Com apresentação de trabalhos técnicos sobre pesquisas em aquíferos, Serviço Geológico do Brasil encerra participação no Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas

São Paulo (SP) – Técnicas avançadas, utilizadas por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB), geram avanços no conhecimento hidrogeológico e contribuem para a gestão adequada dos recursos hídricos. Os trabalhos desenvolvidos foram apresentados, nesta quinta-feira (15), último dia do 23º Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, que ocorre em São Paulo (SP).

A pesquisadora em geociências Maria Antonieta Mourão, assessora da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), realizou apresentação com o tema: Aplicação do Método COP para a Estimativa de Recarga em Sistema Aquífero Cárstico da Região Norte de Minas Gerais. Por meio desse trabalho, foi possível identificar locais onde a água pode se infiltrar mais facilmente e abastecer o aquífero.

“Áreas com baixa vulnerabilidade indicam pouca capacidade de infiltração, enquanto áreas com alta vulnerabilidade mostram onde a água pode se infiltrar facilmente. Usando esses dados, juntamente com informações de chuva e evapotranspiração, estimamos a recarga de água subterrânea”, explicou Maria Antonieta Mourão. Esse estudo faz parte do projeto Bacia do Rio Verde Grande, desenvolvido em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

O pesquisador geofísico da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) Higo Nunes apresentou trabalho inédito, desenvolvido também na região norte de Minas: Modelo da Base do Aquífero Cárstico do Bambuí Mapeada com Sísmica de Reflexão. “A sísmica de reflexão, assim como um ultrassom, consegue imagear o subsolo e "enxergar" estruturas impossíveis de serem vistas a olho nu. Estruturas estas que podem armazenar ou condicionar o fluxo d'água subterrânea. Por isso a importância da aplicação desse método geofísico em estudos hidrogeológicos”, detalhou.

Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas (Rimas)

No último dia da programação do congresso, a pesquisadora Maria Gabryella Paiva, residente do Programa de Residência em Ciências da Terra (SGB Residência), apresentou o trabalho: Uso de Perfilagem Óptica para Classificação de Condições de Poços da Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas no Sistema Aquífero Missão Velha-Rio da Batateira na Região do Cariri.

De acordo com Maria Gabryella, o objetivo é apresentar uma nova metodologia que padroniza a análise e classificação das situações físico-químicas e infraestruturais dos poços de monitoramento do aquífero: “A perfilagem óptica permite uma otimização das informações obtidas e fornece uma avaliação objetiva das situações dos poços. Isso não só garante a qualidade dos dados coletados, como também orienta intervenções e manutenções necessárias, além de oferecer informações adicionais sobre o sistema aquífero monitorado”.

O Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas foi promovido pela Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) – entidade civil sem fins lucrativos. Participaram do evento 35 pesquisadores do SGB, que apresentaram 25 trabalhos técnicos em diversas sessões temáticas e contribuíram em mesas-redondas e palestras institucionais.

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