Composição química varia conforme o tipo de rocha e o tempo de contato nos aquíferos; Portal da Água Mineral do SGB ajuda consumidores a conhecer melhor a água que bebem

Brasília (DF) – Nem toda água mineral é igual. Algumas são quase neutras no paladar e saciam a sede com leveza; outras têm sabor e textura mais marcantes. Essa diferença tem origem nas profundezas do solo. As águas minerais subterrâneas se formam a partir da interação da água com as rochas dos aquíferos, estruturas geológicas que armazenam e permitem o fluxo de água no subsolo.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB), por meio do Portal da Água Mineral, disponibiliza informações relevantes, com abordagem científica, sobre a origem, a composição e as classificações das águas minerais no Brasil — país reconhecido pela abundância de águas "leves", com baixa concentração de sais minerais.

O que são águas minerais subterrâneas?

São águas que, ao infiltrar-se no solo, passam por diferentes tipos de rochas, dissolvendo os minerais presentes em sua estrutura. Esse processo é natural e contínuo. A composição final da água vai depender de fatores como:

• Tipo de rocha com que a água entra em contato (rochas calcárias, graníticas, quartzosas etc.);
• Tempo de contato entre a água e a rocha;
• Profundidade e tipo do aquífero (mais profundos tendem a ter águas mais mineralizadas);
• Condições locais como temperatura, pressão e circulação subterrânea.

Águas leves x águas pesadas

De acordo com a classificação da Agência Nacional de Mineração (ANM), as águas minerais brasileiras podem ser classificadas como:

• Águas pouco mineralizadas (águas leves): com baixa concentração de sais minerais. São mais neutras no sabor e costumam ser preferidas para hidratação no dia a dia. O Brasil é conhecido por ser rico nesse tipo de água. Elas indicam, geralmente, menor tempo de contato com as rochas.
• Águas muito mineralizadas (águas pesadas): possuem maior quantidade de minerais dissolvidos, o que confere características organolépticas (como sabor e textura) mais perceptíveis. São procuradas por quem busca propriedades terapêuticas ou maior aporte de minerais na dieta.

💡 Importante: os termos “leve” e “pesada”, nesse contexto, referem-se ao nível de mineralização da água, e não à sua densidade física ou composição isotópica (como o termo “água pesada” é usado em química nuclear).

Segurança e escolha do consumidor

Todas as águas minerais comercializadas no Brasil seguem padrões rígidos de qualidade e segurança alimentar, fiscalizados por órgãos como a ANM e a Vigilância Sanitária. A escolha entre uma água leve ou pesada é pessoal e pode variar conforme preferência de sabor, nutrição ou hábito regional.

Para ajudar nessa escolha, o Portal da Água Mineral do SGB oferece ao público informações organizadas por fonte, tipo de água, localização, composição química e características sensoriais.

Por que esse tema é importante?

• Ambientalmente, porque as águas subterrâneas são um recurso valioso e sua recarga natural é lenta.
• Economicamente, porque o Brasil é um dos maiores mercados consumidores de água mineral do mundo.
• Culturalmente, porque essas águas fazem parte da identidade de diversas regiões, como as famosas fontes de Caxambu (MG), Cambuquira (MG) e Caldas Novas (GO).

Além disso, o conhecimento sobre a origem das águas minerais ajuda a promover o uso responsável dos aquíferos e o consumo consciente de um bem natural que carrega a história geológica do país.

Para saber mais, acesse agora o Portal da Água Mineral do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Fábio Campos
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
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