Saiba Mais - Projeto GIDES-JICA
Saiba Mais - Projeto GIDES–JICA
Frente a esse desafio foi incorporado ao Plano Plurianual 2012-2015 do governo federal o programa Gestão do Risco de Desastres e Programa de Resposta, que contou com a colaboração do governo japonês, através de um acordo de cooperação técnica internacional (CTI) para a elaboração do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais - GIDES.
A CTI entre Brasil e Japão ocorreu entre 2013 e 2017, sendo firmada pelo Ministério das Cidades - MCidades em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI, o Ministério da Integração Nacional - MI e o Serviço Geológico do Brasil - SGB/CPRM, através da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores - ABC/MRE e da Agência de Cooperação Internacional do Japão - JICA.
O projeto desenvolveu-se em cinco eixos temáticos: avaliação e mapeamento de áreas de perigo e risco; monitoramento e alerta (sistemas de monitoramento e alerta antecipado de risco); obras de prevenção e reabilitação; planejamento da expansão urbana em áreas com suscetibilidade a movimentos de massa e planejamento dos planos de contingência.
O SGB foi responsável por desenvolver a metodologia para análise de perigo e risco frente aos processos de movimentos gravitacionais de massa que mais geram danos no Brasil, a saber: deslizamentos planares e rotacionais, fluxo de detritos e queda de blocos. Essa metodologia originou as Cartas de Perigo Geológico.
Essa ação conjunta das práticas de gestão integrada foi premiada pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR/ONU) e pela JICA.
Iniciado em julho de 2013, o Projeto GIDES–JICA é executado pelo Ministério das Cidades; pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - CEMADEN; pelo Ministério da Integração - CENAD e pelo Serviço Geológico Brasileiro – SGB/CPRM, contando com a cooperação de especialistas japoneses do Ministério da Terra, Transporte, Infraestrutura e Turismo – MLIT, da Agência de Meteorologia do Japão e de outros órgãos de expertise na área, através da Agência de Cooperação Internacional do Japão - JICA.
A cooperação estruturou-se em ações técnicas periódicas (reuniões, workshops, treinamentos internacionais etc.) para aprofundar o entendimento sobre gestão integrada de risco. Este projeto destacou-se como importante avanço no fortalecimento da coordenação horizontal entre os órgãos federais executores da cooperação e a articulação vertical com os governos municipais e estaduais no desenvolvimento de abordagens integradas de políticas de gestão de riscos.
Objetivo
Redução dos riscos de desastres geológicos através de medidas preventivas não estruturais. Os principais resultados são: melhoria dos sistemas de avaliação e mapeamento de riscos, previsão e alerta e também planejamento urbano na atuação de prevenção de desastres. Tais melhorias serão efetivadas após a elaboração e validação de manuais técnicos, que serão aplicados nos municípios-piloto selecionados, quais sejam: Nova Friburgo e Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro; e Blumenau, no Estado de Santa Catarina.
Escala
Escala de levantamento: inferior a 1:2.000.
Abrangência
Território nacional.
Procedimentos
A metodologia desenvolvida compreendeu:
- Coleta e compilação de dados de ocorrências de Movimentos Gravitacionais de Massa (MGMs) no território brasileiro.
- Análise estatística dos dados obtidos.
- Interpretação, correlação com os métodos e dados japoneses e discussões através de reuniões técnicas, seminários e aplicações experimentais na forma de projetos piloto.
- Adaptação e calibração para as características brasileiras, tais como: tipo de ocupação territorial, características dos processos, geomorfologia brasileira, entre outros.
- Proposta de manual de parametrização e modelagem para definir o raio de alcance dos quatros processos de movimentos gravitacionais de massa.
- Validação de campo dos modelos gerados pela automatização dos critérios topográficos.
- Geração de cartas de perigo (análise do terreno) e risco (em relação às construções) para os processos.
Para elaboração da metodologia proposta no manual, as equipes do SGB receberam treinamento no Japão e no Brasil para conhecer e entender a sistematização dos procedimentos de mapeamento, desde a coleta de dados até a proposição de classificação de perigo, baseada em modelagem matemática automatizada, realizada naquele país. No Brasil, procedeu-se a estudos e coletas de dados em diferentes regiões, tendo sido realizados, posteriormente, testes em áreas-piloto. Os resultados foram apresentados e discutidos em reuniões técnicas, com o objetivo de adaptar a metodologia japonesa de mapeamento à realidade brasileira.
Projeto em Números
- Duração do projeto: 4 anos (de julho de 2013 a julho de 2017).
- Técnicos treinados no Japão: 38 em 2014, 46 em 2015, 16 em 2016.
- Técnicos do SGB treinados no Japão: 9.
- Contrapartes do Brasil: 45 especialistas em mapeamento de riscos, planejamento urbano e monitoramento e alerta.
- Especialistas enviados do Japão para o Brasil: 23 especialistas.
- Investimento do lado japonês: US$ 10 milhões.
- Reuniões interministeriais – JTWG: 63 eventos.
- Reuniões de coordenação geral – JCC: 3 eventos.
- Reuniões entre governos federal, estadual e municipal – JOWG: 6.
- Reuniões técnicas: 4 sobre os temas de planejamento da expansão urbana, 4 sobre avaliação e mapeamento de riscos (com mais de 70 especialistas em cada evento e duração de 3 dias cada) e 6 sobre o tema previsão e alerta (nos mesmos moldes).
- Seminários: 2 (Rio Bousai: 500 especialistas em riscos e técnicos da defesa civil. Brasília Bousai: 150 especialistas).
- Workshop: 3.