Pesquisadores do SGB participam de discussões sobre sustentabilidade e clima em Natal

13/09/2024 às 20h58
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Evento ocorreu de 9 a 13 de setembro, no Complexo Tecnológico de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Imagem: Divulgação evento

Natal (RN) – Nesta semana foi realizado em Natal o XIX Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário (ABEQUA), no Complexo Tecnológico de Engenharia (CTEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Neste ano, o tema foi “ABEQUA 40 anos: Conectando Sustentabilidade e Quaternário”.

Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) participaram de discussões sobre sustentabilidade, clima, evolução costeira, transição energética, entre outras. Na quarta-feira (11), o oceanógrafo Márcio Valle palestrou sobre o projeto Plataforma Continental Rasa do Brasil, que vem sendo executado pelo SGB há 20 anos e visa mapear essa região. “A Plataforma Continental Rasa Brasil é a porção do território brasileiro que está debaixo da água e que vai da linha de costa até 30 metros de profundidade. Estamos de novo voltando na etapa de expansão, coletando novos dados na margem equatorial do Rio Grande do Norte”, informou.

Foto: Divulgação SGB

Valle também comentou que participar do Congresso foi fundamental para o SGB, “pois o estudo do Quaternário – período dos últimos 2,6 milhões de anos – nos ajuda a entender as transformações recentes da Terra e projetar cenários futuros. 

A presença da Divisão de Geologia Marinha marca o retorno institucional ao evento, após cerca de dez anos sem participação. Esse congresso reuniu especialistas de diversas áreas das geociências, tanto do Brasil quanto do exterior. Foi uma oportunidade valiosa de troca de conhecimentos sobre o impacto da humanidade no planeta”, ressaltou.

Na sexta-feira (13), foi a vez do geólogo do SGB Eugênio Frazão abordar o Projeto PROAMAZONAS: Mapeamento de detalhe do Banco do Álvaro na Margem Equatorial Brasileira. Segundo Frazão, o estudo do período Quaternário é fundamental para compreender os processos geológicos recentes e suas implicações na vida humana, além de identificar ciclos e processos recorrentes na história geológica da Terra. 

Foto: Divulgação SGB

“Este período, o mais recente da história geológica do planeta, é dividido em duas épocas: o Pleistoceno, que ocorreu entre 2,58 milhões de anos e 11.700 anos atrás, e o Holoceno, que se estende de 11.700 anos até o presente. As pesquisas sobre o Quaternário são relevantes para setores como engenharia costeira, recuperação de praias, petróleo e gás, energias renováveis, mineração e segurança na navegação”, explicou. 

O congresso ofereceu uma programação com minicursos, simpósios e sessões temáticas. Além disso, os participantes puderam visitar estandes de importantes instituições e empresas, entre eles o do SGB, onde puderam conhecer os trabalhos de mapeamento geológico, pesquisas sobre a dinâmica costeira e outras ações voltadas para o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental. O espaço proporcionou ainda um ambiente para troca de conhecimentos e discussão sobre os desafios atuais no campo da geologia.

Margens Equatoriais

A Margem Equatorial vem sendo tratada como fronteira exploratória há alguns anos. Após a descoberta do Pré-Sal em 2006, outros campos promissores na Margem Equatorial da África foram descobertos, como o campo de Jubilee, no Golfo da Guiné, em Gana, descoberto em 2007.

A Nigéria é outro país da Margem Equatorial Africana com produção elevada de hidrocarbonetos, sendo o maior país de produção da África e o 13º maior produtor do mundo.

No lado das Américas, a Guiana lidera a exploração na Margem Equatorial. Em 2015 foi descoberto o campo de Liza, e atualmente as estimativas são de 11 bilhões de barris de petróleo equivalente recuperáveis. A meta da ExxonMobil, empresa que descobriu o campo de Liza, é elevar essa produção na Guiana para 1,2 milhão de barris por dia até 2027.

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