Sistema de Monitoramento do Aquífero Guarani avança com parceria entre SGB e o MMA
Sistema de Monitoramento do Aquífero Guarani avança com parceria entre SGB e o MMA
Webinário, realizado na segunda-feira (1º), apresentou resultados da cooperação e enfatizou a importância da experiência do Serviço Geológico do Brasil para consolidação do projeto
Brasília (DF) – A parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB) possibilitou avanços na implementação do Sistema de Monitoramento do Aquífero Guarani, a primeira rede na América Latina para monitoramento de um aquífero transfronteiriço. Durante webinário, realizado na segunda-feira (1º), representantes do MMA e do SGB apresentaram os resultados da iniciativa, que contribui para segurança hídrica e resiliência dos países, além de evitar conflitos pelo uso da água.
A experiência do SGB no monitoramento hidrogeológico foi fundamental para a consolidação do projeto. Atualmente, o Sistema Aquífero Guarani (SAG) conta com uma rede de 50 poços de monitoramento integrados à Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas (RIMAS), a qual também acompanha outros aquíferos, totalizando cerca de 500 poços distribuídos pelo Brasil.
Por meio da parceria com o MMA, 15 desses poços foram equipados com Plataformas de Coleta de Dados (PCDs), permitindo a transmissão automática e em tempo real das informações de nível d’água e de precipitação. Esses dados são disponibilizados online, possibilitando o acesso e a consulta pelos demais países que compartilham o SAG. As análises químicas complementares das amostras continuam a ser realizadas pela Rede de Laboratórios de Análises Minerais do SGB (Lamin).
“Temos um quadro grande de hidrogeólogos aqui SGB que nos permitiu, além dos estudos, fazer essa rede de monitoramento de águas subterrâneas inédita (Sistema de Monitoramento do Aquífero Guarani)”, destacou a chefe do Departamento de Hidrologia do SGB, Andrea Germano. A engenheira hidróloga reforçou que a parceria permitiu aprimorar a tecnologia e o monitoramento com as estações automáticas. Segundo Germano, o desafio agora é avançar com estudos sobre a integração de águas superficiais e subterrâneas para o uso sustentável dos recursos hídricos.
A diretora do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (DRMA), Iara Bueno Giacomini, reforçou: “Estamos muito felizes porque demoramos todas essas décadas para conseguir instalar essa rede de monitoramento nos quatro países. Então, agora novos esforços estão sendo investidos para ampliar essa rede, ter a manutenção desses poços e também para a construção dessa base de dados – o que fazer com esses dados e como trabalhar com esses dados em nível nacional e nível transfronteiriço também”.
O secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, Adalberto Felício Maluf Filho, enfatizou que o monitoramento apoia as políticas públicas com base em dados e evidências, sendo essencial diante da emergência climática e uso desenfreado de recursos hídricos. “Os aquíferos, em especial o Sistema Aquífero Guarani, não têm a taxa de reposição que historicamente tiveram. Estamos vislumbrando no Brasil a perda de água superficiais e a perda de estoque de águas milenares em alguns aquíferos. Esse é um desafio muito grande”.
Monitoramento transfronteiriço
No webinário, a pesquisadora do SGB Daniele Genaro fez uma apresentação sobre a coleta de dados por meio da rede do SAG. O Sistema tem 35 poços ao todo, sendo 15 no Brasil, oito no Paraguai, seis na Argentina e seis no Uruguai. No território brasileiro, os poços estão no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás.
As estações e os dados são disponibilizados no Sistema de Intercâmbio de Informações, criado no âmbito da cooperação internacional. “Disponibilizamos localização dos poços, dados qualitativos e, nos nossos casos específicos, também informamos sobre a variação do nível das águas dos poços. O Brasil é o único país que está disponibilizando essas informações no sistema”, explicou a pesquisadora, ressaltando que o país gera um grande volume de dados.
Larissa Souza
Núcleo de Comunicação
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