Rios da região amazônica seguem em processo de recuperação
Rios da região amazônica seguem em processo de recuperação
Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostra que o início da estação chuvosa na maior parte da bacia tem contribuído para elevação dos níveis
Manaus (AM) – O início das chuvas na região amazônica já contribui para a recuperação dos rios, que enfrentaram a maior seca da história. Dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB) indicam que os níveis estão em processo de elevação na maioria das estações. Os dados foram apresentados no 47º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado nesta terça-feira (12).
De acordo com as informações, o Rio Negro, em Manaus (AM), chegou à marca de 12,68 m. A estação registrou a mínima histórica de 12,14 m no final de outubro. “O rio tem registrado subidas regulares de 14 cm por dia, o que indica uma certa recuperação de nível e tendência de elevações nas próximas semanas”, explica a pesquisadora Jussara Cury, superintendente regional de Manaus. Segundo as projeções do SGB, a cota deve permanecer abaixo dos 16 m até dezembro, na capital amazonense.
Esse comportamento reflete o que tem sido observado na região do Rio Solimões. O município de Manacapuru (AM), mais próximo a Manaus, registra subidas diárias de 16 cm e está na marca de 3,23 m. Na região da cabeceira, em Tabatinga (AM), o nível tem oscilado e está na cota de 2,73 m. “Para a próxima semana, temos previsões de chuvas consideradas consistentes, que podem ajudar a equilibrar esse processo final de vazante e contribuir para a recuperação dos rios na região”, explicou Jussara Cury.
Na região sul da Bacia do Amazonas, também é observada a recuperação dos níveis do Rio Purus. Em Beruri (AC), a cota é de 4,28 m. O Rio Madeira também apresenta certa estabilidade. Na estação de Porto Velho (RO), a cota chegou a 1,62 m. Em outubro, a estação registrou a mínima histórica de 19 cm.
O cenário nos rios da Bacia do Rio Amazonas pode ser acompanhado no 47º Boletim de Monitoramento Hidrológico.
Além dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB oferece aos gestores públicos o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Esse é o principal banco de dados sobre poços no Brasil, que pode ser usado para identificar fontes de abastecimento. O SGB também realiza o mapeamento de áreas de risco geológico, identificando e trazendo informações sobre áreas dos municípios sujeitas a perdas e danos por eventos de natureza geológica. Esse trabalho é uma importante ferramenta para a tomada de decisões sobre redução de riscos, prevenção de desastres e ordenamento territorial.
Parceria
O monitoramento dos rios é feito a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.
Larissa Souza
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
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