Rio Negro volta a registrar descidas e alcança a mínima histórica de 12,22 m em Manaus (AM)

29/10/2024 às 20h40
 | Atualizado em: 30/10/2024 às 12h55
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Projeções do Serviço Geológico do Brasil indicam que cota deve ficar abaixo dos 13 m até a primeira semana de novembro

Foto: SGB/Divulgação

Manaus (AM) – Após apresentar estabilidade, o Rio Negro voltou a registrar descidas em Manaus (AM) e alcançou a mínima histórica de 12,22 m nesta terça-feira (29). Essa é a menor cota já observada desde o início da série histórica, em 1902; ou seja, em 122 anos. Os dados são apresentados no 45º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, do Serviço Geológico do Brasil (SGB). De acordo com as informações divulgadas, o ritmo de declínio tem sido de 5 cm por dia. 

Foto: SGB/Divulgação

As oscilações fazem parte do processo final de vazante, como explica a pesquisadora Jussara Cury, superintendente regional de Manaus (SUREG-MA): “O período chuvoso ainda não se consolidou na bacia. As chuvas regulares só devem começar em novembro. Por isso, antes de iniciar as subidas, o rio ainda passará por essas variações de nível”. Há expectativa de chuvas abaixo do normal na Bacia do Rio Negro até o dia 30 de outubro, de acordo com os modelos de previsão CPC/NOAA. Os prognósticos  do SGB indicam que, até a primeira semana de dezembro, a cota deve ficar abaixo dos 16 m.

O Rio Solimões também voltou a apresentar recessão em Tabatinga (AM) e em Manacapuru (AM). Em Fonte Boa (AM), voltou ao patamar de 7,17 m – a cota mais baixa desde 1978. Na Bacia do Rio Amazonas, desceu em Itacoatiara (AM) e chegou novamente à mínima de -11 cm. Também foram observados declínios em Parintins (AM), Óbidos (PA) e Santarém (PA). O Rio Purus também voltou a descer em Beruri (AM).

Em Porto Velho (RO), o Rio Madeira apresentou oscilações, chegando a 78 cm. Na cidade de Humaitá (AM), foram registradas subidas, e a cota alcançou 8,7 m.

As cotas atuais dos rios podem ser conferidas no 45º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas.

Mínimas históricas

Neste ano, mínimas históricas foram registradas em mais de dez municípios da Bacia do Rio Amazonas, monitorados pelo SGB. 

Rio Município Cota mínima recorde (em 2024) Data da mínima (em 2024) Mínima anterior
Negro Manaus (AM) 12,22 m 29/10/2024 12,70 m (2023)
Solimões Tabatinga (AM) -2,54 m  26/9/2024 -86 cm (2010)
Solimões Fonte Boa (AM) 7,17 m  12/10/2024 e 29/10/2024 8,02 m (2010)
Solimões Itapéua (AM) -29 cm 7/10/2024 1,31 m (2010)
Solimões Manacapuru (AM) 2,07 m 14/10/2024 3,11 m (2023)
Acre Rio Branco (AC) 1,23 m 21/9/2024 1,24 m (2022)
Purus Beruri (AM) 2,50 m  13/10/2024 4,07 m (2023)
Madeira Porto Velho (RO) 19 cm 15/10/2024 1,10 m (2023)
Madeira Humaitá (AM) 8,04 m 14/10/2024 8,10 m (2023)
Amazonas Careiro da Várzea (AM) 8 cm 6/10/2024 30 cm (2023)
Amazonas Itacoatiara (AM) -11 cm 13/10/2024 e 29/10/2024 36 cm (2023)
Amazonas Almeirim (PA) 82 cm 12/10/2024 1,95 m (2023)
Amazonas Óbidos (PA) -1,22 m 12/10/2024 -93 cm (2023)

 

Apoio aos municípios

Além dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB oferece aos gestores públicos o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Esse é o principal banco de dados sobre poços no Brasil, que pode ser usado para identificar fontes de abastecimento. O SGB também realiza o mapeamento de áreas de risco geológico, identificando e trazendo informações sobre áreas dos municípios sujeitas a perdas e danos por eventos de natureza geológica. Esse trabalho é uma importante ferramenta para a tomada de decisões sobre redução de riscos, prevenção de desastres e ordenamento territorial. 

Parceria

O monitoramento dos rios é feito a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 


 

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