Serviço Geológico do Brasil apresenta resultado da consulta pública sobre mapeamento de áreas potenciais no país
Serviço Geológico do Brasil apresenta resultado da consulta pública sobre mapeamento de áreas potenciais no país
Consulta Pública do PlanGeo atende demandas do setor produtivo para ampliar conhecimento geológico
Belo Horizonte (MG) – O resultado da consulta pública sobre as áreas a serem priorizadas no Plano Decenal de Mapeamento Geológico (PlanGeo 2025-2034) Nacional foi lançado nesta quarta-feira (16), no 51º Congresso Brasileiro de Geologia, pelo diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil, Valdir Silveira. O anúncio foi feito após a palestra “Mapeamento Geológico no Brasil: passado, presente e futuro”, ministrada pela pesquisadora Lúcia Travassos, que esteve à frente da coordenação do plano, juntamente com o pesquisador Marcos Vinícius Ferreira.
De acordo com o diretor-presidente do SGB, Inácio Mello, o Brasil possui um imenso potencial mineral para impulsionar seu crescimento econômico e social, e o PlanGeo será a bússola para orientar a pesquisa desse potencial. A partir do planejamento das ações do SGB para ampliar a cobertura de mapeamento geológico, será possível priorizar as áreas de maior potencial para minerais críticos essenciais no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono, posicionando o país de forma competitiva no cenário internacional.
“O PlanGeo deverá estimular a colaboração entre o setor privado, universidades e governos em todos os níveis, potencializando investimentos e expertises. A consulta pública que precedeu a construção do PlanGeo 2025-2034 reforça a abertura para a participação coletiva, garantindo que o mapeamento geológico atenda às reais necessidades do país”, destacou Melo.
A versão preliminar do PlanGeo, que elencou 60 blocos prioritários para mapeamento geológico nos próximos dez anos, foi submetida à consulta pública ocorrida entre 15 de abril e 15 de junho deste ano, para conhecer as demandas dos diversos segmentos da sociedade brasileira, especialmente aqueles que se beneficiam dos resultados dos projetos de cartografia geológica, a exemplo das empresas de pesquisa mineral, universidades e instituições públicas.
“O Plano reflete o compromisso do SGB em gerar conhecimento geológico robusto, que reduz riscos exploratórios, atrai investimentos e amplia recursos e reservas de minerais estratégicos para o país. Além disso, reafirma o papel do SGB como referência em fornecer dados de qualidade, que impulsionam o setor mineral e o desenvolvimento das Geociências”, afirmou Silveira.
Segundo Travassos, o caráter prioritário para esses blocos se deve ao potencial que apresentam para diversos tipos de depósitos, especialmente minerais estratégicos e críticos para o mundo, quanto à transição energética, como lítio, cobre, elementos terras raras e grafítica e grafita, além de insumos minerais para o agronegócio, como o fosfato.
A consulta permitiu ainda a sugestão de áreas para mapeamento geológico, além daquelas submetidas à votação. Após a avaliação da equipe técnica do SGB quanto às indicações recebidas, 27 folhas cartográficas foram selecionadas, agrupadas em seis blocos: Bacia do Tacutu, Volta Grande do Xingu (PA), Folha Rio Xingu (PA), Noroeste da Bahia, Vale do Lítio (MG) e Leste do Acre. Os blocos foram incorporados ao planejamento, após análise das justificativas apresentadas pelos proponentes, que demonstraram a relevância dos objetos geológicos que representam. Um exemplo é o bloco do noroeste da Bahia, proposto pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), que trata de uma região com alta favorabilidade para corpos mineralizados de Ni-Co-Co, Fe-Ti-V, fosfato e grafita.
Para a pesquisadora, “também é imperativo que o mapeamento geológico seja realizado sob a perspectiva de que a sociedade brasileira deve ser o principal beneficiário, com resultados aplicados em outras atividades além da pesquisa mineral, que promovam desenvolvimento econômico e bem-estar social, como nas pesquisas para aumento da disponibilidade hídrica no semiárido brasileiro, na busca de insumos agrícolas que garantam segurança e qualidade alimentar da população, na descoberta de minerais críticos fundamentais para a transição energética e utilização de fontes mais sustentáveis, e na definição e implementação de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável da Amazônia”.
O PlanGeo 2025-2034 atende à portaria normativa 72/GM/MME, de 13 de março de 2024, do Ministério de Minas e Energia, que estabelece diretrizes e orientações sobre o mapeamento geológico e de recursos minerais executados pelo Serviço Geológico do Brasil.
Números da consulta pública PlanGeo
O resultado da consulta pública do PlanGeo mostra a participação de 345 pessoas, dentre as quais, 42% representam o setor privado, 31% o acadêmico e 27% são representantes de instituições públicas.
Com relação à ocupação dos participantes, houve maior representação de pesquisador e professor universitário (20%), servidor público federal (16,81%), consultor/autônomo/empresário (16,81%), funcionário da área de pesquisa mineral de empresa de mineração (13,04%), que juntos somaram mais de 66% do total de participantes.
Dentre os 303 participantes que optaram por registrar sua formação profissional, a ampla maioria é de geólogos, que representam cerca de 80% do total. Já em relação à distribuição geográfica, houve ampla participação de representantes de diversos estados, destacando-se Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Pará e Rio de Janeiro que, juntos, somaram mais de 50% dos votos.
Confira o resultado completo clicando aqui.
Simone Goulart
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
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