Métodos de Recuperação - Recuperação de Áreas Degradadas por Carvão na Bacia Carbonífera de Santa Catarina

Áreas degradadas a céu aberto

A metodologia de recuperação ambiental que vem sendo aplicada nas áreas mineradas em superfície adota um modelo conceitual de cobertura seca, inclui as seguintes etapas:

  • Etapa de reconstituição da topografia natural ou nova conformação estável com a finalidade de planificar o terreno disciplinando o solo antropizado e conduzindo as águas pluviais de forma que as inclinações não possibilitem erosão, tampouco acúmulos de água na área, Figura 1, e a remoção total dos estéreis de mineração e rejeitos de carvão em áreas de preservação permanente, Figura 2.
Figura 1 – Reconstituição topográfica nas Áreas IV Beluno em Siderópolis-SC e III Rio Pio em Treviso-SC. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.
Figura 2 - Remoção de estéril e rejeito na APP do rio Pio. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.
  • Etapa de implantação de sistema de drenagem (Figura 3) construído de modo a garantir a estabilidade e minimizar os processos erosivos, disciplinando e conduzindo para fora da área toda a água oriunda de precipitação pluviométrica.
Figura 3 – Drenagem de escadaria natural na Área III Rio Pio e drenagem de travessia de via na Área II Ex-Patrimônio. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.
  • Etapa de Construção de uma camada de solo argiloso com finalidade de barrar a percolação hídrica para isolar os estéreis e os rejeitos, Figura 4, garantindo que as águas pluviais não entrem em contato com os sulfetos presentes no rejeito/estéril. As camadas de solo são corrigidas em termos de fertilidade (Figura 4) para sustentar espécies vegetais herbáceas e arbóreas da Mata Atlântica. Nas Figura 5 e Figura 6, se observam áreas com obras finalizadas em estágio de recuperação ambiental.
Figura 4 – Construção da cobertura seca com a camada de solo argiloso sobre o terreno reconformado. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.
Figura 5 – Cobertura vegetal com herbáceas e arbóreas na Área III Rio Pio. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.
Figura 6 – Cobertura vegetal nas áreas IV Beluno e II Ex-Patrimônio. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.


Áreas de mineração subterrânea

A recuperação de áreas mineradas em subsolo procede de um conjunto de antigas bocas de mina (galeria de encosta, subsidência, poço vertical, plano inclinado, furo de sonda) abandonadas e áreas impactadas pela disposição de rejeitos (piritosos, carbonosos e pontas de pedra) distribuídas nas bacias hidrográficas dos rios Araranguá e Urussanga. Estas bocas de mina e áreas impactadas em superfície para fins de diagnóstico ambiental e projeto de recuperação foram agrupadas em oito microbacias, assim distribuídas: Morro Montenegro, Rio Barbosa, Rio Ronco D'água, Rio Criciúma, Morro Maria Céu, Rio Tonin, Santa Luzia e Rio Maricá e se restringe à:

  • Redução da vazão da drenagem ácida, através do tamponamento das bocas de mina abandonadas (Figura 7);
Figura 7 – Boca de mina com drenagem saindo do interior. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.
  • Preservação das drenagens naturais não contaminadas, através do desvio das drenagens das minas (Figura 8);
Figura 8 – Drenagem natural com contaminação da água subterrânea. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.
  • Redução da entrada de ar para o interior das minas.
  • Remoção no entorno das bocas de mina das pilhas de rejeito destinando-os a locais adequados e licenciados, promovendo a reconformação topográfica, construção do solo e implantando a cobertura vegetal (Figura 9).
Figura 9 – Margem do córrego Santa Luzia com pilhas de rejeito na Área 19 da Microbacia do Córrego Santa Luzia. Fonte: Acervo Núcleo de Apoio Técnico de Criciúma (NUMA) / SUREG-PA.