Serviço Geológico do Brasil moderniza o Sistema de Alerta Hidrológico no Rio Grande do Sul
Serviço Geológico do Brasil moderniza o Sistema de Alerta Hidrológico no Rio Grande do Sul
O processo de recuperação e modernização de parte dos pontos de monitoramento foi finalizado na Bacia do Rio Taquari e, agora, está sendo implementado nas estações da Bacia do Rio Caí
Porto Alegre (RS) - O Serviço Geológico do Brasil (SGB) realiza o processo de recuperação e modernização do Sistema de Alerta Hidrológico na Bacia do Rio Caí. Serão contempladas as estações de São Sebastião do Caí, Montenegro, São Vendelino, Morro Reuter e Linha Gonzaga. As atividades devem ser concluídas até o fim deste mês e acontecem após as cheias ocorridas no Rio Grande do Sul, em maio deste ano, que danificaram diversos pontos de monitoramento.
Uma das principais novidades do sistema é que, agora, a transmissão dos dados via satélite ocorre a cada 15 minutos. Essa redução no intervalo de tempo de transmissão permite a disseminação de informações de forma mais rápida.
Também foram iniciados os testes com as Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) com duplo sensor de medição. A utilização de sensores para medição em diferentes níveis aumenta a segurança dos dados pois, em caso de perda de um sensor, o outro assume a medição. Outro ponto de destaque implementado pelo SGB se refere à altura da instalação dessas PCDs em estruturas mais altas, de 12m, o que permite manter os equipamentos em níveis acima dos observados durante o evento histórico registrado no estado gaúcho neste ano.
“A transmissão via satélite GOES, em intervalos de 15 minutos é algo inédito em território nacional. A adoção dessa tecnologia contribui de forma significativa para prevenir os impactos das cheias”, explica o pesquisador do SGB Emanuel Duarte.
A chefe do Departamento de Hidrologia do SGB, Andrea Germano, destaca que o trabalho desenvolvido é de extrema importância nacional. “Desde a nossa criação, em 1969, evoluímos muito no monitoramento hidrometeorológico. E, quanto mais tecnologias tivermos, melhores serão as respostas do Sistemas de Alertas que o Serviço Geológico opera, permitindo identificar em qual cota determinada seção do rio vai chegar e, em quanto tempo. Os Sistemas de Alerta Hidrológico (SAH) são considerados, na engenharia, uma das medidas não-estruturais, que mesmo não conseguindo evitar os desastres naturais diminuem a vulnerabilidade dos ocupantes das áreas de risco às inundações, minimizando as perdas de vidas e de bens materiais. A melhoria da qualidade dos dados das séries hidrológicas também contribuem, de forma significativa, para a melhoria dos projetos de grandes obras e estruturas hidráulicas, reservatórios de energia, abastecimento, obras de microdrenagem entre outras”.
Germano ainda lembra que os equipamentos perdidos no desastre climatológico do Rio Grande do Sul, em maio de 2024, estavam localizados na cota de tempo de retorno de 100 anos (TR=100 anos) e que, até os rios atingirem e superarem este patamar, os dados foram transmitidos e foi possível prever com certa antecedência a magnitude máxima do evento pelos modelos de previsão.
Na primeira fase do trabalho, realizada em junho, na Bacia do Rio Taquari, foram contempladas as estações de Muçum, Encantado, Estrela, Porto Mariante, Taquari e Barra do Fão.
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