Saiba Mais - Rede Hidrometeorológica Nacional – RHN

O conhecimento do comportamento das águas superficiais nos rios é insumo básico para o gerenciamento dos recursos hídricos. Para que esse conhecimento seja efetivo, é necessário que exista uma rede de monitoramento hidrológico, preferencialmente com longo tempo de operação ininterrupta, dada a natureza estocástica da variável hidrológica, que possa coletar informações suficientes ao atendimento dos diversos usos, antrópicos ou ecológicos, a que estão sujeitas as águas dos rios brasileiros.

O Brasil dispõe de uma rede hidrometeorológica com aproximadamente 11 mil estações hidrométricas, administradas por organismos federais, setoriais, estaduais e particulares, dentre as quais 4.200 representam a rede básica nacional, a Rede Hidrometeorológica Nacional - RHN, constituída com o objetivo de avaliar a disponibilidade hídrica e conhecer o regime hidrológico das 12 regiões hidrográficas e das sub-bacias constituintes.

O SGB, com tradição de mais de 30 anos em serviços hidrológicos, instala, opera e dá manutenção à RHN, através do Projeto de Operação da Rede Hidrometeorológica Nacional.

O projeto tem como objetivo a instalação, manutenção e operação da RHN, que é composta por estações hidrometeorológicas, sedimentométricas e de qualidade da água, situadas nas bacias hidrográficas brasileiras. As estações hidrometeorológicas representam pontos de monitoramento de chuva (precipitação), nível dos rios, descarga líquida, evaporação e parâmetros climatológicos. As estações chamadas sedimentométricas representam pontos de coleta de amostras de sedimento em suspensão (descarga sólida) e as estações de qualidade da água são pontos nos quais são realizadas medidas de cinco parâmetros in loco: temperatura da água, pH, turbidez, oxigênio dissolvido (OD) e condutividade elétrica. O projeto também tem como objetivo capacitação técnica em hidrologia, pesquisas e estudos na área de monitoramento de recursos hídricos.

Nesse âmbito, o SGB é a principal instituição que atua no planejamento e na operação da RHN, cujo objetivo é a instalação, manutenção e operação das estações de monitoramento que constituem a rede.

Atividades

A operação da RHN envolve o estabelecimento de um plano de trabalho (PT) anual, que representa diversas etapas, tais como: planejamento da operação, estruturação de equipes (pessoal e equipamentos) e metodologia na execução de todas as etapas dos processos que envolvem a coleta de dados em campo, o tratamento dos dados coletados e a disponibilização ao usuário.

O SGB realiza visitas anuais em estações fluviométricas (que produzem dados de nível e vazão diários) e pluviométricas (dados de chuva). Essas visitas são espaçadas ao longo do ano com o objetivo de garantir a qualidade e a tempestividade dos dados coletados.

Nas estações fluviométricas são realizadas medições de descarga líquida, qualidade da água e descarga sólida, dependendo do tipo de monitoramento esperado em cada estação. São também realizados nivelamentos nas seções de réguas e levantamentos anuais de seção transversal. Em algumas estações fluviométricas, onde há urgência na informação, o SGB também faz a instalação, operação e manutenção de plataformas de coleta de dados (PCDs), sendo esses dados transmitidos de hora em hora.

Em escritório, são também realizadas atividades para garantir a qualidade dos dados, tais como: análise preliminar de dados fluviométricos e pluviométricos; acompanhamento e análise dos dados transmitidos por telemetria (T) e disponibilização ao público através do Sistema Hidro-Telemetria (SNIRH). 

Entretanto, os gestores do projeto podem incrementar as atividades previstas no PT anual sempre que julgarem necessário, para garantir a qualidade das séries históricas geradas.

Produtos

  • Precipitação
  • Níveis dos rios
  • Descarga líquida
  • Descarga sólida
  • Qualidade da água
  • Evaporação
  • Dados climatológicos

Benefícios

  • Ampliação do conhecimento hidrológico das bacias brasileiras
  • Levantamento da disponibilidade hídrica
  • Operação de sistemas de alerta de eventos críticos
  • Fornecimento de informação para dimensionamento de estruturas hidráulicas
  • Uso dos modelos hidrológicos
  • Gestão dos recursos hídricos

Conclusão

A continuidade e a modernização do monitoramento das águas superficiais realizadas pelo SGB se faz essencial para a ampliação do conhecimento a respeito dos cursos d'água e sua interação com fatores diversos, naturais e antrópicos, os quais, consequentemente, influenciam na quantidade e qualidade dos recursos hídricos. Tais informações representam subsídios fundamentais para a gestão dos recursos hídricos no país.

A atividade conta com um corpo técnico composto por engenheiros, geólogos, químicos, auxiliares técnicos, hidrotécnicos e hidrometristas, que se dividem em equipes de hidrometria e percorrem os roteiros de operação, por via aérea, fluvial e terrestre, perfazendo um total de cerca de dois milhões de quilômetros anuais, ou seja, o equivalente a 18 voltas em torno da Terra.

Esse corpo técnico, na sua maioria, trabalha para operacionalizar as atividades da rede por unidade regional do SGB, sendo elas as Superintendências Regionais de Belém, Belo Horizonte, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo, além das Residências de Fortaleza, Porto Velho e Teresina.

Lembrando que a coleta dos dados hidrológicos diários é realizada por, aproximadamente, 3.500 observadores voluntários, que contribuem para a geração do conhecimento hidrometeorológico do Brasil.

 

Contato e Informações

Luiz Medeiros de Noronha Pessoa Filho
E-mail: luiz.pessoa@sgb.gov.br