Avaliação do Potencial de Grafita no Ceará: sustentabilidade e desenvolvimento

30/01/2025 às 16h05
Ouvir Notícia

Estudo do Serviço Geológico do Brasil visa atrair investimentos e aumentar as reservas nacionais

Divulgação/SGB

Ceará (CE) - A grafita foi elevada à categoria de mineral estratégico, devido às políticas direcionadas ao uso de fontes renováveis que contribuem para descarbonizar a matriz energética e a descoberta do grafeno estável no início do século XXI. Seu uso é destaque em tecnologias avançadas, como baterias de íon-lítio para veículos elétricos, células solares mais eficientes e componentes eletrônicos mais leves e resistentes. O Brasil, que possui as maiores reservas mundiais de grafita e foi o terceiro maior produtor global em 2018, tem ampliado ações para explorar esse mineral de forma sustentável, focando a economia circular.

Neste contexto, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresenta projeto do Programa Mineração Segura e Sustentável, em formato de Informe Mineral, denominado Avaliação do Potencial de Grafita no Brasil – Área Ceará. O objetivo é promover o avanço do conhecimento sobre a gênese e os controles das mineralizações, delimitando áreas potenciais para grafita no Ceará. O informe está disponível aqui

Área de estudo e metodologia 

A área de estudo abrange cerca de 35 mil km² no Ceará Central, com pesquisas em geologia, geoquímica, geofísica, caracterização tecnológica e análises avançadas, como espectroscopia Raman e microssonda eletrônica. 

Os resultados incluem um resumo da geologia local, as características dos principais depósitos de grafita e um Mapa de Favorabilidade para Grafita na região centro-leste da Província Grafítica Ceará Central.

Descobertas e resultados

Na primeira fase do projeto, a pesquisa identificou as principais reservas de grafita no Brasil, indicando os estados de Minas Gerais, Bahia e Ceará como os mais promissores. Já em uma

segunda fase, com o aprofundamento do estudo em áreas selecionadas do Ceará, foi possível constatar que as mineralizações ocorrem em rochas como xistos, gnaisses e

migmatitos, formadas por metamorfismo de sedimentos ricos em matéria orgânica e enriquecidas por processo de fusão parcial. 

As concentrações de grafita de melhor qualidade estão alojadas em rochas submetidas a altas temperaturas e pressões, resultando em cristais mais desenvolvidos e de alta qualidade.

Resultados geocronológicos indicaram que a formação das principais mineralizações de grafita ocorreu no período Paleoproterozoico, há cerca de 2 bilhões de anos. Os dados mostram que a grafita no Ceará apresenta elevado grau de cristalinidade e tamanho de flake, superando a qualidade de muitos depósitos em minas brasileiras em produção, o que torna o estado promissor, com importantes alvos exploratórios.

Simone Goulart
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

Outras Notícias

Betim (MG) tem 179 áreas de risco relacionadas a movimentos de massa ou inundação

Relatório do Serviço Geológico do Brasil aponta os locais de risco geológico ou hidrológico classificados como alto ou muito alto em nove das dez Regiões Administrativas 

30/01/2025

Arte e Ciência se encontram no Museu de Ciências da Terra

O artista plástico Carlos Vergara visita espaço e anuncia a criação de uma obra utilizando a técnica da monotipia no pátio externo do MCTer

30/01/2025

Novas Cartas de Suscetibilidade são divulgadas para a Região Nordeste

Publicação do Serviço Geológico do Brasil ajuda no planejamento e prevenção de desastres nas cidades de Cabedelo (PB), Parnamirim (RN) e Goiana (PE)

30/01/2025