Léxico Estratigráfico do Brasil

  O schema abaixo dar-nos-á uma idéa da successão estratigraphica do estado de Santa Catarina. Sistema de Santa Catarina: "Série de São Bento" - Rochas eruptivas da Serra Geral, Grés de Botucatú, grandes rochas de grés, vermelhas, pardas e amarellas. Camadas vermelhas do Rio Rasto, onde se acharam os fosseis de "Scaphonix" (reptil) e arvores fosseis. "Série de Passa Dois" - rocha calcarea da Rocinha. Schistos da Estrada Nova, pardos e matizados, com concreções quartzosas e camadas arenosas. Schisto negro de Iraty, "Mesosaurus" e "Stereosternum". "Série de Tubarão" - Schistos de Palermo. Schisto e grés do Rio Bonito com estractos carboníferos e a flora "Glossopteris (Gamgamopteris)". Conglomerados de Orleans. Grés amarellos e schistos em solo de granito. (Pág. 583). 

  O Grupo Passa Dois estende-se por todo o setor oriental da bacia do Paraná, propiciando divergência de opiniões entre os diversos autores com relação a estratigrafia de suas rochas, contribuindo para que o nome Passa Dois tenha os mais variados termos estratigráficos e as mais variadas subdivisões. OLIVEIRA (1916) dividiu a Série Passa Dois, da base para o topo, em Grupo Irati, Grupo Estrada Nova e Calcáreo Rocinha, destacando da Série São Bento (Triássico) as Camadas Rio do Rasto como uma unidade distinta no Permiano. MORAES REGO (1930b) "A Série Passa Dois divide-se a vista do que ficou exposto, em dois grupos - o Inferior, o Grupo Iraty; e o Superior, o Grupo Estrada Nova". De acordo com OLIVEIRA (1929), ficou resolvido que a Série de Passa Dois compreendia somente o Grupo Irati e o Grupo Estrada Nova, passando o Calcário da Rocinha a fazer parte de um novo grupo de idade Triássica Superior a que se deve ao nome de Grupo Terezina (in MORAES REGO, 1930). GORDON JR. (1947) dividiu a Série Passa Dois, da base para topo em: Folhelho Irati, Formação Estrada Nova e Formação do Rio do Rasto. Duas designações foram propostas pelo autor, membro Serra Alta e Membro Morro Pelado, pertencentes as formações Estrada Nova e Rio do Rasto, respectivamente. No mesmo ano, MAACK (1947b) divulgou também uma nova coluna estratigráfica da Série Passa Dois em vários aspectos concordante com a de GORDON JR. (1947), dividindo-a em: Grupo Irati, Grupo Estrada Nova e Grupo Rio do Rasto. Reuniu as camadas Serrinha e Teresina em uma única unidade (Grupo Estrada Nova) e propôs a nova entidade Formação Poço Preto (Grupo Rio do Rasto). MENDES (1954) propôs para a Série Passa Dois a seguinte coluna estratigráfica, da base para o topo: Formação Irati, Formação Estrada Nova e Formação Rio do Rasto. Novas designações foram propostas pelo autor: facies Serra Alta e Terezina (Formação Estrada Nova) e facies Serrinha e Morro Pelado (Formação Rio do Rasto). BEURLEN (1955b) divulgou uma nova coluna para a Série Passa Dois, onde se distingue estratigráficamente dois grupos: Estrada Nova e Rio do Rasto, da base para o topo. SCHNEIDER et alii (1974) "O Grupo Passa Dois constitui-se, na porção sul da bacia, das formações Irati, Serra Alta, Terezina e Rio do Rasto, e nos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso, das formações Irati e Corumbataí". Critério esse seguido pela maioria dos autores. A atual categoria de grupo deve-se a MENDES (1967). 

  WHITE, I.C. Geologia do sul do Brasil. (Geology of South Brazil). Trad. Manuel I. Ornellas. B. Direct. Agric. Viação Ind. Obras Publ., Salvador, 8 (6): 582-86, 1906. MORAES REGO, L.F. de. A geologia do petróleo no Estado de São Paulo. B. Serv. Geol. Mineral Bras. Rio de Janeiro, n. 46, 1930b. p. 1-110. GORDON JR., M. Classificação das Formações Gondwânicas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Notas Prelim. Est. Div. Geol. Mineral. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, n. 38, 1947. 20 p. MAACK, R. Breves notícias sobre a geologia dos estados do Paraná e Santa Catarina. Arq. Biol. Tecnol., Curitiba, (2): 63-154, 1947b. MENDES, J.C. Contribuição à estratigrafia da Série Passa Dois no estado do Paraná. B. Fac. Fil. Ci. Letras Univ. São Paulo. São Paulo, (175): 119, 1954. (Geologia, 10). BEURLEN, K. As formações gondwânicas do sul do estado do Paraná. B. Div. Geol. Mineral. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, n. 153, 1955b. 52 p. MENDES, J.C. The Passa Dois Group (The Brazilian portion of the Paraná Basin). In: BIGARELLA, J.J. et alii. ed. Problems in Brazilian Gondwana Geology. Curitiba, Universidade Federal do Paraná, 1967. p. 119 - 66. SCHNEIDER, R. L. et alii. Revisão estratigráfica da bacia do Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 28, Porto Alegre, 1974. Anais do..., Porto Alegre, SBG, 1974. v. 1, p. 41-65. 

  Yocitero Hasui (I.P.T.)