Mapeamento do Serviço Geológico do Brasil identifica 18 áreas de risco em Arcoverde (PE)

22/08/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
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Estudo contribui para elaboração de políticas públicas que protejam a vida dos cidadãos

Casas construídas na área de base da encosta (Foto: SGB)
O município de Arcoverde, em Pernambuco, tem 18 áreas com potencial de sofrer perdas ou danos por enxurradas, inundações, corridas de massa, corridas de detritos, deslizamentos e quedas de blocos. É o que revela a Cartografia de Áreas de Risco Geológico, elaborada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e publicada em julho, no Repositório Institucional de Geociências (Rigeo). O documento está disponível aqui. De acordo com o trabalho de campo realizado em maio, há 399 moradias e 1.932 pessoas nas áreas de risco. Dos setores mapeados, 11 foram classificados como de risco “alto” e sete de risco “muito alto”, devido ao alto grau de vulnerabilidade. O SGB atribui o risco de inundação a problemas de falta de planejamento urbano e estruturais. “Muitas residências estão construídas em cima do curso de drenagem ou próximas à planície de inundação do rio. O despejo de lixo nas drenagens potencializa o risco de inundações”, indica o relatório. Em relação aos riscos associados a processos de movimentos gravitacionais de massa (corridas de massa, corridas de detritos, deslizamentos e quedas de blocos), a causa é a construção de moradias “muito próximas à crista de encostas, próximas (ou encaixadas) a cortes e aterros em taludes”, aponta o documento. As áreas que podem ser impactadas estão nos seguintes endereços: Rua Arcelino de Brito, Rua Fernando Ferrari, Rua Joaquim Franklin Cordeiro, Rua Manoel Sinuca Mulatinho, Rua Capitulino Feitosa, Rua Almirante Tamandaré, Rua Pesqueira, Rua Margarida Bezerra da Silva, Bairro Boa Vista (Cohab 1), Travessa São Francisco, Rua da Serra, Bairro São Geraldo, Vila São José, Rua Ana Aguiar, Rua A, Mirante do Cruzeiro, Rua São Geraldo, Rua João Félix Amaro, Rua M e Bairro de Sucupira.
Prevenção de desastres

Para mitigar ou erradicar os riscos geológicos, o SGB apresenta uma série de recomendações. Entre elas, avaliar a possibilidade de, durante o período de chuvas, remover moradores que se encontram nas áreas de risco ou realocá-los temporariamente para locais seguros. Outra recomendação é desenvolver estudos de adequação do sistema de drenagem pluvial e de esgoto, a fim de evitar que o fluxo seja direcionado sobre a face dos taludes ou encostas. Com o estudo, o SGB gera subsídios técnicos para gestores públicos, a fim de auxiliar na elaboração de políticas públicas direcionadas ao planejamento urbano e à prevenção de desastres. Além disso, é um instrumento importante para apoiar a seleção de áreas prioritárias a serem contempladas por ações e obras destinadas a mitigar ou erradicar riscos geológicos. Desse modo, configuram uma ferramenta essencial para resguardar vidas, evitar perdas materiais e impulsionar o desenvolvimento regional. Esse trabalho está ainda alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial aos ODSs 1, 2, 9, 11, 12 e 13, que tratam de: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; indústria, inovação e infraestrutura; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima.
Áreas de risco em Pernambuco

O SGB já realizou mapeamento em 102 municípios do estado de Pernambuco e identificou 776 áreas de risco. Segundo os estudos, 211 mil pessoas vivem nos setores mapeados.
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br

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