Mais de 112 mil pessoas vivem em áreas de risco alto e muito alto em Manaus, aponta o Serviço Geológico do Brasil

27/08/2025 às 15h23
 | Atualizado em: 27/08/2025 às 15h24
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Atualização do mapeamento, divulgada nesta quarta-feira (27), mostra que a capital tem 438 setores classificados como de risco alto e muito alto
 

Foto: SGB/Divulgação


Manaus (AM) – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou, nesta quarta-feira (27), os resultados da atualização do mapeamento de áreas de risco geológico de Manaus (AM). O levantamento indica que, aproximadamente, 112 mil pessoas vivem em 438 setores classificados como de risco alto (R3) e muito alto (R4) para desastres como inundações, alagamentos, enxurradas, erosões e deslizamentos. A entrega do relatório foi feita à prefeitura e à Defesa Civil municipal para subsidiar ações de prevenção e planejamento urbano.

De acordo com o estudo, a capital amazonense possui 362 setores de risco alto e 76 de risco muito alto. Em relação ao levantamento anterior, realizado em 2019, é observado um aumento do tamanho de áreas de risco em km², no número de moradias e de pessoas vivendo nessas áreas mapeadas. Na época, havia 73 mil pessoas nos setores classificados como de risco alto e muito alto, agora esse número saltou para aproximadamente 112 mil.

 

SGB/Divulgação


A atualização do mapeamento indica que todas as zonas administrativas apresentam áreas de risco, com destaque para as zonas Leste e Norte, que concentram maior número de setores e domicílios vulneráveis. Entre os bairros, os que mais se destacam pelo número de moradias em risco registrado são: Jorge Teixeira, Cidade Nova, Gilberto Mestrinho, Alvorada, Mauazinho e Nova Cidade. Juntos, esses seis bairros concentram 194 setores de risco alto e muito alto, abrangendo mais de 13 mil domicílios e aproximadamente 52 mil pessoas vulneráveis aos processos geológicos e hidrológicos identificados.

O pesquisador em geociências do SGB, Elton Andretta, explica que o crescimento urbano desordenado de Manaus, observado há décadas, é o principal fator para a existência de áreas de risco. Segundo ele, o cenário se agrava porque a cidade é cortada por diversos igarapés e rios, que atravessam todas as zonas administrativas. “A ocupação irregular nas planícies de inundação e sobre as drenagens deixa as casas vulneráveis a enchentes, alagamentos, inundações e enxurradas, além de erosões de margem fluvial”, detalha.

O estudo mostra ainda que os meses de janeiro a abril, período de maior intensidade de chuvas, concentram a maior parte dos registros de ocorrências. O SGB também identificou que parte das áreas mapeadas em 2019 passou por intervenções de mitigação, mas o crescimento urbano desordenado e a ocupação de áreas impróprias para habitação continuam sendo fatores que ampliam a vulnerabilidade da população.

No estudo, o SGB apresenta recomendações para reduzir os riscos existentes, principalmente, nos setores classificados como de risco muito alto. “Esses 76 setores mapeados devem ser priorizados pelas municipalidades na questão de intervenções estruturais (obras) e não estruturais (alertas, gestão e gerenciamento), visando a mitigação dessas áreas. Para não agravar mais a situação, o planejamento urbano do município é de extrema importância, combatendo as invasões e ocupações irregulares, realizando de obras de urbanização e infraestrutura contínuas por toda a cidade”, ressaltou Andretta.

O mapeamento de áreas de risco é um dos principais trabalhos que o SGB realiza em todo o país para apoiar o poder público em ações de prevenção de desastres. Mais de 1,7 mil municípios brasileiros já receberam esse estudo.


Atualização do mapeamento

O levantamento anterior foi realizado em 2019 e, na ocasião, foram identificados 634 setores de risco alto e muito alto, onde viviam, aproximadamente, 73 mil pessoas. A variação no número de setores observada no novo mapeamento decorre da aplicação de metodologias e tecnologias mais precisas e atualizadas.

Para a atualização, o SGB adotou uma nova metodologia, considerando apenas os setores de risco alto e muito alto. Também foram utilizadas tecnologias como imagens de maior resolução e drones, o que permitiu unir em um mesmo setor áreas vizinhas que antes eram contabilizadas separadamente. Além disso, foi usada a base de dados domiciliar do Censo 2022 do IBGE, o que proporcionou maior precisão na estimativa populacional.


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