Atualmente, o SGB tem duas áreas-piloto em estudo: uma no Rio Grande do Sul e outra no Rio Grande do Norte, com previsão de conclusão até 2027

Brasília (DF) - O Serviço Geológico do Brasil (SGB) lançou recentemente um projeto que propõe a integração de práticas de economia circular à indústria mineral do país. Intitulado "Estudos Multidisciplinares de Redução de Impactos da Mineração e

de Circularidade na Indústria Mineral do Brasil", a iniciativa busca identificar, nos resíduos mineiros, outros recursos minerais que poderão ser reaproveitados e/ou recuperados desses materiais descartados, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

Por sua grande relevância, o tema tem se destacado no país de tal maneira que, na semana passada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou decreto que institui a Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável.

A economia circular se baseia na redução da geração de rejeitos e resíduos, na manutenção do valor dos materiais, regeneração do meio ambiente, reuso de recursos naturais, fomentando a produção e o consumo sustentáveis, contribuindo para diminuir os impactos ambientais e gerando aumento do ciclo de vida dos produtos e materiais, com possibilidade de agregação de valor aos subprodutos de uma cadeia produtiva. 

Atualmente, o SGB tem duas áreas-piloto em estudo: uma no Rio Grande do Norte e outra no Rio Grande do Sul, para definição dos parâmetros a serem utilizados em outras áreas nos demais estados. O projeto tem previsão de conclusão até 2027 e os dados preliminares obtidos serão inseridos em um banco de dados.

O SGB já vem desenvolvendo projetos relacionados ao reuso de resíduos, como o Bio Cobalt, e o projeto Agrominerais, ambos abordando o reuso de materiais de descarte da mineração, indicando uma base sólida para a nova iniciativa. Com o novo projeto, o Serviço Geológico do Brasil reafirma seu compromisso com práticas sustentáveis e mostra como a economia circular pode ser uma estratégia eficaz para o futuro da mineração no Brasil.

O desafio da mineração e a circularidade

A mineração – tradicionalmente uma atividade intensiva em recursos finitos – enfrenta o desafio de adaptar-se a práticas mais sustentáveis. O projeto do SGB foca na promoção de práticas de valorização dos materiais já descartados, contribuindo para reduzir a geração de resíduos. A proposta do projeto é identificar, também, o potencial para recuperação de materiais críticos para a transição energética, assim como outros usos industriais e na construção civil.

Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC)

A iniciativa, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), tem o objetivo de promover a transição do modelo de produção linear – que vai da extração, passa pela produção e termina no descarte – para uma economia circular, incentivando o uso eficiente de recursos naturais e práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva.

O decreto institui o Fórum Nacional de Economia Circular, órgão de governança que ficará responsável pela elaboração do Plano Nacional de Economia Circular, que conterá metas, padrões e indicadores para a implementação da economia circular no Brasil.

A economia circular também consta nos eixos formadores do Plano de Transformação Ecológica, coordenado pelo Ministério da Fazenda (MF), e no Plano Clima, liderado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). 

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