Pesquisadores do SGB realizaram avaliação geotécnica para identificar riscos geológicos e garantir a segurança de turistas e moradores que visitam a região
 

Seridó (RN) – Um estudo recente, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil, em parceria com o Consórcio Público Intermunicipal Geoparque Seridó (CPIGS), vai colaborar para a segurança dos turistas e moradores que visitam o Geoparque do Seridó, localizado no estado do Rio Grande do Norte. O relatório, que faz parte do projeto “Avaliações Geotécnicas em Atrativos Geoturísticos”, avalia diversos pontos de riscos e falhas geológicas e a ação da água sobre as rochas existentes, em 21 geossítios da região, além de apresentar recomendações para prevenção de desastres.

Considerado Patrimônio Mundial pela Unesco, em 2022, o parque – que abrange uma área de 2,8 mil quilômetros quadrados em seis municípios do Seridó potiguar – tem atraído cada vez mais visitantes por suas belezas naturais e relevância geológica, especialmente após o fenômeno da "Sangria do Gargalheiras", que coloriu de forma inusitada as águas do açude.

De acordo com o pesquisador de Geociências do SGB Ivan Bispo de Oliveira Filho, um dos idealizadores do trabalho, são recomendadas a implementação de medidas preventivas para garantir a segurança dos visitantes e moradores, além de identificar potenciais riscos geológicos e hidrológicos. 

“Medidas de segurança são essenciais para minimizar os riscos. A instalação de placas informativas alertando sobre os perigos geológicos, o treinamento de guias turísticos para acompanhar os turistas e a realização de programas de educação ambiental para a comunidade são medidas simples, que podem salvar vidas. Em alguns casos, intervenções estruturais, como a construção de barreiras de contenção ou a adequação das trilhas em pontos estratégicos, também podem ser necessárias”, destaca Bispo.

Para o trabalho de identificação desses riscos, foram utilizadas tecnologias como drones e métodos de análise de perigo, incluindo a delimitação de áreas críticas e de dispersão em locais como os Cânions dos Apertados, a Serra da Rajada e o Vale Vulcânico.  

O estudo abrangeu importantes pontos turísticos como os Cânions dos Apertados, Mina Brejuí, Lagoa do Santo, Pico do Totoró, Cruzeiro de Acari, Açude Gargalheiras, entre outros. Já as medidas recomendadas variam de acordo com o tipo e a intensidade do risco em cada local.

Responsabilidade compartilhada

Com a adoção de medidas adequadas de segurança, o Geoparque Seridó poderá continuar a ser um destino turístico apreciado por sua beleza natural e relevância geológica, sem colocar em risco a vida de seus visitantes. Ações conjuntas, entre os diferentes atores envolvidos, são essenciais para garantir um futuro seguro e sustentável para esse importante patrimônio natural.

O pesquisador salientou também que a realização do estudo geotécnico demonstra o compromisso com a segurança e a preservação do Geoparque Seridó. “As medidas recomendadas, além de protegerem vidas, contribuirão para o desenvolvimento sustentável do geoturismo na região”, concluiu.

A publicação está disponível no Repositório Institucional de Geociências. Para ter acesso, basta clicar aqui.

Avaliação Geotécnica em Atrativos Geoturísticos

Desde o desabamento das rochas nos Cânions de Capitólio (MG), em janeiro de 2022, os pesquisadores do SGB realizam estudos em atrativos turísticos para avaliar as áreas de risco. Foram feitas análises em atrativos de Alagoas (Cânions do Xingó), Amazonas (Presidente Figueiredo), Bahia (Cânions do Subaé e Cânions do Xingó), Maranhão (Chapada das Mesas), Minas Gerais (Serra da Canastra), Pernambuco (Fernando de Noronha), Piauí (Cânion do Poti e Serra da Capivara), Rio Grande do Norte (Morro do Careca e Seridó), Rio Grande do Sul (Torres), Rondônia e Roraima (Serra do Tepequém) e em Sergipe (Cânions do Xingó).

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