No Dia do Geógrafo, celebrado neste 29 de maio, profissionais revelam paixão e motivo da escolha pela profissão, contam histórias e falam dos mitos e verdades sobre a atuação
Eles estão no campo, realizando reconhecimentos, levantamentos, estudos e pesquisas. Nas escolas, ensinam adolescentes nos ensinos fundamental e médio sobre a leitura geográfica do espaço, abordando a interação entre a natureza e a sociedade. Nas universidades, atuam entre laboratórios e salas de aula ajudando a formar novos professores e pesquisadores, além também de atuarem na emissão de pareceres técnicos fundamentais a diversos seguimentos da sociedade, como planejamento urbano e avaliação sobre impactos socioambientais. Eles são os geógrafos, que neste 29 de maio celebram o dia da profissão.
A data foi instituída em 1936, a partir da criação do atual Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo oficialmente estabelecida por meio da Lei Nº 6.664, de 26 de junho de 1979, que regulamenta a profissão. Em homenagem, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) convidou dois geógrafos de referência na instituição para contar suas histórias, falar da relação da profissão com a vida pessoal e também compartilhar motivações para seguir a carreira entre a licenciatura ou bacharelado, seja como pesquisador, professor ou atuando tecnicamente. Marcelo Eduardo Dantas é um dos dez geógrafos do SGB, sendo o profissional da área que atua há mais tempo na instituição, há 26 anos, que coincide com o tempo que se dedica à Geografia. Teve suas formações acadêmicas concluídas entre 1991 e 1995, período em que recebeu os títulos em bacharelado, licenciatura e mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dois anos após, em 1997, iniciou a sua trajetória no SGB como analista em geociências, lotado no Escritório do Rio de Janeiro, hoje atuando na Divisão de Gestão Territorial (DIGATE) da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT).
Paixão da infância, herdada de pai para filha
Dantas conta que a paixão pela profissão vem da infância. Hoje aos 52 anos, relembra que desde de criança é aficionado por mapas, descrições, relatos e crônicas de lugares e paisagens no Brasil e no mundo. A partir daí a escolha pela profissão foi uma decisão natural, segundo afirma. Desde que se formou e passou a atuar como pesquisador, vem acumulando experiências em áreas das Geociências com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente em temas como geomorfologia, níveis de base locais, estocagem de sedimentos, mudanças ambientais e ciclo do café.
O geógrafo também falou sobre inspirações na carreira, sobretudo como professor – além de pesquisador do SGB, Dantas atua como professor-assistente no Centro Universitário Augusto Motta. Entre as inspirações que mais marcou a sua vida foi ver sua filha, Helena, se tornar uma profissional em geografia, formada pelo Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), com especialização em Educação em Geografia e atualmente trabalhando como professora na mesma área.
O que faz um geógrafo?
Contextualizando a profissão, Dantas explica que os geógrafos trabalham com a interface entre as Ciências Humanas e as Ciências da Natureza, com o intuito de compreender as transformações que ocorrem no espaço geográfico ao longo do tempo, em diversas escalas de análise: do local ao global. Além disso, segundo esclarece, também avaliam as ações no meio ambiente e na sociedade, por meio de uma complexa e sofisticada análise espacial, que abrangem questões geomorfológicas, climáticas, políticas, sociais e econômicas e de uso e ordenamento do território. “O olhar geográfico tem sido relevante para o alcance socioeconômico e aplicado dos estudos de gestão territorial empreendidos pelas universidades públicas e pelos diversos institutos públicos de pesquisa em todo o país”, enfatiza Dantas ao falar sobre o exercício da profissão.Para os jovens estudantes que sonham em ser geógrafos, Dantas aconselha que o mais importante é gostar de geografia. “É necessário apreciar diversas áreas do conhecimento científico para melhor compreender o mundo em que vivemos. Os geógrafos são herdeiros dos antigos e sábios naturalistas do século XIX. Discípulos de Humboldt! Profissionais que incorporam vasto leque de conhecimento, que abrange da História e Economia à Geologia e Ecologia”, ressaltou. Para gostar de geografia, Dantas comenta que é necessário gostar de lecionar, integrar e transmitir conhecimento, ter senso crítico sobre as desigualdades que assolam a sociedade e buscar formas de resolver todas as questões socioambientais colocadas à sua frente. “Como todo professor, o geógrafo deve gostar de contar histórias, especialmente sobre mapas, lugares e paisagens. Por fim, para gostar de geografia, é necessário sempre priorizar uma abordagem espacial em seus estudos. Tem que gostar de mapas e de trabalhos de campo”, complementa ao falar das motivações para optar pela profissão. Nas redes sociais do SGB, em publicações em homenagem à data, Marcelo Dantas também comentou sobre as verdades e mitos da profissão. Para conferir, basta clicar aqui.
Da escola à carreira profissional
No caso da geógrafa Patrícia Simões, a escolha por geografia foi porque sempre se identificou com a disciplina na escola. “Eu gostava de entender o mundo, do ponto de vista econômico e social, e a geografia trabalha isso”, disse. Ela também conta que é uma grande apaixonada por viagens e por fotografia e que, nas férias, sempre viaja para fotografar e conhecer paisagens novas. Sendo assim, algumas viagens de lazer são parecidas com as viagens para trabalho em campo, segundo descreve a profissional.
Patrícia Simões é geógrafa há 19 anos. Tornou-se bacharel em 2004 e seguiu a formação em licenciatura, concluída em 2008. É mestra e doutora em Geografia e análise ambiental, com todas as titulações concedidas pela Universidade Federal de Minas Gerais. Há nove anos exerce a profissão como analista em geociências do SGB, atuando na Superintendência Regional de Belém, no Pará, também lotada na DHT. Tem experiência em áreas das Geociências com ênfase em Geomorfologia e Pedologia, atuando principalmente nas áreas de riscos geológicos, suscetibilidade, ambiental, problemas urbanos e degradação ambiental. “A minha atuação na docência me permitiu desenvolver muitas habilidades de comunicação e síntese. Agora no SGB, considero meu trabalho no projeto Suscetibilidade, na elaboração de cartas de Padrão de Relevo, um grande destaque na minha atuação, além de minha Participação no Projeto Verde Grande, pois foi um projeto integrado com muitas outras áreas: geologia, hidrogeologia, hidrologia e de muito aprendizado”, enfatizou. A profissional do SGB avalia que a geografia permite uma análise integrada do mundo, entendendo os aspectos físicos do meio ambiente, mas também os socioeconômicos, o que permite ao geógrafo propor soluções para problemas abrangendo vários aspectos. Ela encerra com um recado direcionado aos estudantes que ainda não decidiram que área acadêmica irá cursar. “Escolham cursar ou se especializar naquela área com a qual mais se identifica ou mais gosta. As pessoas pensam na área que é melhor visando o mercado de trabalho, só que, para o trabalho ser prazeroso e ter sucesso na carreira, temos que ter uma afinidade com nossa área de trabalho. Eu, quando era estudante, escutei muito que geografia não era uma boa escolha. Hoje me sinto realizada e considero que tenho uma carreira de sucesso”, conclui a geógrafa. Núcleo de Comunicação Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br
Outras Notícias
Pesquisadores do SGB participam de treinamento em Análises de Fluorescência de Raios X
Capacitação teve como foco a familiarização com o uso, a calibração e a análise do equipamento
24/04/2025
Depósito de ilmenita no Rio Grande do Sul é destaque em estudo internacional
Resultados foram comparados com ilmenitas de outras partes do mundo, oferecendo uma visão mais ampla do potencial desse recurso brasileiro
23/04/2025
SGB inicia operação do Sistema de Alerta Hidrológico no Rio Mundaú para prevenir enchentes em Alagoas
União dos Palmares e Murici passam a contar com monitoramento 24h durante o período chuvoso, que segue até 12 de agosto
Para melhorar a sua experiência na plataforma e prover serviços personalizados, utilizamos cookies. Ao aceitar, você terá acesso a todas as funcionalidades do site. Se clicar em "Rejeitar Cookies", os cookies que não forem estritamente necessários serão desativados. Para escolher quais quer autorizar, clique em "Gerenciar cookies". Saiba mais em nossa Declaração de Cookies.
Para melhorar a sua experiência na plataforma e prover serviços personalizados, utilizamos cookies.
Cookies estritamente necessários
Esses cookies permitem funcionalidades essenciais, tais como segurança, verificação de identidade e gestão de rede. Esses cookies não podem ser desativados em nossos sistemas. Embora sejam necessários, você pode bloquear esses cookies diretamente no seu navegador, mas isso pode comprometer sua experiência e prejudicar o funcionamento do site.
Cookies de desempenho
Visam a melhoria do desempenho do site por meio da coleta de dados anonimizados sobre navegação e uso dos recursos disponibilizados. Se você não permitir a coleta desses cookies, esses dados não serão usados para melhoria do site.
Cookies de terceiros
O portal gov.br depende dos serviços oferecidos por terceiros que permitem:
Melhorar as campanhas de informação do governo;
Oferecer conteúdo interativo;
Melhorar a usabilidade e facilitar o compartilhamento de conteúdo nas redes sociais;
Assistir a vídeos e apresentações animadas diretamente no gov.br.
Os cookies de terceiros no portal gov.br são todos cookies de publicidade e multimídia do Google. Esses terceiros coletarão e usarão dados de navegação também para seus próprios fins. O usuário pode desativá-los direto no site da Google.
O Google Analytics no portal gov.br tem recursos de relatórios de publicidade ativados, que coleta informações adicionais por cookie da DoubleClick, como atividade da Web e de IDs de publicidade do dispositivo (atividade do aplicativo) (https://support.google.com/analytics/answer/2799357)
O portal gov.br não tem controle sobre quais cookies de terceiros serão ativados. Alguns cookies de terceiros que podem ser encontrados ao acessar o portal:
Domínios: Google, Youtube, DoubleClick.net
Configuração de cookies no navegador
Você pode desabilitá-los alterando as configurações do seu navegador.