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Serviço Geológico do Brasil apresenta projetos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024
Delegação participou de reuniões estratégicas para articular parcerias e enfatizar o papel do SGB na geração do conhecimento geocientífico
Baku (AZE) – Projetos do Serviço Geológico do Brasil (SGB), voltados para o desenvolvimento sustentável, foram apresentados durante a 29ª Conferência das Partes (COP29) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima. O evento, considerado o maior da agenda ambiental global, ocorre até 22 de novembro, em Baku, capital do Azerbaijão, e reúne milhares de pessoas.
A delegação do SGB foi formada pela diretora de Infraestrutura Geocientífica (DIG), Sabrina Góis; pelo assessor da DIG, Marcel Maués; pela assessora da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais, Lúcia Travassos; pelo superintendente regional de Belém, Homero Melo; pelo chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais, Rafael Duarte; e pelo pesquisador Roberto Kirchheim.
Durante a COP29, os representantes do SGB participaram de reuniões estratégicas para articular novas parcerias. Entre os projetos compartilhados, estão as pesquisas com foco nos minerais críticos e estratégicos para transição energética e segurança alimentar. “Esperamos consolidar parcerias em projetos que gerem soluções para os desafios globais relacionados ao desenvolvimento sustentável e às mudanças climáticas”, destacou a diretora Sabrina Góis.
O trabalho do SGB para a criação de novos geoparques foi destaque na quinta-feira (14), na programação da Casa Brasil, coordenada pelo Ministério do Turismo (MTur). “O SGB foi precursor na identificação de potenciais geoparques no Brasil. Ao longo dos últimos 15 anos, foram 25 áreas estudadas, das quais cinco se consagraram geoparques mundiais da Unesco: Seridó, Caminhos dos Cânions do Sul, Caçapava do Sul, Quarta Colônia e Uberaba”, enfatizou Sabrina Góis.
Na ocasião, a diretora reforçou a necessidade de aprofundarmos os diálogos sobre esse assunto durante a COP30, que será sediado em Belém (PA), no próximo ano: “A pergunta que apresento aqui é: como os serviços geológicos podem contribuir para o geoturismo e preservação do nosso patrimônio natural global para as futuras gerações?”.
O SGB também participou ativamente no Pavilhão Água para o Clima, organizado por diversos parceiros, incluindo governos e agências da ONU. Em palestra, o geólogo e pesquisador em hidrogeologia Roberto Kirchheim apresentou o uso de técnicas de isotopia para ampliar o conhecimento sobre o Sistema Aquífero Guarani (SAG). Esse é um dos maiores aquíferos porosos do mundo e ocupa parte do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.
“Em tempos de alterações climáticas, a busca pela segurança hídrica irá se acirrar e certamente as águas subterrâneas terão incremento substancial de demanda. Contar com informação relacionada a tempos de residência e taxas de recarga faz total diferença e é indispensável, pensando em práticas de uso sustentável”, afirmou Kirchheim.
Além de reuniões com o MTur e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a delegação do SGB também se reuniu com os governadores de Rondônia, Marcos Rocha; e do Pará, Helder Barbalho; com a vice-governadora do Acre, Mailza Gomes; o presidente da APEX, Jorge Viana; e com a coordenadora geral de Monitoramento Ambiental do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Edileuza de Melo Nogueira.
A COP29 foi também uma oportunidade para dialogar com os parlamentares brasileiros Túlio Gadêlha (REDE-PE) e José Rocha (União-BA) sobre ações para fortalecer as geociências no país. Um dos temas abordados foi a criação da Frente Parlamentar de Geologia.
Os representantes do SGB acompanharam ainda debates sobre a Amazônia e planejam articular ações para criar a Rede Amazônica de Geociências, que integre serviços geológicos (ou instituições correlatas) de países amazônicos, universidades e instituições governamentais e não governamentais que atuem na região. “Esta percepção veio após ouvirmos debates no Hub da Amazônia, sobre a importância de não ficarmos restritos a limites de territórios, mas de se pensar a Amazônia de forma mais abrangente”, ressaltou a pesquisadora Lúcia Travassos, assessora da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais.
Larissa Souza
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