Artigo aborda trabalho na Bacia do Parnaíba, que abrange os estados de Tocantins, Piauí e Maranhão 

Brasília (DF) - Como a integração de dados geocientíficos, principalmente geofísicos e geológicos, pode contribuir com a caracterização das estruturas geológicas em subsuperfície, esse é o tema do artigo publicado no Journal of the Geological Survey of Brazil, do pesquisador do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e autor principal, Nilo Pedrosa.

O trabalho visou determinar a arquitetura interna da sucessão sedimentar na borda sul da Bacia do Parnaíba, que engloba os estados de Tocantins, Piauí e Maranhão, além de avaliar sua interação com as rochas do embasamento subjacente.

Para isso, foram usados diversos dados geofísicos adquiridos em levantamentos aéreos e terrestres do SGB e de outras empresas, dados petrofísicos e informações de poços estratigráficos. Com o uso de técnicas avançadas de processamento e a interpretação de dados, foi possível obter um modelo do arcabouço estrutural da porção sul da Bacia do Parnaíba.

Esse documento, além de reforçar as informações já apresentadas em trabalhos anteriores, apresenta alguns novos e importantes aspectos quanto ao arcabouço estrutural da porção sul da Bacia do Parnaíba, entre os quais se destacam:

- A evidência da continuidade de estruturas geológicas e tectônicas da vizinhança, adentrando sob os limites da borda sul dessa bacia; 

- Que a espessura máxima da bacia nesta região de estudo não ultrapassou os 2 km;

- Sugestão de que a ação do campo de tensões durante a abertura do Oceano Atlântico, separando a África da América do Sul, tenha sido responsável pela geração de estruturas rúpteis de alcance crustal profundo, que promoveram a ascensão de rochas basálticas e a possível intrusão de corpos kimberlíticos.

Os kimberlitos são um tipo de rocha formada pelo magma que ascendeu até a crosta terrestre. São constituídos de pedaços de outras rochas e minerais que foram acrescidos durante a ascensão do magma até a crosta. São famosos por trazer diamantes do manto terrestre para a crosta, o que lhe dá um grande valor econômico.

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