Rio Negro já está mais de 3 metros abaixo da cota de normalidade em Manaus (AM)

13/09/2024 às 22h03
 | Atualizado em: 16/09/2024 às 13h07
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Nesta sexta-feira (13), rio chegou à marca de 16,75 m na capital amazonense, conforme aponta o Serviço Geológico do Brasil

Foto: SGB/Divulgação

Manaus (AM) – O Rio Negro segue em processo de descida e chegou à cota de 16,75 m em Manaus (AM). Essa marca está 3,7 m abaixo da faixa de normalidade para o período. De acordo com monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB), as descidas têm sido de 24 cm por dia na estação. Os dados são apresentados no 37º Boletim de Alerta Hidrológico, publicado nesta sexta-feira (13), na plataforma SACE.

“Não há projeções de melhoria a curto prazo, e a tendência é que o nível do rio continue a descer nos próximos dias”, explica o pesquisador em geociências Andre Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus do SGB (SUREG-MA). A mínima histórica registrada em Manaus foi de 12,7 m em outubro de 2023.

Níveis baixos e mínimas históricas na Bacia do Amazonas

Na maioria das estações da Bacia do Amazonas, os níveis estão abaixo da faixa da normalidade. Em Tabatinga (AM), o Rio Solimões registrou, nesta sexta (13), a mínima histórica (desde 1983): -1,79 m. Na estação de Itapéua (AM), a cota atual é de 2,3 m – a 3ª menor da história, atrás de 1,46 m em 2023 e de 1,3 m em 2020. Fonte Boa (AM) está na marca de 10,16 m – a 8ª mais baixa da história.

O Rio Madeira chegou a 60 cm em Porto Velho (RO), a menor cota da série histórica, desde 1967. Já o Rio Acre, na cidade de Rio Branco (AC), está na cota de 1,28 m – a segunda mínima histórica, atrás da marca de 1,24 m, registrada em 2022. 

Seca no Pará

“O estado do Pará também é afetado pela seca que se estende a praticamente todo o braço direito do Rio Amazonas e também pela região do Pantanal. Em alguns pontos, como São Félix do Xingu (PA), o nível do rio está entre os 10 menores já observados em toda a série histórica (desde 1977)”, explica o engenheiro hidrólogo Artur Matos, coordenador nacional do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH). Conforme o SACE, a cota registrada nesta sexta-feira (13) é de 3,37 m na estação Boa Sorte.

Em outros pontos, como no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), o nível é também o menor já observado para o período, desde 1968. No Rio do Amazonas, em Óbidos (PA), a última cota observada foi de 1,17 m – o menor nível para essa data, desde 1967. “O nível da água dos rios foi afetado pela falta de chuvas durante o ano. A vegetação seca, em decorrência da falta de chuva, gera condições favoráveis para as queimadas”, ressalta Matos.


Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações da RHN, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. 

As informações – coletadas por equipamentos automáticos ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros – são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.



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