Betim (MG) tem 179 áreas de risco relacionadas a movimentos de massa ou inundação
Betim (MG) tem 179 áreas de risco relacionadas a movimentos de massa ou inundação
Relatório do Serviço Geológico do Brasil aponta os locais de risco geológico ou hidrológico classificados como alto ou muito alto em nove das dez Regiões Administrativas
Betim (MG) - O Serviço Geológico do Brasil (SGB) identificou 179 áreas classificadas como de alto ou muito alto risco geológico e hidrológico em Betim (MG), município da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Das dez Regiões Administrativas da cidade, apenas a Petrovale não apresentou áreas com essas classes de risco. O relatório foi publicado neste mês e está disponível aqui.
As áreas identificadas pelo SGB apresentam riscos associados a processos variados, como deslizamentos, quedas de blocos, inundações e erosões de margem fluvial. Mais de 9,5 mil pessoas vivem nos setores mapeados.
Além do detalhamento de setores classificados como de alto e muito alto risco, o relatório apresentou algumas áreas de risco médio que, sem monitoramento contínuo e intervenções adequadas, podem evoluir para situações mais graves.
Aumento das áreas de risco
O estudo revelou um aumento significativo no número de áreas de risco, em comparação ao último levantamento, realizado em 2012. Na época, foram identificadas 35 áreas. Esse aumento pode ser explicado por diversos fatores. Um deles é a expansão urbana, um fenômeno comum em regiões metropolitanas e que muitas vezes ocorre de forma desordenada.
Além disso, houve aprimoramento metodológico do projeto, conforme explica a pesquisadora do SGB Natália Dias: “Atualmente, entende-se que em situações pontuais é necessário criar um setor específico. Esse tipo de cenário levou à divisão de grandes setores, que antes eram mapeados de forma abrangente, em áreas menores no mapeamento atual. Por exemplo, antigamente, se havia três casas em risco em uma mesma rua, elas seriam agrupadas em um único setor. Hoje, caso essas casas estejam distantes entre si, elas podem ser classificadas em setores distintos.”
Segundo Natália Dias, o fortalecimento da Defesa Civil de Betim também foi essencial para o trabalho: “Quanto maior o conhecimento da defesa civil sobre o histórico de ocorrências, maior será a chance de realizarmos um trabalho eficaz, que aborde adequadamente todas as áreas de risco. E, no caso, em Betim, há uma defesa civil muito ativa e com muito conhecimento”.
Redução dos riscos
A análise detalhada realizada pelo SGB possibilitou elaborar um conjunto de recomendações para mitigar os riscos identificados no território de Betim. Entre as principais ações sugeridas, estão:
- Planejamento urbano adequado: evitar ocupações em áreas de risco e regularizar construções existentes;
- Fiscalização rigorosa: garantir o cumprimento de normas técnicas e ambientais;
- Monitoramento contínuo: criar mecanismos para acompanhar a evolução das áreas de risco e evitar novos agravamentos;
- Educação ambiental e participação comunitária: promover a conscientização da população sobre os riscos e envolver os moradores na busca por soluções;
- Intervenções estruturais e não estruturais: implementar obras de contenção, drenagem e estabilização de encostas, além de medidas preventivas de longo prazo.
Por fim, o estudo enfatiza que o rápido processo de urbanização de Betim tem gerado novas áreas de risco, o que reforça a necessidade de revisões periódicas do mapeamento. A atualização e continuidade dessas análises são fundamentais para ajustar as estratégias de mitigação às mudanças naturais e urbanas.
Além disso, o relatório destaca que as ações preventivas devem ser priorizadas pelo poder público para aumentar a resiliência do município frente a desastres e proteger as comunidades vulneráveis.
Rafael Costa
Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
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