Cooperação Brasil – Guiana Francesa
Cooperação Brasil – Guiana Francesa
A cooperação técnica entre SGB e a Guiana Francesa, é desenvolvida pelo Bureau de Recherches Geológiques et Minières – BGRM, através do escritório localizado em Caiena, organismo do governo francês.
Em 2006 foram firmados 02 (dois) instrumentos legais entre o SGB e o BGRM: o Memorando de Entendimento (MOU) e o Research Agreement (Acordo), este último tendo por objeto a execução do Projeto GéOyapock. Este projeto reveste-se de grande importância pelo seu valor estratégico, haja vista sua localização na região de fronteira Brasil-Guiana Francesa, extremo norte do Brasil. Inserido na Folha NA. 22-V-B, o projeto abrange uma área de 18.510 km², dos quais 10% (960,49 km²) estão na parte emersa. A porção brasileira corresponde a 65% da área total (12.090,63 km²), enquanto a parte da Guiana Francesa é de 35% (5.119 km²).
Geologicamente a área do Projeto GéOyapock está inserida no Escuda das Guianas, parte no Cráton Amazônico, cuja região é detentora de um nível de conhecimento geológico insuficiente, não compatível à sua importância mineral. Nesta região estão localizados significativos depósitos de ouro, tais como as minas de Omai (134 t de Au) na Guiana; Lãs Cristinas (370 t de Au) na Venezuela; Camp Cayman (45 t de Au) e Paul Isnard (65 t de Au) na Guiana Francesa; Aurizona (Maranhão), Ipitinga (Pará) e Cassiporé (Amapá) no Brasil, que representam relevantes fontes de recursos econômicos para esses países.
Como parte do Programa Mapeamento Geológico das Áreas de Fronteiras, o Projeto GéOyapock deu início as atividades no segundo semestre de 2006, e foi concluído em 2007. O projeto teve como objetivo a elaboração do Mapa Geológico da Fronteira Brasil-Guiana Francesa, na escala 1:250.000, com base em trabalhos de campo e de integração geológica-aerogeofísica. Na porção brasileira, foram realizadas as seguintes atividades pela equipe bilateral:
- 374 km de levantamento geológico com deslocamento ao longo dos rios Oiapoque (250 km), Anotaie (77 km) e Cricou (47 km);
- 124 km² de mapeamento geológico com descrição de 171 estações georreferenciadas (afloramentos) e coleta de 141 amostras de rochas.
- Foram efetuadas as seguintes análises de laboratório: petrográficas (141 lâminas); análises químicas - elementos maiores e traços (71 amostras); estudo de seções polidas de minério (12 amostras); e datações geocronológicas pelos métodos Pb-Pb em zircão e Sm-Nd (15 amostras correspondendo a 30 investigações).
- Elaborado o Geographic Information System (GIS) com a formatação das tabelas de atributos para a porção brasileira com base no datum WSG 84 e plotagem das informações em imagem Geocover.
Encerradas as atividades, em novembro de 2007 foi disponibilizado o Mapa Geológico do Projeto GéOyapock, escala 1:250.000, com legenda bilíngüe, em formato GIS.
Em junho de 2008, uma missão brasileira constituída pelo Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento, pela chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais e a técnica do SGB, coordenadora do projeto, participaram da cerimônia oficial no Escritório do BRGM em Cayenne, Guiana Francesa, promovida pelo governo francês, para o lançamento do Mapa Geológico Franco-Brasileiro Transfronteira, escala 1:250.000.
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