Rio Madeira registra a cota de 48 cm em Porto Velho (RO) e está mais de 3 m abaixo da faixa da normalidade

17/09/2024 às 21h09
 | Atualizado em: 17/09/2024 às 21h10
Ouvir Notícia

De acordo com dados do Serviço Geológico do Brasil, no sábado (14) foi observada a mínima histórica de 41 cm 

Foto: Michael Dantas/AFP

Porto Velho (RO) – O Rio Madeira registrou, nesta terça-feira (17), a cota de 48 cm em Porto Velho (RO). Essa marca está mais de 3 metros abaixo do esperado para o período, que seria de 3,32 m. Os dados são apresentados em novo boletim de monitoramento hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e disponível na plataforma SACE. 

De acordo com o pesquisador Artur Matos, coordenador nacional do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH), o cenário pode se agravar nas próximas semanas devido à falta de chuvas na região: “Pelo menos para os próximos 15 dias, não há previsão de chuvas expressivas na região. Nos últimos dias, foram observadas chuvas pontuais, e isso pode provocar algum repiquete, ou seja, uma elevação, mas em seguida as cotas devem voltar a diminuir. Os prognósticos também indicam que o período chuvoso terá volume abaixo da média, por isso a recuperação será lenta. Só a partir de dezembro, poderemos observar níveis mais elevados".

Fonte: SGB

No sábado (14), o Madeira chegou a 41 cm, a menor cota desde o início da série histórica, em 1967. Para se ter uma ideia da dimensão da seca, essa marca é 70 cm menor que a segunda mínima histórica, de 1,10 m, que ocorreu em dois episódios: em outubro e novembro de 2023. A estação de Morada Nova, em Porto Velho (RO), registra 7,09 m – a segunda menor da história, atrás da cota de 6,56 m registrada em 1998.

No município de Nova Mamoré (RO), na estação de Jirau-Jusante Beni, também é observada mínima histórica: 8,92 m. Em Ji-Paraná (RO), o Madeira está na cota de 6,09 m – a 3ª menor da série histórica, atrás das marcas de 6,08 m em 1998 e de 6,02 m em 2021. Apenas em Guajará-Mirim (RO), a cota está dentro da faixa da normalidade, com 5,23 m.

A situação impacta o abastecimento de água para a comunidade, causa prejuízos ao transporte fluvial e afeta também a geração de energia. No Madeira operam duas usinas hidrelétricas: a de Santo Antônio, em Porto Velho; e a de Jirau, a 120 quilômetros da capital. Desde março, o SGB compartilha as previsões sobre a seca acentuada na Bacia do Rio Madeira, em reuniões institucionais e por meio da emissão dos boletins de monitoramento. As informações apoiam a tomada de decisões que visem reduzir os impactos da seca na bacia. Além disso, são realizados estudos para identificar os melhores locais para a perfuração de poços destinados ao abastecimento público. No estado existem mais de 4 mil poços cadastrados no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (Siagas).


Às terças e sextas o SGB divulga Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Madeira, com as cotas observadas na região. Para ter acesso, basta clicar aqui

Parceria
O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações da RHN, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. 

As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.
 

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

Outras Notícias

Manaus: Rio Negro segue com níveis normais para a época

O Rio Amazonas apresentou discreta redução das variações diárias no processo de enchente, segundo o boletim do Serviço Geológico do Brasil

14/01/2025

Plataforma interativa Geo 3600 BR oferece passeio virtual pelo Seridó Geoparque Mundial da Unesco (RN)

Site do Serviço Geológico do Brasil permite conhecer os atrativos geoturísticos do território que foi reconhecido internacionalmente pela relevância científica e cultural

13/01/2025

Estudo reavalia dados e aponta novas oportunidades em área de cobre em Goiás

Resultados incluem integração de dados geológicos, geoquímicos, geofísicos e topográficos, quantificação dos recursos existentes e identificação do potencial

10/01/2025