Sensoriamento Remoto
Sensoriamento Remoto
O sensoriamento remoto geológico é uma tecnologia que utiliza imagens e dados coletados por satélites, aviões, drones e outros sensores instalados em plataformas aéreas ou espaciais para estudar, mapear e monitorar o ambiente geológico, sem a necessidade de contato direto com a superfície. Essa abordagem possibilita a aquisição e análise de dados em grande escala sobre a composição, estrutura e dinâmica da superfície terrestre de maneira rápida, precisa e segura, oferecendo uma compreensão abrangente dos processos geológicos e dos recursos naturais de uma área.
A pesquisa em sensoriamento remoto geológico tem diversas aplicações práticas e impactam positivamente várias áreas das geociências. Ela é fundamental no subsídio a estudos geológicos detalhados, como o mapeamento geológico, a identificação e caracterização de alvos prospectivos, o monitoramento de recursos minerais, a prevenção e monitoramento de desastres naturais, e a análise de mudanças ambientais. Além disso, essa tecnologia contribui para a compreensão dos processos geológicos em regiões remotas ou de difícil acesso, fornecendo dados cruciais para a gestão sustentável do território.
A equipe do Laboratório de Sensoriamento Remoto Geológico e Espectroscopia Mineral – LABSERGEM do Serviço Geológico do Brasil dedica-se a explorar e aplicar essas tecnologias para gerar informação geológica de alta qualidade e fornecer subsídios à pesquisa geológica em todo território nacional.
Para isso, são utilizados dados de acesso irrestrito de fontes e tecnologias diversas. Por exemplo, dados de interferometria SAR, tais como os da missão SRTM e do sensor ALOS-PALSAR, que são capazes de obter imagens mesmo em condições meteorológicas adversas, fornecendo dados precisos de elevação a partir dos quais são gerados modelos topográficos digitais, imprescindíveis para a análise dos padrões estruturais das áreas estudadas.
Além disso, são utilizados dados obtidos por sensores ópticos multiespectrais orbitais, tais como os das plataformas Landsat 8 e 9, Sentinel-2, TERRA-ASTER e CBERS 3 e 4, essenciais para distinção composicional de grandes áreas e que oferecem uma cobertura global e dados históricos fundamentais para a análise de mudanças ao longo do tempo.
Também são utilizados dados de sensores hiperespectrais orbitais modernos, tais como PRISMA, EnMAP e Hyperion, os quais capturam um espectro amplo e contínuo da radiação refletida, fornecendo informações mineralógicas mais detalhadas, cruciais para a identificação de grupos minerais associados a processos geradores de depósitos minerais (e.g. argilominerais, filossilicatos, carbonatos, sulfatos, entre outros).
Por fim, a integração destes conjuntos de dados com espectros de reflectância de amostras e de campo e informações geológicas de fontes diversas permite uma análise mais abrangente e precisa dos processos geológicos e ambientais.
Levantamentos Aéreos Hiperespectrais
Entre os anos de 2013 e 2014, o Serviço Geológico do Brasil adquiriu imagens hiperespectrais aéreas em 21 áreas específicas de interesse nas regiões nordeste e sudeste do país, as quais somam o total de 2.456 km2 de cobertura.
Os aerolevantamentos foram executados pela empresa brasileira Fototerra, em parceria com a empresa estadunidense SpecTIR Advanced Hyperspectral Solutions, utilizando-se o sistema de imageamento hiperespectral ProSpecTIR-VS. Este sistema adquire imagens no intervalo espectral entre 400 e 2450 nm, sendo composto por duas câmeras alinhadas: Specim® AISA Eagle e Specim® AISA Hawk, as quais operam nos comprimentos de onda do visível e infravermelho próximo (VNIR) e do infravermelho de ondas curtas (SWIR), respectivamente.
Os dados VNIR foram adquiridos com resolução espectral de 2,9 nm e intervalo de amostragem de 4,6 nm, enquanto os dados SWIR foram adquiridos com resolução espectral de 8,5 nm e intervalo de amostragem de 5,3 nm, totalizando 357 bandas espectrais contíguas por conjunto de imagem.
As imagens resultantes perfazem 549 faixas de sobrevoo com largura média de 650 metros e recobrimento de aproximadamente 50% entre faixas adjacentes. A resolução espacial dos pixels é de 2 metros e a resolução radiométrica dos dados é de 16 bits.
Os produtos dos aerolevantamentos hiperespectrais (dados em radiância, dados em reflectância, arquivos para correção geométrica e relatórios de aquisição dos dados) de todas as áreas sobrevoadas encontram-se disponíveis gratuitamente para a comunidade.
Acesso aos dados e outros produtos disponíveis
A localização das áreas pode ser visualizada por meio da plataforma online do Serviço Geológico do Brasil, o GeoSGB. No entanto, devido ao tamanho extenso dos arquivos digitais, não é possível realizar o download dos produtos diretamente da plataforma. Solicitamos aos usuários que localizem as áreas de interesse e enviem e-mail de solicitação dos dados para João Naleto (joao.naleto@sgb.gov.br).
Visualizador: Levantamentos Hiperespectrais - Geoportal