Análise de rochas ricas em grafita amplia o entendimento sobre relação entre vida e geologia

29/01/2025 às 16h48
 | Atualizado em: 29/01/2025 às 16h53
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Estudo publicado na Scientific Reports, revista do portfólio Springer Nature Group, aborda impacto do Evento Lomagundi-Jatuli na Terra primitiva


Fonte: Instituto de Geociências – USP

Brasília (DF) - O artigo científico “A origem e o destino do carbono orgânico em rochas com grafita e manganês e suas implicações para o evento Lomagundi-Jatuli”, publicado na revista Scientific Reports, amplia o entendimento de como a vida influenciou processos geológicos na Terra primitiva. A pesquisa é baseada na análise de rochas ricas em manganês e grafita, coletadas no norte da Província Borborema, no Nordeste do Brasil. 

O trabalho contribui como mais uma peça no quebra-cabeça do complexo Evento Lomagundi-Jatuli, considerada a maior e mais longa excursão de isótopos de carbono já registrada na superfície terrestre. Por meio de análises mineralógicas, texturais, químicas e isotópicas detalhadas, os pesquisadores propõem novas perspectivas, que desafiam interpretações tradicionais do impacto global deste evento.

A publicação é assinada por Felipe Holanda Santos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)/Universidade Federal do Ceará (UFC); Wagner da Silva Amaral (Unicamp); Evilarde Carvalho Uchôa Filho, pesquisador do Serviço Geológico do Brasil (SGB); Fabrício de Andrade Caxito, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Ana Clara Braga Souza (UFC); Douglas Teixeira Martins, do Instituto Federal do Piauí (IFPI); e Brenda de Andrade Feitosa, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

Resultados 

Este estudo investigou rochas grafíticas da Província de Borborema, no Nordeste do Brasil, revelando que elas possuem teores de manganês entre 3,0% e 16,0% e  um conteúdo médio de carbono de 2,1%. 

Os resultados encontrados no estudo isotópico indicam que o carbono presente nessas rochas é de origem orgânica, possivelmente derivado de cianobactérias associadas a sedimentos ricos em manganês, preservados em um ambiente marinho com baixos níveis de oxigênio. 

A pesquisa também contribui para a compreensão do Evento Lomagundi-Jatuli, uma fase marcada por alta produtividade biológica e acúmulo de carbono, sugerindo que as rochas estudadas podem ter desempenhado um papel significativo na excursão de isótopos de carbono.

Além disso, as descobertas destacam a importância dos microrganismos antigos na formação dessas rochas, trazendo novas perspectivas sobre a evolução geológica e biológica da Terra no final da era Paleoproterozóica.  

Simone Goulart
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br  


 

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