Serviço Geológico do Brasil e Universidade Federal do Paraná firmam parceria para estudar erosão costeira

08/01/2025 às 13h41
Ouvir Notícia

Acordo de Cooperação Técnica visa troca de dados e informações para avanço do conhecimento sobre a dinâmica e monitoramento costeiro das praias Central e Brejatuba, em Guaratuba (PR)

Fonte: Muzzammil Mohabir/Pexels 

Brasília (DF) – Parceria entre o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) apoiará a gestão costeira nas praias Central e Brejatuba, em Guaratuba (PR). As instituições assinaram em dezembro um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para conduzir estudos que ajudem a gerir problemas costeiros, como erosões da orla –  questão recorrente no estado, que se intensificou com o aumento da  urbanização.

Essa é a terceira parceria firmada dentro do projeto Dinâmica Costeira. O SGB já tem estudos em andamento em São Vicente (SP) e em Maricá (RJ).

A parceria prevê a troca de dados e informações técnico-científicas para aprofundar o conhecimento sobre a dinâmica e monitoramento costeiro das praias; ambientes naturalmente frágeis pela variação da linha de costa. As primeiras atividades de coleta estão previstas para o primeiro trimestre de 2025.  

“O estudo baseia-se na compreensão da dinâmica costeira ao longo de 2 anos para permitir identificar as áreas que estão mais sujeitas à perda de faixa de areia por eventos de ressaca, por exemplo, ou trechos de acúmulo de sedimento”, explica Marcelo Jorge, pesquisador do SGB e coordenador do projeto Dinâmica Costeira.

Jorge ressalta que o conhecimento gerado é importante para o planejamento urbano, considerando as condições naturais do local, mudanças climáticas e alterações da linha de costa. “O objetivo final do nosso trabalho é gerar documento que oriente órgãos gestores, entendendo quais processos causam prejuízos em suas praias, entender qual a velocidade desses fenômenos, urgência ou não de interferências, priorizar atenção sobre determinada área e estimar cenário futuro”.

O professor Carlos Guedes, do Departamento de Geologia da UFPR, reforça que o ACT fortalece os projetos de pesquisas do Laboratório de Estudos Costeiros (LECOST): “Com essa parceria, podemos avançar para criar um banco de dados, pois o SGB tem um importante papel como instituição mantenedora de dados, além de ter experiência na parte de gerenciamento costeiro. Teremos um ganho em termos de alcance, divulgação e de preservação dos dados que serão levantados”.

Parcerias com universidades

O SGB tem ampliado os estudos do projeto Dinâmica Costeira em parceria com universidades. Esse é um trabalho pioneiro, que visa o avanço do conhecimento geocientífico para apoiar políticas públicas. O primeiro estudo foi realizado em São Vicente, no litoral de São Paulo, em parceria com a defesa civil municipal e a Universidade Santa Cecília (Unisanta). O relatório dsse estudo está na fase final de elaboração, com previsão de entrega no primeiro semestre de 2025.

Além disso, o SGB também iniciou parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) para estudos em Maricá. A primeira etapa – coleta de sedimentos de praia, sobrevoo com drones e levantamento de geoindicadores – ocorreu em novembro de 2024.

A chefe da Divisão de Gestão Territorial, Maria Adelaide Mansini Maia, avalia que o projeto é uma importante iniciativa para apoiar projetos voltados à compreensão da dinâmica costeira no litoral brasileiro. Ela explica que, para o trabalho, são usadas tecnologias inovadoras: “Além de adotar metodologias tradicionais, como o uso de geoindicadores, análise granulométrica de sedimentos e estudos multitemporais de alteração da linha de costa, a iniciativa incorporou, de forma inovadora, a tecnologia de levantamentos topográficos para determinação de perfis de praia, utilizando drones equipados com sensores LiDAR”.

Essa técnica traz maior precisão à coleta de dados, amplia o detalhamento da análise das alterações costeiras e fornece dados mais robustos para a gestão e conservação dessas áreas sensíveis.

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

Outras Notícias

Estudo sobre a Elevação do Rio Grande detalha ambiente costeiro do passado

Entre os resultados, destaca-se a grande quantidade de fósseis de algas vermelhas, organismos que vivem predominantemente em águas rasas

08/01/2025

Manaus: Rio Negro tem subida média diária de 20 cm e alcança 19,57 m

Conforme o Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil, Bacia do Rio Solimões segue com elevações, tendo níveis próximos da faixa da normalidade

07/01/2025

Novas ocorrências de grafita são identificadas no norte de Tocantins

Localizados próximos aos municípios de Araguanã e Xambioá, um dos jazimentos possui cerca de 200 milhões de toneladas de xisto

07/01/2025