Rio Paraguai atinge nova mínima histórica em Ladário (MS) e Porto Murtinho (MS)

16/10/2024 às 20h49
 | Atualizado em: 16/10/2024 às 20h53
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Dados são apresentados em boletim de monitoramento hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil 

Foto: Lucas Ninno

Brasília (DF) – Em cenário de seca extrema, o Rio Paraguai registrou, nesta quarta-feira (16), novas mínimas históricas. Na estação de monitoramento em Ladário (MS), a cota observada foi de -68 cm. Essa é a menor marca registrada no local nos últimos 124 anos. Em Porto Murtinho (MS), próximo ao trecho em que o rio sai do território nacional, a cota também chegou ao valor mais baixo já observado (60 cm) e está 13 cm abaixo da marca mínima anterior, registrada há mais de 50 anos. Os dados são apresentados no boletim de monitoramento hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Essa situação é resultado das chuvas abaixo do normal na região do Pantanal e pode ainda se agravar. “Com base no prognóstico e nas informações passadas, é provável que o nível do rio em Ladário continue baixo e, considerando os anos mais críticos, pode permanecer abaixo de 10 cm até a primeira quinzena de dezembro. Isso sugere que o rio pode descer ainda mais ou se manter nesse patamar crítico por algumas semanas”, indica o boletim do SGB.

Para as próximas duas semanas, há previsões de um total de 32 mm de chuva. Caso se concretize, pode sinalizar o início da recuperação dos níveis, principalmente nas regiões de Cáceres, Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho. A cota de Ladário serve como referência para a Marinha na análise das condições para navegação e definição de medidas de restrições.

Durante a estação chuvosa – outubro de 2023 a setembro de 2024 –, foi registrado um déficit acumulado de 395 mm de chuvas. O total estimado foi de 702 mm, enquanto a média esperada seria de 1.097 mm. De 2020 a 2024, o déficit acumulado foi de aproximadamente 1.020 mm, valor equivalente ao total de um ano hidrológico, ou seja, é como se, nos últimos 5 anos, tivesse faltado um ano inteiro de chuvas.

Apoio aos municípios

Além de monitorar, o SGB também apoia os municípios com o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), em períodos de crises hídricas. O SIAGAS é um banco de dados que reúne informações de poços perfurados no Brasil, com mais de 371 mil cadastrados, sendo 14 mil na Região Centro-Oeste. Disponível para consulta pública, o sistema apresenta informações sobre fontes de águas subterrâneas. Desse modo, permite identificar poços dos quais seja possível extrair água para usos doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades. Esse projeto é fundamental para a gestão de políticas públicas, tanto em nível nacional como estadual e sub-regional.

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br  

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