Serviço Geológico do Brasil realiza monitoramento contínuo dos rios da Amazônia

17/02/2025 às 14h20
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Após secas históricas, a Bacia Amazônica dá sinais de recuperação e o SGB intensifica o trabalho para acompanhar elevação dos níveis e possíveis enchentes

São Gabriel da Cachoeira (Foto: Nathália Palheta)

Manaus (AM) - A Bacia Amazônica está em fase de transição para as cheias após enfrentar os últimos dois anos mais secos da história. Durante este período, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) segue com o monitoramento dos rios da região, acompanha a elevação dos níveis hidrológicos e avalia o risco de novos eventos extremos em 2025. 

"A preservação e o manejo responsável dos recursos hídricos depende de dados hidrológicos de qualidade. O SGB visa fornecer esses dados, atuando por meio de monitoramento e previsão com o objetivo de mitigar os impactos de eventos extremos e melhorar a segurança das comunidades ribeirinhas. O monitoramento contínuo e a previsão são fundamentais para proteger tanto ecossistemas, as populações e processos socioeconômicos da Amazônia", afirma o pesquisador do SGB Marcus Suassuna.

O SGB publica boletins semanais com informações sobre níveis dos rios, vazões e previsões hidrológicas nas bacias dos rios Amazonas, Madeira, Acre, Branco e Xingu. Em 2024, devido à seca histórica, a instituição implementou novos pontos de previsão e elaborou modelos matemáticos, inclusive com o uso de Inteligência Artificial, para ampliar e otimizar as previsões. Acompanhe aqui.

Atenção para cheias durante o primeiro semestre

 

Na região amazônica, os períodos de cheias e estiagem são bem definidos. Durante o primeiro semestre do ano, o foco é no monitoramento das cheias, enquanto no segundo semestre o acompanhamento  se concentra nas secas. 

“Caso os rios monitorados entrem em uma condição de alerta, a operação de monitoramento  é intensificada, com a emissão de alertas mais frequentes em caso de eventos extremos. Essas ações visam fornecer informações precisas e tempestivas para auxiliar na gestão de crises e na tomada de decisões por parte dos órgãos competentes”, explica Suassuna.

Cenário atual na Bacia do Rio Amazonas

Na calha principal dos rios Solimões e Amazonas, é observada a transição entre o período de seca e o início das cheias. O pico de cheia no alto Solimões, em Tabatinga (AM) ocorre geralmente em maio. Já ao longo Rio Amazonas e na foz do Rio Negro, nas cidades de Manacapuru (AM), Manaus (AM), Santarém (PA) e Óbidos (PA), os níveis máximos são esperados entre maio e julho. “Até o momento, os níveis dos rios estão dentro da normalidade para esta época do ano, mas o monitoramento contínuo é essencial para acompanhar a evolução das cheias”, enfatiza o pesquisador.

O Alerta de Cheias do Amazonas ocorre ao final dos meses de março, abril e maio com previsões mais específicas sobre os níveis máximos em Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins.

Nos afluentes da margem direita da Bacia do Amazonas, como o Rio Acre, o período chuvoso já começou, com possibilidade de cheias localizadas entre dezembro e abril. O SGB opera o Sistema de Alertas Hidrológicos do Acre (SAH Acre) desde 2014 e, em dezembro de 2024, iniciou a operação de monitoramento das cheias de 2024/2025, monitorando chuvas, vazões e níveis dos rios, além de manter diálogo constante com órgãos estaduais e municipais para mitigar os impactos de potenciais eventos extremos na bacia.

Rio Acre em 2024 (Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp)

Nas bacias dos rios Madeira e Xingu, que passam por Rondônia e Pará, os picos de cheia são esperados entre março e abril. Suassuna detalha: “O monitoramento dessas bacias é realizado ao longo de todo o ano e, atualmente, o foco está no acompanhamento da transição do período seco para o chuvoso, considerando que os níveis máximos anuais devem ocorrer entre março e abril. Atualmente, os rios apresentam condições dentro da normalidade para o período”. 

Já na Bacia do Rio Branco, no estado de Roraima, o regime de cheias tem seu pico entre maio e julho. Nesse momento, a região ainda está no período de vazante. O SGB iniciará a operação de acompanhamento das cheias a partir de maio.

Preocupações para 2025

Apesar da recuperação gradual dos níveis hídricos, a situação na bacia ainda preocupa, destaca Suassuna: “Os eventos extremos dos últimos dois anos evidenciaram a vulnerabilidade da região às mudanças climáticas e a necessidade de ações coordenadas para mitigar os impactos de secas e cheias severas”.

O pesquisador reforça que o SGB seguirá ampliando os esforços de monitoramento e comunicação: “A Bacia Amazônica é um patrimônio natural de importância global, e sua proteção requer o engajamento de todos os setores da sociedade. O SGB segue comprometido em fornecer dados técnicos e científicos de qualidade, contribuindo para a gestão sustentável dos recursos hídricos e a redução dos riscos associados a eventos extremos”.

Acompanhe aqui os boletins do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas.
 

Rafael Costa 
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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