Léxico Estratigráfico do Brasil

  O Grupo Nova Lima é constituído predominantemente por xistos e filitos metassedimentares e metavulcânicos. Como tipos subordinados no grupo aparecem ainda: formação ferrífera laminada (camadas alternadas de quartzo e carbonato siderítico e magnetita), grauvaca, uma rocha quartzo-anquerítica macica em camadas espessas, quartzito sericítico e conglomerado xistoso. Estas rochas subordinadas formam geralmente camadas descontínuas ou lentes nos xistos e filitos. (Pág. 17-18). 

  Trata-se da unidade inferior do Supergrupo Rio das Velhas, estando sotoposta, em discordância, ao Grupo Maquiné. Segundo opinião de DORR II (1969), esse grupo pode vir a ser dividido em mais de duas formações. O conhecimento de várias de suas rochas vem desde o século passado, cujo interesse era despertado por encerrarem, especialmente, mineralizações auríferas (Ex.: a legendária mina de Morro Velho, no município de Nova Lima); sendo consideradas, após o trabalho de DERBY (1906) e antes dos estudos de BARBOSA (1954), como pertencentes a "Série (de) Minas". A sua natureza vulcano-sedimentar, tem sido assinalada em vários trabalhos (Ex.: GUIMARÃES, 1931, 1951 e 1966). Sobre este fato, GUIMARÃES (1935), citando observações pessoais e de ANDRADE JR. relativas ao distrito de Caeté, descreve: "Do mesmo modo que em Congonhas do Campo, a formação basal da "Série de Minas"... repousando sobre o complexo cristalino, é constituída predominantemente pelo grupo de rochas metamórficas de origem basáltica. A estas estão associadas rochas ferríferas, tais como: itabirito, xistos e filitos hematíticos e lentes de quartzito". Mais adiante esse autor se refere a uma sequência similar, perto de Honório Bicalho. BARBOSA (1954) foi o primeiro pesquisador a reportar largos tratos exibidos por DORR II et alii (1963) no âmbito do Grupo Nova Lima (Ex.: regiões entre Lafaiete, Congonhas do Campo e Ouro Branco e entre Itabirito, Rio Acima e Caeté), como pertencentes a uma série de idade Pré-Minas. 

  DORR II, J.VAN N. et alii. Revisão da estratigrafia pré-cambriana do Quadrilátero Ferrífero. Avuls. Div. Fom. Prod. Min. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, n. 81, 1957. 31 p. DERBY, O.A. The Serra do Espinhaço, Brazil. J. Geol., Chicago, 14 (5): 374-401, july/aug. 1906. GUIMARÃES, D. Contribuição à geologia do estado de Minas Gerais. B. Serv. Geol. Mineral. Bras., Rio de Janeiro, n. 55, 1931. 36 p. GUIMARÃES, D. Contribuição ao estudo da origem dos depósitos de minério de ferro e manganês do Centro de Minas Gerais. B. Serv. Fom. Prod. Min. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, n. 8, 1935. 70 p. GUIMARÃES, D. Arqui-Brasil e sua evolução geológica. B. Div. Fom. Prod. Min. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, n. 88, 1951. 314 p. BARBOSA, O. Evolution du geosynclinal Espinhaço. In: CONGRES GEOLOGIQUE INTERNATIONAL, 19, Alger, 1952. Comptes Rendus, Section 13, Fasc. 14. Alger, 1954. p. 17-36. DORR II, J. VAN N. & BARBOSA, A.L. de M. Geology and ore deposits of the Itabira District Minas Gerais, Brazil. Prof. Pap. U.S. Geol. Survey, Washington, n. 341-c, 1963. 110 p. GUIMARÃES, D. Contribuição ao estudo do polimetamorfismo da Série Minas. B. Div. Fom. Prod. Min. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, n. 90, 1966. 54 p. DORR II, J. VAN N. Physiographic, stratigraphic and structural development of the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil. Prof. Pap. U.S. Geol. Survey, Washington, n. 641-a, 1969. 109 p. HERZ, N. Gneissic and Igneous Rocks of the Quadrilátero Ferrifero, Minas Gerais, Brazil. Prof. Pap. U.S. Geol.Survey, Washington, n. 641-B, 1970. 81 p. FERREIRA, E.O. Carta tectônica do Brasil; notícia explicativa. B. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, n. 1, 1972. 19 p. 

  José Carvalho Cavalcante (CPRM)