Número de áreas de risco mais que dobrou em Garanhuns (PE), entre 2015 e 2023

28/08/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
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Novo estudo do Serviço Geológico do Brasil indica que município tem 10 setores com potencial de sofrer danos por processos erosivos, deslizamentos, rastejos, inundações e enxurradas

Moradias na crista de encosta no Morro dos
Macacos (Imagem de drone cedida pela Defesa Civil de Garanhuns)
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou os resultados da atualização de mapeamento de áreas risco no município de Garanhuns, em Pernambuco. De acordo com o novo estudo, realizado em março, os setores com potencial de sofrer danos aumentaram de quatro para 10, entre 2015 e 2023. O relatório, publicado em julho no Repositório Institucional de Geociências (RIGeo), está disponível aqui. Na cartografia de risco geológico, os pesquisadores atribuem o cenário principalmente ao crescimento urbano desordenado. Com o aumento das áreas de risco, também subiu para 1.688 o número de pessoas em moradias de risco e para 422 o total de imóveis nos setores mapeados. No levantamento anterior, eram 380 habitantes nessa situação e 95 casas. Os danos que podem ocorrer estão associados aos processos de erosão (ravinas e voçorocas), deslizamentos, rastejos, inundações e enxurradas. Dos setores mapeados, cinco têm risco “alto”, e outros cinco têm risco “muito alto”. No relatório, o SGB também indica áreas com risco “baixo” e “médio”, que precisam ser monitoradas para evitar evolução do grau de risco. Segundo o estudo, os problemas podem ocorrer nas seguintes localidades: Rua Raimundo Rodrigues Sampaio, Rua dos Emboabas, Rodovia Mestre Dominguinhos (Morro dos Macacos), Rua dos Operários, Rua Flávio Pereira Brito (Village), Rua Siqueira Campos (Distrito de São Pedro), BR-424 (Bairro Magano), Giradouro, entre BR-232 e BR-424, Rua Getúlio Zoobi Júnior (Condomínio Vale Verde) e Ferro Velho da Resenha (Bairro Aloísio Pinto).
Políticas públicas para prevenção a desastres

Com o objetivo de auxiliar na adoção de medidas para reduzir os impactos ou erradicar os riscos geológicos, o SGB apresenta uma série de recomendações. A primeira delas é avaliar a possibilidade de, durante o período de chuvas, remover moradores que se encontram nas áreas de risco ou realocá-los temporariamente para locais seguros. Outra recomendação é desenvolver estudos de adequação do sistema de drenagem pluvial e de esgoto para evitar que o fluxo seja direcionado sobre a face dos taludes ou encostas. O estudo do SGB gera aos gestores públicos subsídios técnicos para elaboração de políticas públicas habitacionais, de saneamento básico, de planejamento urbano e de prevenção de desastres. Além disso, é um instrumento importante para apoiar a seleção de áreas prioritárias, a serem contempladas por ações e obras destinadas a mitigar ou erradicar riscos geológicos. Os dados também embasam as ações dos órgãos de fiscalização voltadas à inibição da expansão das áreas de risco. Desse modo, o SGB contribui para resguardar a vida de pessoas que estão em setores de vulnerabilidade, evitar perdas materiais e impulsionar o desenvolvimento regional. Esse trabalho está ainda alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial aos ODSs 1, 2, 9, 11, 12 e 13, que tratam de: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; indústria, inovação e infraestrutura; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima.
Áreas de risco em Pernambuco

O SGB já realizou mapeamento em 102 municípios do estado de Pernambuco e identificou 776 áreas de risco. Segundo os estudos, 211 mil pessoas vivem nos setores mapeados.
Núcleo de Comunicação
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