Brasil e França dialogam sobre fortalecimento e expansão de parceria técnico-científica 

26/09/2024 às 19h49
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Representantes do Serviço Geológico do Brasil e do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França se reuniram nesta terça-feira (24), na sede do SGB, em Brasília

Foto: Gustavo Serrate/SGB

Brasília (DF) – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o Instituto Nacional Francês para o Desenvolvimento Sustentável (IRD) se reuniram nesta terça-feira (24) para dialogar sobre o fortalecimento e expansão da parceria técnico-científica entre as duas instituições. Na sede do SGB, em Brasília, as diretoras Alice Castilho, de Hidrologia e Gestão do Territorial; e Sabrina Góis,  de Infraestrutura Geocientífica, acompanhadas de assessores, receberam a presidente do IRD, Valérie Verdier.

As instituições científicas já têm parceria consolidada desde 2008, para o desenvolvimento de pesquisas que visem o monitoramento de rios por satélites. A diretora Alice Castilho destacou  a importância desse trabalho conjunto: “Essa nova tecnologia contribui para ampliar o conhecimento sobre os rios do país”.

Com as articulações, pretende-se ampliar a linha de atuação para outras áreas, como geologia e recursos minerais, com foco em minerais estratégicos, além de promover a capacitação de profissionais. Na ocasião foram apresentados projetos do SGB. A diretora Sabrina Góis falou sobre algumas das ações desenvolvidas pela Diretoria de Infraestrutura Geocientífica, com ênfase nos projetos na área de inteligência artificial (IA), nas atividades do Museu de Ciências da Terra (MCTer) e no SGBeduca. 

Os assessores da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) Anderson Dourado e Marcos Vinicíus Ferreira destacaram a importância do mapeamento geológico realizado em todo o país e das pesquisas de recursos minerais focadas em impulsionar a transição energética a partir da geração de dados pré-competitivos na área de recursos minerais, de forma a impulsionar os investimentos no setor mineral. Além disso, falaram sobre o potencial brasileiro na área de geologia marinha.

Novas oportunidades 


Para o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do SGB, Rafael Duarte, os diálogos evidenciam a importância das conexões estabelecidas com organismos internacionais pelo diretor-presidente, Inácio Melo. “A vinda da presidente do IRD, com quem a gente já tem um projeto de longa data, mostra que estamos em um momento-chave para ampliar nossa cooperação com instituições francesas e sobretudo firmar parcerias que permitam o desenvolvimento virtuoso das nossas competências”.

A presidente do IRD salientou o interesse em ampliar os trabalhos entre o IRD e o SGB para gerar soluções que beneficiem a sociedade “Esse é um diálogo importante para reforçar a colaboração entre as instituições, uma colaboração histórica, principalmente na área de hidrologia espacial. Queremos reforçar não apenas a cooperação bilateral, mas também multilateral com os países da região, incluindo a Guiana Francesa, e com países da África, onde temos vários projetos em desenvolvimento”.

Novas reuniões serão realizadas entre as instituições para identificar oportunidades de cooperação na nas áreas de pesquisas minerais e mapeamentos geológicos, disseminação geocientífica – com projetos nas áreas de educação – e cooperação científica e tecnológica com outros países.


Parceria para monitoramento hidrológico por satélites

O acordo de cooperação técnica entre o SGB e o IRD possibilita o desenvolvimento de tecnologias de sensoriamento remoto e pesquisas aplicadas a estudos e monitoramento hidrológicos. Na quarta-feira (25), o pesquisador do SGB Daniel Moreira falou sobre o projeto durante evento promovido pela instituição francesa na Universidade de Brasília (UNB) com outros parceiros. Moreira realizou apresentação com o tema Monitorando Água Doce a partir do Espaço: Ciência e Gestão de Recursos Hídricos em Benefício da Sociedade.

“O sensoriamento remoto foi o ponto-chave para aumentar o conhecimento hidrológico do território brasileiro – principalmente de áreas onde temos um vazio de monitoramento. Na região amazônica, por exemplo, existe uma dificuldade de monitoramento devido a sua grande extensão e aos limites que se estendem para além de nossas fronteiras, e cujas águas escoam em direção ao nosso território", disse o pesquisador. Moreira reforçou que a parceria permitiu ampliar a capacidade técnica do SGB: “Nesses 17 anos nos capacitamos nessas tecnologias de sensoriamento remoto, contribuímos com o desenvolvimento científico das mesmas e hoje fazemos aplicações em diversos estudos”. 

O uso de dados de sensoriamento remoto tem sido aplicado na operação dos Sistemas de Alerta Hidrológico das bacias dos rios Amazonas e Paraguai (Pantanal), além de serem usados na operação da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN). 

Por meio desse acordo, o SGB e o IRD atuam também na missão SWOT, realizada pela Nasa e pela Agência Espacial Francesa (CNES). As instituições lideram o projeto do time científico denominado SAMBA (Swot for AMazon BAsin), para validação e pesquisas relacionadas à missão SWOT na bacia Amazônica.

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