Serviço Geológico do Brasil apresenta resultado da consulta pública sobre mapeamento de áreas potenciais no país

16/10/2024 às 21h00
 | Atualizado em: 16/10/2024 às 22h13
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Consulta Pública do PlanGeo atende demandas do setor produtivo para ampliar conhecimento geológico

Foto: Divulgação SGB

Belo Horizonte (MG) – O resultado da consulta pública sobre as áreas a serem priorizadas no Plano Decenal de Mapeamento Geológico (PlanGeo 2025-2034) Nacional foi lançado nesta quarta-feira (16), no 51º Congresso Brasileiro de Geologia, pelo diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil, Valdir Silveira. O anúncio foi feito após a palestra “Mapeamento Geológico no Brasil: passado, presente e futuro”, ministrada pela pesquisadora Lúcia Travassos, que esteve à frente da coordenação do plano, juntamente com o pesquisador Marcos Vinícius Ferreira.

De acordo com o diretor-presidente do SGB, Inácio Mello, o Brasil possui um imenso potencial mineral para impulsionar seu crescimento econômico e social, e o PlanGeo será a bússola para orientar a pesquisa desse potencial. A partir do planejamento das ações do SGB para ampliar a cobertura de mapeamento geológico, será possível priorizar as áreas de maior potencial para minerais críticos essenciais no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono, posicionando o país de forma competitiva no cenário internacional. 

“O PlanGeo deverá estimular a colaboração entre o setor privado, universidades e governos em todos os níveis, potencializando investimentos e expertises.  A consulta pública que precedeu a construção do PlanGeo 2025-2034 reforça a abertura para a participação coletiva, garantindo que o mapeamento geológico atenda às reais necessidades do país”, destacou Melo.

A versão preliminar do PlanGeo, que elencou 60 blocos prioritários para mapeamento geológico nos próximos dez anos, foi submetida à consulta pública ocorrida entre 15 de abril e 15 de junho deste ano, para conhecer as demandas dos diversos segmentos da sociedade brasileira, especialmente aqueles que se beneficiam dos resultados dos projetos de cartografia geológica, a exemplo das empresas de pesquisa mineral, universidades e instituições públicas.

“O Plano reflete o compromisso do SGB em gerar conhecimento geológico robusto, que reduz riscos exploratórios, atrai investimentos e amplia recursos e reservas de minerais estratégicos para o país. Além disso, reafirma o papel do SGB como referência em fornecer dados de qualidade, que impulsionam o setor mineral e o desenvolvimento das Geociências”, afirmou Silveira.

Foto: Divulgação SGB

Segundo Travassos, o caráter prioritário para esses blocos se deve ao potencial que apresentam para diversos tipos de depósitos, especialmente minerais estratégicos e críticos para o mundo, quanto à transição energética, como lítio, cobre, elementos terras raras e grafítica e grafita, além de insumos minerais para o agronegócio, como o fosfato.

A consulta permitiu ainda a sugestão de áreas para mapeamento geológico, além daquelas submetidas à votação. Após a avaliação da equipe técnica do SGB quanto às indicações recebidas, 27 folhas cartográficas foram selecionadas, agrupadas em seis blocos: Bacia do Tacutu, Volta Grande do Xingu (PA), Folha Rio Xingu (PA), Noroeste da Bahia, Vale do Lítio (MG) e Leste do Acre. Os blocos foram incorporados ao planejamento, após análise das justificativas apresentadas pelos proponentes, que demonstraram a relevância dos objetos geológicos que representam. Um exemplo é o bloco do noroeste da Bahia, proposto pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), que trata de uma região com alta favorabilidade para corpos mineralizados  de Ni-Co-Co, Fe-Ti-V, fosfato e grafita.       

Para a pesquisadora, “também é imperativo que o mapeamento geológico seja realizado sob a perspectiva de que a sociedade brasileira deve ser o principal beneficiário, com resultados aplicados em outras atividades além da pesquisa mineral, que promovam desenvolvimento econômico e bem-estar social, como nas pesquisas para aumento da disponibilidade hídrica no semiárido brasileiro, na busca de insumos agrícolas que garantam segurança e qualidade alimentar da população, na descoberta de minerais críticos fundamentais para a transição energética e utilização de fontes mais sustentáveis, e na definição e implementação de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável da Amazônia”.

O PlanGeo 2025-2034 atende à portaria normativa 72/GM/MME, de 13 de março de 2024, do Ministério de Minas e Energia, que estabelece diretrizes e orientações sobre o mapeamento geológico e de recursos minerais executados pelo Serviço Geológico do Brasil.

Números da consulta pública PlanGeo

Imagem SGB

O resultado da consulta pública do PlanGeo mostra a participação de 345 pessoas, dentre as quais, 42% representam o setor privado, 31% o acadêmico e 27% são representantes de instituições públicas.

Com relação à ocupação dos participantes, houve maior representação de pesquisador e professor universitário (20%), servidor público federal (16,81%), consultor/autônomo/empresário (16,81%), funcionário da área de pesquisa mineral de empresa de mineração (13,04%), que juntos somaram mais de 66% do total de participantes. 

Imagem SGB

Dentre os 303 participantes que optaram por registrar sua formação profissional, a ampla maioria é de geólogos, que representam cerca de 80% do total. Já em relação à distribuição geográfica, houve ampla participação de representantes de diversos estados, destacando-se Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Pará e Rio de Janeiro que, juntos, somaram mais de 50% dos votos.

Confira o resultado completo clicando aqui

Simone Goulart
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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