Rio Madeira: cota se aproxima dos 2 m em Porto Velho (RO)

06/08/2024 às 19h48
 | Atualizado em: 06/08/2024
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Informações são apresentadas em Boletim de Monitoramento Hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil nesta terça-feira (6) 

Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace

Porto Velho (RO) – O Rio Madeira já se aproxima da cota dos 2 m em Porto Velho (RO), de acordo com o Boletim de Monitoramento Hidrológico divulgado nesta terça-feira (6) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Essa é a menor marca registrada para o período e indica a gravidade do cenário. No entanto, há previsões de chuvas para os próximos dias, que podem amenizar a seca e provocar repiquetes no rio, ou seja, elevações dos níveis dos rios dentro do período de vazante.

“Desde domingo, foram observadas chuvas na região do Rio Mamoré, no município de Guajará-Mirim, e isso pode impactar o cenário na Bacia do  Rio Madeira, especialmente em Porto Velho, que está abaixo da faixa de normalidade. Isso porque as águas que passam pelo Mamoré se juntam ao Rio Madre de Dios e formam o Madeira, chegando posteriormente à capital do Estado de Rondônia. Portanto, são esperados repiquetes nas próximas semanas”, explica o pesquisador em geociências do SGB Marcus Suassuna, responsável pela operação do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Madeira.

Apenas em Guajará-Mirim, o rio está dentro da faixa de normalidade, com a cota de 5,94 m. Na estação de Jirau Jusante Beni, no município de Nova Mamoré, a cota é de 10,10 m; e, em Ji-Paraná, a marca está em 6,27 m. É importante ressaltar que as cotas indicadas nos gráficos e tabelas são valores associados a uma referência de nível local e arbitrária, válida para as réguas linimétricas específicas de cada estação.

Fonte: SGB

 

Chuvas abaixo da média causam vazante acentuada

O Rio Madeira chegou a níveis muito baixos na região de Porto Velho, antes da época prevista, principalmente devido às chuvas abaixo da média entre novembro de 2023 e abril de 2024. Como o Madeira enfrentou uma seca severa, as chuvas não foram suficientes para repor os níveis. No dia 6 de outubro do ano passado, foi registrada a cota mais baixa da história: 1,10 m. Esse cenário culminou no quadro atual. 

Diante das projeções, é esperado que a seca deste ano seja tão grave quanto as dos últimos anos, em que os níveis ficaram abaixo dos 2 m. A situação provoca impactos principalmente na navegação e na geração de energia elétrica, assim como sobre a disponibilidade hídrica, potencialmente afetando o abastecimento e o setor produtivo. O Madeira é uma das principais hidrovias do país, usada para transporte fluvial de carga e de passageiros.

Previsões do SGB apoiam tomada de decisões

 

As previsões do SGB são essenciais para apoiar gestores públicos na tomada de decisões que visem reduzir os impactos da seca na região. Desde março, esses dados têm sido apresentados em reuniões interinstitucionais e divulgados para a população. 

Em Rondônia, o SGB realiza estudos – em parceria com outros órgãos e prefeituras – para identificar os melhores locais para a perfuração de poços destinados ao abastecimento público, de modo a garantir água de qualidade para a população. No estado, existem mais de 4 mil poços cadastrados no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas.

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