Tecnologias de satélites ampliam conhecimento sobre rios da região amazônica e ajudam a compreender eventos extremos
Tecnologias de satélites ampliam conhecimento sobre rios da região amazônica e ajudam a compreender eventos extremos
Serviço Geológico do Brasil destacou, durante a Conferência Internacional South America Water from Space 2024, a importância dos dados gerados
Belém (PA) – Satélites espalhados pela órbita terrestre têm sido essenciais para monitorar os rios, especialmente em áreas de difícil acesso, como na região amazônica. É o que destacou a diretora-presidente em exercício do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Alice Castilho, durante a abertura da Conferência Internacional South America Water from Space 2024, que começou nesta terça-feira (29), em Belém (PA).
O evento reúne especialistas internacionais para debater a aplicação das novas tecnologias e sua importância para compreendermos o ciclo da água diante das mudanças climáticas, que agravam eventos extremos, como secas e inundações.
Na cerimônia de abertura, Alice Castilho destacou que o SGB tem a experiência de 55 anos no monitoramento hidrológico e realiza a operação da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN). Desde 2008, a empresa investe em aumentar o conhecimento na área de sensoriamento remoto aplicado à hidrologia, para ampliar o que sabemos sobre os rios.
Além disso, o SGB tem tido um papel importante no projeto do satélite SWOT (Surface Water Ocean Topography), lançado em 2022 pelas agências espaciais da França (CNES) e dos Estados Unidos (NASA). “O SGB tem aplicado essas informações que estão sendo compartilhadas no projeto SWOT na própria operação da RHN e também nos Sistemas de Alerta Hidrológico. Nós operamos 17 sistemas no Brasil, alguns aqui nas bacias que compõem a Bacia Amazônica”, disse a diretora.
Alice Castilho complementou que, na região, o “sensoriamento remoto aplicado à hidrologia vai impulsionar muito esse conhecimento hidrológico, dada essa dificuldade toda de logística de monitoramento”. Atualmente, há estações para monitoramento por satélite na região de Santarém (PA), no Rio Tapajós; e em Óbidos (PA) e Almeirim (PA), no Rio Amazonas.
Satélites complementam monitoramento hidrológico
Sensores instalados em satélites monitoram chuvas, níveis de rios, temperatura, estimativa de evapotranspiração, sedimentos e qualidade da água dos rios, além de avaliar a quantidade de água armazenada no solo. Essas tecnologias complementam o trabalho realizado pelo SGB, por meio de estações instaladas nos rios.
Na conferência, a chefe do Departamento de Hidrologia do SGB, Andrea Germano, apresentou as ações da empresa, com destaque para o trabalho de monitorar e prever eventos extremos ocorridos de Sul a Norte do país, em 2024. A pesquisadora ressaltou que as novas tecnologias ajudam a antecipar cenários: “Nos possibilita saber, em tempo quase real, qual a amplitude dos níveis dos rios e qual a quantidade de chuva que está acontecendo em regiões onde o monitoramento convencional não é possível”.
Missão SWOT
A participação do SGB na equipe científica do satélite SWOT foi viabilizada por meio do projeto Dinâmica Fluvial, realizado no âmbito de um acordo de cooperação entre o SGB e o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), da França, há 16 anos. Os dados obtidos neste trabalho são apresentados em uma plataforma lançada recentemente. Confira aqui o conteúdo.
No projeto SWOT for South America (SWOT para a América do Sul), realizado entre 2020 e 2023, o SGB validou e calibrou os dados do satélite. Agora, a missão entra em uma nova fase, com o projeto SWOT for the AMazon BAsin (SAMBA), que permitirá observações mais detalhadas sobre a Bacia Amazônica.
Durante palestra na conferência, o engenheiro Daniel Moreira, que representa o SGB na equipe científica do SWOT, apresentou análises sobre a seca extrema na região amazônica.
A conferência
Participaram da cerimônia de abertura, ao lado da diretora Alice Castilho: o representante do Brasil no IRD, Abdel Sifeddine; a gerente do programa de Hidrologia da CNES, Delphine Leroux; o diretor de coordenação da Itaipu, Carlos Carboni; o presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro), Alexandre Kepler Soares; e a diretora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Belém (INPE), Alessandra Rodrigues Gomes.
A 4ª edição do evento é coorganizada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), em parceria com o Instituto Nacional Francês para o Desenvolvimento Sustentável (IRD), a Agência Espacial Francesa (CNES) e a Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro). São patrocinadores o Instituto Tecnológico Vale (ITV) e a Itaipu Binacional. Como apoio, estão o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH-UFRGS), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Geosciences Environment Toulouse (GET).
Larissa Souza
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br
Outras Notícias
Visitas técnicas aproximam universidades das ações de recuperação ambiental na Bacia Carbonífera de SC
Iniciativa do Serviço Geológico do Brasil (SGB) integra atividades do Projeto de Educação Ambiental (PEA), que também desenvolve ações com estudantes do ensino fundamental em parceria com o programa SGBeduca