Níveis estão críticos nos rios Acre e Madeira, na região amazônica 

28/06/2024 às 21h02
 | Atualizado em: 01/07/2024
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Com chuvas abaixo da média, bacias hidrográficas apresentam cotas aquém do esperado para o período e avançam para seca grave
 

Foto: Prefeitura de Porto Velho/Leandro Morais


Brasília (DF) – A estiagem avança na margem direita da Bacia do Rio Amazonas. Monitoramento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) revela que os níveis estão em processo de descida e abaixo do esperado para o período nos rios Acre e Madeira, nos estados do Acre e de Rondônia. Com previsões de chuvas abaixo da média, o cenário tende a se agravar no próximo trimestre. 
 

Os dados sobre a situação nos rios estão disponíveis na plataforma do Sistema de Alerta Hidrológico do SGB

“Nessas bacias, na margem direita, já está consolidado esse cenário de seca, com mínimas históricas para o período, em alguns municípios. Esse quadro tende a ficar mais grave com chuvas abaixo da média, conforme indicam projeções feitas por institutos de meteorologia para o trimestre de julho a setembro, e temperaturas elevadas na região amazônica, que reforçam as perdas de água por evapotranspiração”, explica o pesquisador em geociências do SGB, Marcus Suassuna.

De acordo com os dados do SGB, divulgados nesta sexta-feira (28), a última cota observada no Madeira foi de 5,3 m em Porto Velho (RO), enquanto o nível médio para o período é de aproximadamente 9,50 m. (Confira aqui o último boletim de alerta hidrológico da bacia). Já no Acre, foi observado o nível de 1,82 m em Rio Branco, quando a cota esperada para este período do ano seria de 3,60 m.

O SGB segue monitorando o cenário na margem esquerda da Bacia do Amazonas – Negro, Amazonas e Solimões – que ainda estão no processo de cheia.


Prejuízo à navegação

 

O Rio Madeira, uma das principais hidrovias do país, chegou neste mês ao nível de 4,19 m em Porto Velho (RO) e já houve registros de encalhes em alguns trechos. Após chuvas na região, o rio subiu dois metros, mas iniciou o declínio. Suassuna explica que a subida pontual já era prevista, em decorrência das chuvas.

No entanto, o processo de vazante deve seguir com repiquetes – elevações pontuais do nível – ao longo do mês de julho. “Há previsões de novos episódios de chuvas semelhantes ao que ocorreram neste mês e esperamos que isso provoque novos repiquetes para aliviar essa condição dos níveis muito baixos em Porto Velho. 


Monitoramento do SGB subsidia ações para mitigar efeitos da seca 

 

As previsões do SGB são essenciais para apoiar os gestores públicos na tomada de decisões que visem reduzir os impactos da seca na região. Esses dados têm sido apresentados em reuniões interinstitucionais. 

Nesta semana, o SGB participou de evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás e do seminário "Pré-Seca - Análise e Prognóstico Hidrometeorológico”, realizado pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). O evento ocorreu no Centro Regional de Porto Velho (CR-PV).

Na abertura, o chefe da Residência de Porto Velho (REPO), Marcelo Macedo Guimarães, destacou que o SGB é um aliado importante dos municípios, diante de situações críticas. “Trabalhamos em parceria com o estado e municípios para dar uma resposta imediata à sociedade. Nossa missão é gerar conhecimento geocientífico, então contamos com profissionais e pesquisadores que estão sempre à disposição para atender os gestores”.

Guimarães antecipou que será iniciado estudo em comunidades ao longo do Rio Madeira para identificar poços dos quais seja possível extrair água para uso doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades. As águas subterrâneas são uma importante fonte de recursos hídricos em períodos de escassez. 

 

 

 

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