Questões hídricas da região são discutidas entre Serviço Geológico do Brasil, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), órgãos gestores estaduais e sociedade

Carinhanha (BA) - Estudos do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que contribuem para a gestão das águas superficiais e subterrâneas, foram apresentados nos dias 3 e 4 de setembro, em Carinhanha (BA), no evento “Gestão de Recursos Hídricos na Bacia do Rio Carinhanha: Construção Conjunta com os Usuários e Sociedade". O encontro é promovido em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), usuários e com órgãos gestores estaduais de recursos hídricos

A programação faz parte das atividades realizadas no campo do projeto: "Estudos para a Implementação da Gestão Integrada de Águas Superficiais e Subterrâneas na Bacia Hidrográfica do São Francisco: Sub-Bacia do Rio Carinhanha". Tal projeto visa ampliar o conhecimento sobre a bacia para ser desenvolvido um acordo técnico-político que leve a um uso racional e sustentável dos recursos hídricos na região do estudo. Essa iniciativa é desenvolvida pelo SGB em municípios da Bahia e Minas Gerais, em parceria com a ANA.

A pesquisadora em geociências e coordenadora do projeto, Viviane Cunha, informou que o principal objetivo desse evento é expor resultados do diagnóstico obtido nos estudos na Bacia Hidrográfica do Rio Carinhanha e alinhar, com usuários e sociedade, diretrizes para a gestão dos recursos hídricos.

Cunha falou  durante a apresentação que, relacionados a esse projeto, foram executados, na Bacia do Rio Carinhanha, estudos de caracterização do meio físico: geologia, geomorfologia, pedologia, hidrologia, hidrogeologia, hidroquímica, hidrometeorologia, uso e ocupação do solo e geofísica. “A finalidade é fornecer subsídios para a proposição do plano de gestão integrada de recursos hídricos superficiais e subterrâneos”, ressaltou.

Para Letícia Lemos, da ANA, o evento de gestão de recursos hídricos na Bacia do Rio Carinhanha ocorre no âmbito dos estudos para gestão integrada de águas superficiais e subterrâneas, uma parceria entre a ANA e o SGB. “Esses estudos se encontram em uma fase final de elaboração, onde está sendo feita a integração de todos os resultados obtidos até agora, para a construção de uma proposta de gestão. Temos como objetivo apresentar esses resultados para a sociedade, para os usuários, para as instituições, de forma que eles participem da construção conjunta dessa proposta de gestão”, explicou.

O vice-presidente do Comitê de Bacia do Rio Corrente, Adelar Pizzatto, comentou sobre a importância do encontro. “É muito importante porque há uma grande similaridade entre a Bacia do Rio Carinhanha e a Bacia  do Rio Corrente. Nos interessa muito saber sobre os parâmetros de conexão das águas subterrâneas com as águas superficiais e como isso vai ser tratado na questão de liberação da outorga. Temos grande potencial e muito nos interessa essa questão dos irrigantes”.

Roberto Kirchheim e Camila Mattiuzi, pesquisadores do SGB, destacaram que o evento representa uma oportunidade de troca e intercâmbio entre os técnicos do SGB e os demais atores institucionais que participam deste projeto – como a ANA e os órgãos gestores estaduais de recursos hídricos da Bahia e Minas Gerais – e também com a sociedade; em específico, os usuários da água. “É um evento técnico, mas com um forte componente de governança e de políticas públicas relacionadas às águas; tema muito relevante no atual cenário nacional e global”.

Disseminação do conhecimento sobre os recursos hídricos 

Na quarta (4), o evento contou com palestra do pesquisador do SGB Éber José de Andrade Pinto, com o tema “Considerações sobre as chuvas, vazões, recarga, armazenamento e o uso da água na Bacia do Rio Carinhanha”. Em seguida, o pesquisador do SGB Thiago de Paula apresentou as considerações sobre as águas subterrâneas na Bacia do Carinhanha.

Também participaram das discussões representantes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), Comitê da Bacia do Rio Corrente, indústria, setor agropecuário, universidade, entre outros.

Bacia do Rio Carinhanha

A bacia do Carinhanha faz parte da margem esquerda do Alto São Francisco. É constituída por dois importantes rios de domínio da União: Itaguari e Carinhanha. É uma região onde ocorre forte interação entre as águas superficiais e subterrâneas, devido à presença do Sistema Aquífero Urucuia, responsável pela perenidade desses rios e afluentes. 
Por causa de sua localização, essa bacia comporta um cenário de gestão singular, em que os mananciais de águas superficiais e subterrâneas – conectados e interdependentes – são geridos por três diferentes órgãos, de forma autônoma.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia
Governo Federal
imprensa@sgb.gov.br