Brasil tem potencial para ter uma das cinco maiores reservas de urânio do mundo

26/05/2023 às 00h00
 | Atualizado em: 01/03/2024
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Serviço Geológico do Brasil desenvolve o Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, visando identificar áreas para prospecção do minério

Brasil detém 7ª maior reserva de urânio do mundo(Foto: Felipe Tavares/SGB)
A necessidade de diversificação da matriz energética aumenta investimentos para o desenvolvimento de tecnologias seguras, e a geração nuclear retorna ao planejamento da política energética mundial. Diante da perspectiva de retomada do crescimento da energia nuclear como fonte de energia, o mercado mundial de urânio ganha relevância e coloca o Brasil em posição de destaque. Atualmente, o país detém a oitava maior reserva de urânio do mundo, com cerca de 280.000 tU. No entanto, existe potencial para estar entre as cinco maiores reservas globais. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) tem papel determinante para identificar e avaliar a extensão das reservas brasileiras, bem como a análise de entraves e alternativas para a produção do urânio nacional e, por isso, fornece informações pertinentes à gestão estratégica da Política Nuclear Brasileira. Por meio do Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, o SGB tem identificado novas áreas para prospecção do urânio, além de propor critérios de prospecção para os diferentes distritos e províncias minerais. A iniciativa também contribui para estimar com mais embasamento os recursos de minérios nucleares não descobertos e avaliar a viabilidade de aproveitamento econômico. A atuação está alinhada com o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que recomenda a retomada da prospeção de recursos minerais para o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil.
Projeto identifica novas áreas para prospecção do minério (Foto: Felipe Tavares/SGB)
O produto da primeira fase do programa – Mapa de Avaliação do Potencial de Urânio do Brasil (disponível aqui)– foi entregue em 2022. No mapa, é apresentado um conjunto de informações, com avaliação atualizada na escala 1:5.000.000, da distribuição dos depósitos e províncias uraníferas do Brasil. Há também delimitação das unidades geológicas mais favoráveis para ocorrência desse minério a partir de métodos de hierarquização mineral.
Potencial brasileiro – De acordo com pesquisadores da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) do SGB, desde os anos de 1970, com a descoberta das jazidas de Itatiaia, no Ceará, e Lagoa Real, na Bahia, o país já alcançava posição de destaque em termos de recursos significativos do minério. Desde então, já foram identificadas novas ocorrências de urânio no território brasileiro, como os depósitos de Serra das Gaivotas, em Minas Gerais; Rio Cristalino, no Pará; e Figueiras, no Paraná. Atualmente, a única mina de urânio em operação no Brasil explora o depósito de Lagoa Real, em Caetité, no estado da Bahia, onde os recursos minerais são estimados em 99,1 mil toneladas. Mais de 38 anomalias (áreas de alta concentração de urânio) foram identificadas nessa área. Só essa mina tem capacidade de produzir cerca de 400 toneladas/ano, com potencial para chegar a 800 toneladas/ano.
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