Serviço Geológico do Brasil contribui para aprimoramento do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
Serviço Geológico do Brasil contribui para aprimoramento do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
Pesquisadores do SGB participaram, em outubro, de expedição para estudos em municípios do Amazonas e do Pará
Brasília (DF) – Com amplo conhecimento sobre formações rochosas, paisagens e terrenos, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) contribui para o aprimoramento do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). De 18 a 25 de outubro, pesquisadores do SGB participaram da XV Reunião de Classificação e Correlação de Solos (RCC) das várzeas do Médio Rio Amazonas e do entorno. A RCC é uma reunião-expedição que congrega os mais destacados pesquisadores do ramo da pedologia em nível nacional.
A expedição percorreu os municípios de Manaus, Iranduba, Rio Preto da Eva, Itacoatiara e Parintins, no Amazonas. No estado do Pará, as atividades ocorreram nas cidades de Juriti, Belterra e Santarém. Ao longo do trajeto, foram analisados 16 perfis de solos, que representam a diversidade da região. O encontro reuniu mais de 80 pesquisadores de 50 instituições científicas.
“As várzeas amazônicas são muito importantes, pois consistem na mais extensa zona contínua de solos férteis do mundo tropical. Todavia apresentam grande fragilidade ambiental devido à alta suscetibilidade a inundações e à alta vulnerabilidade à contaminação por poluentes e agrotóxicos”, explicou o geógrafo do SGB Marcelo Dantas. O pesquisador ressaltou que “as várzeas amazônicas cumprem um importante serviço ecossistêmico em escala global, representado pelo sequestro de carbono da atmosfera e sua estocagem em suas terras úmidas e em sua mata de várzea”.
Troca de experiências
Além de ter o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a região, a RCC também visa estimular o desenvolvimento de pesquisas em solos e promover intercâmbio técnico. Durante a reunião, os pesquisadores do SGB compartilharam seu conhecimento nas áreas de geologia, geomorfologia e dinâmica fluvial.
“Na reunião, pude explicar como funciona a hidrodinâmica do Rio Amazonas e quais as principais unidades de relevo que se formam. Também aprendi muito, principalmente na questão mineralógica e textural dos solos de Várzea. Esses conhecimentos vão me auxiliar no entendimento dos processos erosivos nas margens dos rios amazônicos, onde estou fazendo doutorado”, explicou a pesquisadora Íris Bandeira.
Para a pesquisadora Patrícia Simões, foi uma “oportunidade ímpar para aprimorar nosso conhecimento sobre solos com os pesquisadores da Embrapa e diversos professores de universidades da área de solos”. Ela acrescenta que a região, em área de difícil acesso, é muito rica para novas aprendizagens.
Os conhecimentos, dados e informações produzidos neste evento serão consolidados no “Guia de Campo da XV Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos: RCC das Várzeas do Médio Rio Amazonas e Entorno”, a ser publicado em 2025. No próximo ano, também haverá nova edição da RCC nos sertões semiáridos do estado da Bahia. O SGB, mais uma vez, participará das atividades.
Larissa Souza
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