Serviço Geológico do Brasil é indutor do conhecimento da geologia e contribuiu em dois dos cinco mapas geológicos da América do Sul A América do Sul apresenta paisagens naturais muito diversas, abrigando a Floresta Amazônica - maior floresta tropical do mundo -, a Cordilheira Andina e uma rica geodiversidade, distribuídas em uma superfície de 17 milhões de km². Um mapa – qualquer que seja o tema das informações que contenha – sintetiza o conhecimento de uma determinada região, país ou continente, em um determinado momento. Normalmente, a escala define o limite das informações que podem ser representadas. As diversas edições dos mapas geológicos da América do Sul permitem acompanhar a evolução das pesquisas geológicas nos últimos 150 anos e são retratos do conhecimento de uma determinada época, resumo da trajetória da evolução do conhecimento geológico e instrumentos sintéticos de preservação da memória da cartografia geológica. Até o momento, foram publicados cinco mapas datados de 1856, 1950, 1964, 2001 e 2019. O primeiro mapa sulamericano, intitulado Süd-America, foi elaborado pelo cartógrafo austríaco Franz Foetterle e publicado pelo Instituto Geológico Imperial Real Austríaco, em 1856. Cabe destacar que a publicação desse mapa foi antecedida, em 1854, por um mapa com mesma autoria, chamado “Golpe de vista Geológico do Brasil e de algumas outras partes centrais da América do Sul”, não envolvendo as partes sul (Patagônia) e norte do continente. Foetterle elaborou os dois referidos mapas com base em informações de mais de 20 autores, incluindo Carl von Martius, Johann Baptist von Spix, Charles Darwin e Alexander von Humboldt - alguns dos mais notáveis naturalistas do mundo. A geologia mostrada nesses dois mapas é generalizada e reflete o pouco conhecimento da geologia do continente nessa época. Uma nova edição do mapa geológico sul-americano, intitulada Geological Map of South America, surgiu apenas em 1950 - um século depois-, e foi realizada pela Sociedade Geológica Americana (GSA), em parceria com a Sociedade Geográfica Americana (AGS) e o Serviço Geológico Americano (USGS). As edições seguintes do Mapa Geológico da América do Sul foram realizadas sob a coordenação da Comissão da Carta Geológica do Mundo (Commission for the Geological Map of the World - CGMW) - associação internacional responsável pela concepção, coordenação, preparação e publicação de mapas temáticos de Ciências da Terra, em pequena escala do globo, continentes, principais regiões e oceanos. Antes de sua publicação, todos os mapas são submetidos à revisão de especialistas, a fim de garantir maior qualidade científica a todos os lançamentos da CGMW. Os serviços geológicos são membros estatutários da CGMW. Em 1964, a CGMW promoveu uma edição do Mapa Geológico da América do Sul, com apoio técnico e financeiro do Departamento Nacional de Produção Mineral - atual ANM -, em parceria com a CNP, USAID e UNESCO. A edição de 2001 do Mapa Geológico da América do Sul foi realizada com o apoio técnico e financeiro do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) e contribuições técnicas de todos os serviços geológicos sul-americanos, bem como dos laboratórios de geologia marinha do Brasil e Argentina. Vale destacar que, pela primeira vez, o mapa é apresentado em versão digital, além de mostrar dados da área oceânica. Já a edição de 2019 foi realizada com o apoio técnico e financeiro do SGB-CPRM, dos serviços geológicos da Colômbia, Argentina, Chile, Equador, Peru e Uruguai, em cooperação com a Associação de Serviços de Geologia e Mineração Iberoamericanos (ASGMI), que esteve, ainda, em conjunto com várias universidades e instituições de pesquisa da América do Sul. Geólogo e pesquisador do SGB-CPRM, Carlos Schobbenhaus participou da coordenação das edições de 2001 e 2019 do mapa sul-americano. De acordo com ele, “as informações traduzem o estado da arte do conhecimento da geologia da América do Sul, dentro dos limites de consistência determinados pela escala utilizada”. As pesquisas permitem, também, “promover a cooperação técnico-científica entre os serviços geológicos sul-americanos e a divulgação internacional dos conhecimentos sintetizados do continente, para fins científicos e didáticos”. Por fim, o estudo contribui para a preparação de versões atualizadas do Mapa Geológico do Globo, publicados pela CGMW,” acescenta o especialista. Para ele, a comparação entre os mapas, considerando o volume de informações e a tecnologia de processamento, é difícil, porque entre as iniciativas pioneiras e as mais recentes se passou mais de um século. “No entanto, a criação desses documentos, a partir de 2001, visa a integração e reavaliação da geologia sul-americana, sob uma mesma base cartográfica, e estruturada em um ou mais Sistema de Informações Geográficas e bases de dados relacionais; bem como a harmonização da geologia e de tecnologias de geoprocessamento”, conclui. Eduarda Vasconcelos Assessoria de Comunicação Serviço Geológico do Brasil - CPRM Ministério de Minas e Energia imprensa@cprm.gov.br
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