Avaliação do Potencial de Grafita no Ceará: sustentabilidade e desenvolvimento
Avaliação do Potencial de Grafita no Ceará: sustentabilidade e desenvolvimento
Estudo do Serviço Geológico do Brasil visa atrair investimentos e aumentar as reservas nacionais
Ceará (CE) - A grafita foi elevada à categoria de mineral estratégico, devido às políticas direcionadas ao uso de fontes renováveis que contribuem para descarbonizar a matriz energética e a descoberta do grafeno estável no início do século XXI. Seu uso é destaque em tecnologias avançadas, como baterias de íon-lítio para veículos elétricos, células solares mais eficientes e componentes eletrônicos mais leves e resistentes. O Brasil, que possui as maiores reservas mundiais de grafita e foi o terceiro maior produtor global em 2018, tem ampliado ações para explorar esse mineral de forma sustentável, focando a economia circular.
Neste contexto, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresenta projeto do Programa Mineração Segura e Sustentável, em formato de Informe Mineral, denominado Avaliação do Potencial de Grafita no Brasil – Área Ceará. O objetivo é promover o avanço do conhecimento sobre a gênese e os controles das mineralizações, delimitando áreas potenciais para grafita no Ceará. O informe está disponível aqui.
Área de estudo e metodologia
A área de estudo abrange cerca de 35 mil km² no Ceará Central, com pesquisas em geologia, geoquímica, geofísica, caracterização tecnológica e análises avançadas, como espectroscopia Raman e microssonda eletrônica.
Descobertas e resultados
Na primeira fase do projeto, a pesquisa identificou as principais reservas de grafita no Brasil, indicando os estados de Minas Gerais, Bahia e Ceará como os mais promissores. Já em uma
segunda fase, com o aprofundamento do estudo em áreas selecionadas do Ceará, foi possível constatar que as mineralizações ocorrem em rochas como xistos, gnaisses e
migmatitos, formadas por metamorfismo de sedimentos ricos em matéria orgânica e enriquecidas por processo de fusão parcial.
As concentrações de grafita de melhor qualidade estão alojadas em rochas submetidas a altas temperaturas e pressões, resultando em cristais mais desenvolvidos e de alta qualidade.
Resultados geocronológicos indicaram que a formação das principais mineralizações de grafita ocorreu no período Paleoproterozoico, há cerca de 2 bilhões de anos. Os dados mostram que a grafita no Ceará apresenta elevado grau de cristalinidade e tamanho de flake, superando a qualidade de muitos depósitos em minas brasileiras em produção, o que torna o estado promissor, com importantes alvos exploratórios.
Simone Goulart
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
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