Estudo utilizou técnicas de sedimentologia e estratigrafia de sequências
A revisão da estratigrafia de sequências e do significado paleoambiental do grupo Neoproterozóico Bambuí é o tema do artigo publicado no periódico Precambrian Research, em 2022, que apresenta testes de hipóteses sobre a idade do Grupo, além de trazer elementos que fortalecem o tipo de bacia sedimentar majoritariamente como mar epírico (Epeiric Sea) e correlacionar a sedimentação com eventos tectônicos e paleoambientais globais. O estudo usou estratigrafia de sequências, sedimentologia e petrografia para expandir o que se sabe sobre as condições de pH (redox) da água do mar durante a deposição do Grupo Bambuí. Foram investigados 121 afloramentos em 52 localidades, cobrindo grande parte da Bacia do São Francisco. Os afloramentos são afetados por intemperismo químico intenso, que penetra abaixo da superfície do solo. Portanto, testemunhos de sondagem, que são menos intemperizados, também foram estudados. O Grupo Bambuí possui abundantes depósitos sedimentares sensíveis ao redox, que incluem fosforita e glauconita. Essas rochas sedimentares se formam sob condições subóxicas ou óxicas da água do mar, consequentemente contêm um registro abrangente da oxigenação dos oceanos. Assim, os padrões regionais de empilhamento de litofácies fosfáticas e glauconíticas fornecem novos e importantes insights sobre a natureza do aumento do oxigênio atmosférico e oceânico. Essa estrutura fornece a base para se interpretar as mudanças induzidas pelo clima e pela tectônica na sedimentação e na autogênese, à medida que os níveis de oxigênio flutuam ao longo do tempo. Tal contexto também oferece novas informações sobre a evolução tectônica, a idade da Bacia do São Francisco e a correlação com outras bacias de mesma idade. Para o pesquisador em geociências e autor do artigo Leandro da Silva, a importância científica de grande escala desse artigo reside na consolidação dos processos geológicos como fonte primária de dados e balizador para uma interpretação geológica robusta. “Nos últimos anos, o que se viu na literatura foram hipóteses baseadas majoritariamente em dados geoquímicos, que pouco levavam em consideração os processos de formação e alteração das rochas sedimentares. Além disso, faltava um melhor entendimento dos processos nos contextos locais, regionais e globais”, informou Leandro. A pesquisadora em Geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB) Carolina Reis informou que "entre 2011 e 2013, participei da execução de um projeto de mapeamento da Folha Santa Maria da Vitória, no oeste da Bahia, onde também desenvolvi meu mestrado. Minha participação no artigo se deu quando acompanhei ele em campo, na área na região de Santa Maria da Vitória, visitando os afloramentos chaves e os dados do mapeamento e da minha dissertação, discutindo a geologia regional da área". Duas questões que se destacam na publicação é o posicionamento mais plausível do período de deposição e a correlação direta com eventos de oxigenação da atmosfera e dos oceanos, durante o Neoproterozóico. Nesse quesito, os depósitos minerais, sensíveis às condições de oxidação da água do mar, passam a ter uma conotação mais efetiva, em termos de prospecção mineral e de desenvolvimento de técnicas, para ir mais a fundo no entendimento dos eventos globais, regionais e locais, que ocorreram à época da deposição. Acesse o artigo completo aqui. Núcleo de Comunicação Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia Governo Federal imprensa@sgb.gov.br
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