Rio Madeira: em cenário de seca extrema, Porto Velho (RO) ganha nova régua com marca até a cota 0

09/09/2024 às 20h57
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Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) indica que cota chegou à mínima histórica de 75 cm nesta segunda-feira (9)

Foto: SGB/Divulgação

Porto Velho (RO) – Devido à estiagem severa que afeta o Rio Madeira, em Porto Velho (RO), o Serviço Geológico do Brasil (SGB) instalou uma nova régua linimétrica, que marca de 1 m até a cota 0, para monitorar o nível. A instalação, realizada pela equipe da Residência de Porto Velho (REPO), ocorreu nesta segunda-feira (9). Além das réguas, o SGB também opera Plataformas de Coleta de Dados (PCD) para monitoramento automático dos níveis. As informações são transmitidas em tempo real e disponibilizadas na plataforma SACE.

De acordo com os dados, o Madeira teve ainda mais redução e alcançou a mínima histórica na manhã desta segunda (9), em Porto Velho (RO): 75 cm. Essa é a menor marca desde 1967, quando o SGB iniciou o monitoramento do rio. Caso o nível fique abaixo da marca 0, pode ser instalada nova régua para medir os lances negativos. 

Foto: SGB/Divulgação

“Desde semana passada, a cota ultrapassou a mínima histórica de 1,10 m e segue em ritmo de descida. O ano hidrológico começa em outubro e não observamos volume de chuva significativo para a região nos próximos dias. Então teremos pelo menos mais 30 dias de estiagem e, se houver um atraso nas chuvas, esse período vai ser ainda maior", explica o engenheiro-hidrólogo Guilherme Jordão Cardoso, da REPO. Na quinta-feira (5), foi realizada medição de vazão no Rio Madeira, sendo registrado o menor volume de água da história: 2.913 m³/s.

O cenário é decorrência do que ocorreu no ano passado, quando o rio chegou a níveis baixos, houve atraso no período chuvoso e mesmo as chuvas foram insuficientes para uma recuperação. O pesquisador ressalta que, desde junho e julho, começaram a ser registradas cotas abaixo da faixa de normalidade no Rio Madeira, em Porto Velho (RO): “Observamos níveis que só ocorrem no final de setembro, e agora já estamos com mínimas históricas”. 

A situação impacta o abastecimento de água para comunidade, afeta a geração de energia e causa prejuízos ao transporte fluvial, detalha o engenheiro-hidrólogo: “O Rio Madeira é uma das hidrovias mais importantes do país, abastece o estado de Rondônia e escoa diversos produtos. Seu nível é de extrema importância, pois há diversos pontos que formam praias, além de paredões rochosos. Isso dificulta a navegação durante os períodos de estiagem”. No Madeira operam duas usinas hidrelétricas: a de Santo Antônio, que o opera em Porto Velho; e a de Jirau, a 120 quilômetros da capital. 

Às terças e sextas o SGB divulga Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Madeira, com as cotas observadas na região. Para ter acesso, basta clicar aqui

Desde março o SGB tem compartilhado as previsões sobre a seca acentuada na Bacia do Rio Madeira, em reuniões institucionais e por meio da emissão dos boletins de monitoramento. As informações apoiam a tomada de decisões que visem reduzir os impactos da seca na bacia, que é uma das principais hidrovias do país. Além disso, são realizados estudos para identificar os melhores locais para a perfuração de poços destinados ao abastecimento público. No estado existem mais de 4 mil poços cadastrados no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (Siagas).


Parceria

 

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações da RHN, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. 

As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.

Núcleo de Comunicação
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