Rio Negro tem mínima histórica e segue em processo de descida em Manaus (AM)

08/10/2024 às 21h53
 | Atualizado em: 08/10/2024 às 22h39
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Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil indica que cota tem descido cerca de 12 cm por dia

Foto: Carlos da Mata


Manaus (AM) – O processo de descida segue no Rio Negro em Manaus (AM) e, nesta terça-feira (8), foi observada a marca de 12,17 m no Porto, conforme indica o 42º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Essa cota é a menor  desde o início do monitoramento em 1902, ou seja, em 122 anos, e deve continuar alcançar patamares ainda menores, conforme as projeções.

“Já observamos o início das chuvas em algumas parte da bacia, como próximo em Tabatinga (AM), mas o volume não é suficiente para o nível dos rios começar a subir de forma consistente”, explica o coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico, Artur Matos. O pesquisador completa que tem sido observada a diminuição da taxa de descida do Rio Negro. “Em Manaus, estávamos com valores de 25 cm por dia e hoje foi observada redução de 12 cm por dia. A tendência é que a taxa diminua, mas o nível ainda deve continuar reduzindo nas próximas semanas”.

No Rio Solimões, que influencia o comportamento do Rio Negro em Manaus, a recessão continua. Na estação de Tabatinga (AM), o rio tem descido uma média de 8 cm por dia. Fonte Boa (AM) e Itapéua (AM) são registradas descidas de 2 cm diários. As estações registraram mínima histórica de 7,19 m e -29 cm, respectivamente. Em Manacapuru (AM), o rio segue declinando cerca de 7 cm por dia e o último dado observado indica a mínima histórica de 2,13 m.

O Rio Amazonas também registrou nesta semana mínimas históricas em Careiro da Várzea (AM) e Itacoatiara, que chegaram a 8 cm; em Parintins (AM), que chegou a -2,42 m; e em Almeirim (AM), onde foi observado o recorde de 1,74 m.

Em Porto Velho (AC), o Rio Madeira está na marca de 35 cm. A cota está 10 cm acima da mínima registrada no mês passado: 25 cm. O Rio Acre na cidade de Rio Branco (AC) apresentou estabilidade nos processos de descida, apesar disso, os níveis ainda estão baixos para o período. A cota é de 1,29 m. 

Na Bacia do Rio Branco, os níveis estão dentro da faixa da normalidade. 

Confira as estações da Bacia do Rio Amazonas que já registram as mínimas históricas neste ano:

Rio Município Cota mínima recorde em 2024 Data da mínima Mínima anterior
Negro Manaus (AM) 12,17 m 08/10/2024 12,70 m (2023)
Solimões

Tabatinga (AM)

-2,54 m 26/09/2024

-86 cm (2010)

Solimões

Fonte Boa (AM)

7,19 m

08/10/2024

8,02 m (2010)

Solimões

Itapéua (AM)

-29 cm

07/10/2024

1,31 m (2010)

Solimões

Manacapuru (AM)

2,13 m

08/10/2024

3,11 m (2023)

Acre

Rio Branco (AC)

1,23 m

21/09/2024

1,24 m (2022)

Purus

Beruri (AM)

3,50 m

04/10/2024

4,07 m (2023)

Madeira

Porto Velho (RO)

25 cm

23/09/2024

1,10 m (2023)

Madeira

Humaitá (AM)

8 m

30/09/2024

8,10 m (2023)

Amazonas Careiro da Várzea (AM) 8 cm 06/10/2024 30 cm ( 2023)
Amazonas Itacoatiara (AM) 8 cm 08/10/2024 36 cm (2023)
Amazonas Parintins (AM) -2,42 m  07/10/2024 -2,17 m (2023)
Amazonas Almeirim (PA) 1,74 m 08/10/2024 1,95 m (2023)

 

O valor da cota abaixo de zero não significa a ausência de água no leito do rio. Esses níveis são definidos com base em medições históricas e considerações locais, sendo que, mesmo quando o rio registra valores negativos, em alguns casos ainda há uma profundidade significativa. 

Apoio aos municípios
Além dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB disponibiliza aos gestores públicos o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Esse é o principal repositório de dados de poços no Brasil, que pode ser usado para identificar fontes de abastecimento.  O SGB também realiza o mapeamento de áreas de risco geológico, identificando e caracterizando porções do território municipal sujeitas a perdas e danos por eventos de natureza geológica. Esse trabalho é uma importante ferramenta para a tomada de decisões sobre redução de riscos, prevenção de desastres e ordenamento territorial. 


Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. 

As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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