Foto: Divulgação/SGB


Brasília (DF) – As pesquisas do Serviço Geológico do Brasil (SGB) sobre urânio estão em evidência em evento técnico internacional realizado no Uzbequistão. Os pesquisadores Hugo Polo e Raul Meloni apresentam estudos na Reunião Técnica sobre Avanços e Inovações na Exploração e Mineração de Depósitos de Urânio em Arenito, que começou na segunda-feira (13) e segue até sexta-feira (17). Essa é uma oportunidade estratégica para atualização técnica e científica dos profissionais.

A reunião, promovida pelo Ministério da Indústria de Mineração e Geologia da República do Uzbequistão, é um evento técnico de alto nível que abre a possibilidade de diálogos sobre avanços em métodos de exploração e técnicas de mineração e processamento, com ênfase nos depósitos do tipo arenito. As sessões são conduzidas por especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA). A programação conta apresentações técnicas, e visita de campo a operações de mineração com tecnologia de recuperação in situ (ISR), considerada de baixo risco ambiental.

Na segunda-feira (13), o pesquisador Hugo Polo apresentou estudo sobre as características geológicas e o potencial de recursos dos depósitos de urânio em arenito no Brasil. O trabalho destacou os depósitos Figueira, no Paraná; Amorinópolis, em Goiás; e o Rio Cristalino, no Pará. Esses depósitos representam apenas 4% dos recursos totais de urânio no Brasil. O país tem 154 mil toneladas de recursos de urânio confirmados e 95 mil toneladas de recursos estimados.

“Embora os depósitos de urânio em arenito constituam uma parcela relativamente pequena do estoque total de urânio do Brasil, e não haja mineração nesse tipo de depósito, eles representam uma importante fronteira de exploração com considerável potencial de recursos. Apoiado por uma estrutura geológica robusta e conjuntos de dados geofísicos em expansão, o Brasil está bem posicionado para revigorar suas iniciativas de exploração e avaliação de recursos de urânio”, afirma o estudo.

A apresentação na terça-feira (14) focou no depósito do Rio Cristalino. “O depósito de Rio Cristalino se destaca como um recurso de urânio potencialmente de classe mundial dentro do contexto mais amplo de reservas de urânio subexploradas, porém significativas, do Brasil. Resultados iniciais sugerem a presença de mineralização de urânio de alto teor na região, possivelmente influenciada por múltiplos sistemas mineralizadores”, enfatizou Raul Meloni.


Troca de experiências

Durante o evento, os pesquisadores do SGB participaram de reuniões com representantes da Navoiyuran, empresa pública do Uzbequistão responsável pela pesquisa e lavra de urânio no país e uma das anfitriãs do encontro, ao lado da IAEA. Também foi realizada uma reunião com o professor Ziying Li, do Instituto de Pesquisa de Geologia de Urânio de Pequim (BRIUG), fortalecendo o diálogo técnico com instituições de referência mundial no tema e ampliando a presença do SGB em redes globais de cooperação científica.

Com a participação, o SGB reforça o papel na produção de conhecimento geocientífico alinhado às diretrizes internacionais da IAEA – a agência custeou parte da viagem dos pesquisadores ao Uzbequistão.


Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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