Rio Paraguai inicia recuperação após chuvas na região do Pantanal

23/10/2024 às 21h14
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Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil indica que cota em Ladário (MS) chegou a -59 cm nesta quarta-feira (23)

Foto: Sílvio Andrade/Correio do Estado

Brasília (DF) – O Rio Paraguai começa a se recuperar da pior seca da história. Após registrar -69 cm –  cota mais baixa dos últimos 124 anos – o nível do rio subiu em Ladário (MS) e a cota chegou a -59 cm nesta quarta-feira (23). Apesar disso, ainda está abaixo do esperado para esse período do ano, que seria de 1,71 m. Os dados são apresentados em boletim de monitoramento hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

A elevação do rio em Ladário – estação de referência – é resultado das chuvas na região do Pantanal. Na última semana, foi registrado um volume de 16 mm e as projeções do modelo GEFS (Sistema de Previsão do Conjunto Global em inglês) indicam acumulado de 58 mm de chuvas para as próximas duas semanas. As chuvas previstas devem também contribuir para a estabilização e subida da cota em Porto Murtinho (MS). Na estação, ainda são observadas descidas e foi registrada a mínima histórica de 54 cm nesta terça (23).

“As nossas análises sugerem que, a partir da primeira quinzena de dezembro, o rio deve superar a cota de 10 cm em Ladário. Esse é o limiar definido com base em estatísticas da série histórica para caracterizar o cenário de seca hidrológica”, explica o pesquisador em geociências Marcus Suassuna. Essa referência do SGB não se aplica à navegação ou a outros setores da economia.

A estação de Ladário, próxima a Corumbá (MS), é importante para a compreensão sobre a seca no Pantanal por duas razões. Primeiro, por ter a série de dados mais longa da bacia, o que é fundamental para analisar o comportamento do rio e embasar previsões. As informações sobre as cotas em Ladário são registradas desde 1900. Segundo, a estação serve como referência para a Marinha na análise das condições para navegação e definição de medidas de restrições.


Apoio aos municípios

Além de monitorar, o SGB também apoia os municípios com o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), em períodos de crises hídricas. O SIAGAS é um banco de dados que reúne informações de poços perfurados no Brasil, com mais de 371 mil cadastrados, sendo 14 mil na Região Centro-Oeste. Disponível para consulta pública, o sistema apresenta informações sobre fontes de águas subterrâneas. Desse modo, permite identificar poços dos quais seja possível extrair água para usos doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades. Esse projeto é fundamental para a gestão de políticas públicas, tanto em nível nacional como estadual e sub-regional.

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br 

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